O Despertar

Capítulo Treze

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16 de agosto de 2017

Não sei ao certo definir o que estou sentindo nesse momento. Meu coracao esta batendo mais acelerado que o normal, as letras estao ficando meio tortas devido o tremor em minhas maos. E o medo de que tudo seja apenas um sonho me deixa mais agoniada do que o normal.
Hoje"ontem" o dia foi simplismente perfeito, embora não tenha sido um dos mais normais.
...

- Você achou nosso encontro anormal?- Caio indagou rindo.

- Não digo "anormal"- Desenhei as aspas no ar enquanto falava bem devagar. - Foi... diferente. Mas vamos continuar.

Voltei minha atenção para o diário em cima da mesa.

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Continuando...
Caio foi super romântico, e embora não sejam muitas as minhas lembranças em relação a ele, tenho que a admitir que ja nao consigo ficar longe.

[...]

- Vem, vou te levar em um lugar.- Caio disse entrando no quarto.

- Onde? Espera aí.- Estendi a mão para que ele não falasse.- É surpresa.- Falei e ele concordou rindo.

- Vamos?

- Um minuto.- Escrevi uma última frase no meu diário e me levantei.- Vamos.

Caio se manteve misterioso durante toda a viagem. E por incrível que pareça, eu não me importei. Só apreciei a viagem.

Fomos até um pequeno bosque nos arredores da cidade.

- Aí meu Deus! Você é um psicopata.- Brinquei.

- Oh sim!- Caio entrou na brincadeira.- Vem, vamos caminhar daqui.

Seguimos por uma pequena trilha, passamos por uma ponte e por lugares que eu nem sabia que existia na nossa cidade.

No meio do caminho Caio se abaixou e pegou uma pequena flor branca, que estava em um arbusto e me entregou.

- Você é real?- Indaguei com a flor em mãos. Ele sorriu e beijou meu rosto.

Continuamos o caminho até parar proximo de um lago.

- Viemos aqui so para tomar banho?- Perguntei rindo.

- Na verdade...- Ele segurou minha mão e me guiou até uma árvore que havia ali. - Essa é uma cerejeira japonesa. Foi plantada aqui a algumas décadas por um sábio senhor cujo o nome eu não aprendi a pronunciar.- Falou me fazendo rir.- Mas, poucos sabem da existência dela. Dizem que as pessoas não a encontram, ela encontra as pessoas. Também simboliza felicidade, amor e outros belos significado. - Ele segurou a minha mão e a beijou.- E foi aqui que nos encontramos pela segunda vez. Foi aqui que eu me encontrei em seu olhar. Também foi aqui eu você disse que me amava pela primeira vez. - Ele mostrou em um ponto específico da árvore as iniciais "R&C".- Foi você quem fez.

- Eu te amo!- Foi tudo o que eu disse antes de beija-lo.
Eu sabia que meus sentimentos estavam tão bagunçados quanto a mesa de trabalho do Caio, mas eu senti, naquele momento, que era necessário tais palavras. E no fundo, elas eram verdadeiras.

Passamos a tarde no lago. Voltamos para casa quando o sol começou a se pôr. Devido o ambiente, o cenário ficou semelhante a de um filme, e céu estava parcialmente avermelhado, a brisa que entrava pela janela do carro balançava os cabelos do Caio. O que particularmente, era um charme e tanto.

Ele percebeu que eu o observava, então sorriu, aproveitando-se do sinal fechado para se inclinar em minha direção e me dar um leve beijo.

Chegando em casa, nos arrumamos para ir ao culto. Seria a quarta ou quinta vez que eu iria a igreja, desde quê acordei do coma.

[...]

- Essa semana me contaram uma história, e agora eu vou passar a vocês.- O pastor falou depois de alguns minutos de ministração.- Havia dois amigos, ambos estavam fazendo uma grande viagem, no meio do caminho um dos amigos começou a passar mal por conta da falta de água. O outro amigo correu em busca de água, até que conseguiu achar um pequeno córrego e levou a água, para todos os efeitos, aquela água ressuscitou o amigo que estava morrendo. Após beber a água o ex moribundo perguntou: "onde você conseguiu essa água?" Prontamente o jovem mostrou ao seu amigo onde havia pego a água. Curioso eles continuaram a investigar de onde aquela água vinha. Seguiram pelo córrego até chegar a um Lago, nesse lago havia um cavalo morto e a água que passava pelo córrego era a mesma que passava pelas entranhas do cavalo. O rapaz que bebeu a água olhou para o amigo e perguntou. "Você me deu água de um cavalo podre?" O jovem olhou para ele é lhe fez outra pergunta. "A água matou sua sede?"- Ele olhou para a bíblia e depois voltou a olhar para a igreja. - Muitos vivem na ilusão de que quem está no púlpito é alguém inatingível. Igreja, hoje eu venho dizer uma verdade... assim como qualquer outro ser humano, eu peco, me sinto desanimado. Confesso que tem vezes que eu sou semelhante ao cavalo podre da história. A água.- Ele levanta a bíblia para que toda igreja a veja.- Ela mata a sua sede, embora venha de um cavalo podre... Somos pessoas buscando a perfeição em Deus...

CONTINUA