Capítulo Dezesseis

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Acordei na manhã seguinte e eu estava sozinha na cama, me levantei e encarei-me no espelho.

- Eu estou horrível!- Falei para mim mesma.

Olhei no relógio e percebi que Caio já estava no trabalho.
Tomei banho e sai enrolada na toalha.

- Droga!- Falei ao perceber que Caio havia se esquecido a pasta dele.- A reunião.

Me arrumei o mais rápido que eu consegui e peguei um táxi, indo para a empresa do Caio.

Entrei no elevador e apertei o botão que indicava o andar do escritório dele..

- Por favor não tenha começado a reunião.

A porta se abriu e eu corri para o escritório, parando no caminho apenas para cumprimentar a secretária do meu marido.

Abri a porta sem bater, me arrependi no mesmo instante. Ali senti meu mundo cair, de novo!

- Desculpa, não quis atrapalhar.- Falei fechando a porta.- Entregue isso ao Caio por mim.- Pedi a Rosa.

- Dona Regina está tudo bem?- Perguntou preocupada.

- Está sim.- Falei indo para o elevador.
Pude ver o Caio sair da sala dele antes da porta se fechar.

Sem olhar para trás eu voltei para o táxi e pedi para ele me tirar dali. No caminho a cena do meu marido beijando outra mulher repassou na minha mente, me fazendo chorar.

- Moça você está bem?- O taxista indagou me olhando do retrovisor.

- Estou sim.- Sequei as lágrimas com as costas da mão.

- Para onde devo leva-la?- Perguntou educadamente.

Olhei e percebi que ele havia me levado para um bosque, estava tudo tranquilo do lado de fora. Algumas pessoas estavam caminhando do lado de fora.

- Eu vou ficar aqui mesmo.- Falei o pagando e saindo do carro.

Meu telefone tocou, olhei o nome do Caio piscando no visor e o ignorei.
De repente meu cérebro me lembrou das diversas vezes que eu o trai, e que ele ainda estava comigo.
Mas eu mudei, eu literalmente tive um reset na minha vida.

A ligação caiu na caixa postal antes de eu guardar o telefone no bolso novamente.

Andei um pouco e depois me sentei em um banco próximo mergulhei em meus pensamentos.

[...]

- Imaginei que você estivesse aqui.- Cristina se sentou ao meu lado no banco. Eu não fazia idéia de quanto tempo havia se passado.

- Caio pediu para você vir?

- Não, ele não sabe que eu vim aqui.- Ela cruzou as pernas e olhou para frente.

- Era disso que eu tinha medo.- Falei fazendo ela olhar para mim.- De tudo começar a dar certo, e de repente tudo desmoranar na minha frente.

- Você pelo menos deu a ele a chance de se explicar?- Neguei. - Regina, quem esperaria três anos pra trair a esposa? Se ele não te ama mais então por que não seguiu em frente quando pôde?

- Não sei, talvez ele queira se vingar pelo que eu fiz a ele.

- Ele não é assim.- Suspirei ao ouvir meu telefone tocar novamente.- Não vai atender?- Indagou olhando o telefone em minhas mãos. Como ela percebeu que eu não ia fazer nada, pegou o telefone e o atendeu.- Alô? Não Caio, não é a Regina.- Ela deu uma breve pausa.- Não posso dizer onde ela está.- Pausa de novo.- Deixa as coisas se acalmarem.- E mais uma pausa.- Tudo bem, tchau.- Ela me devolveu o celular.- Ele está preocupado.- Dei de ombros.

Já estava escurecendo quando ela se levantou.

- Vem.- Estendeu a mão para me ajudar a levantar.

- Eu não vou voltar para casa.

- Eu sei disso.- Falou revirando os olhos.- Por isso vou te levar para minha casa até você decidir conversar com o Caio.

Eu revirei os olhos mas concordei em ir.

O caminho todo eu fui em silêncio, Cristina até tentou conversar mas eu a ignorei.

Chegando na casa da minha irmã fui recebida por um abraço de meus sobrinhos.

- Tia vamos brincar?- Indagou a Laurinha.

- Filha a tia Regina está um pouco cansada agora, amanhã vocês brincam com ela. 

Laurinha fez um bico mas concordou, obedecendo a ordem da Cristina de ir se arrumar para dormir.

Fui para o quarto de hóspedes acompanhada da minha irmã.

- Regina...- Cris começou a falar mas eu a cortei.

- Por favor não fala dele.- Pedi deixando que  as lágrimas que eu segurei o dia todo viessem a tona. - Eu só quero dormi e esquecer o dia de hoje.

Ela me puxou para um abraço e afagou meus cabelos.

- Tudo bem!- Suspirou comprimindo os lábios. - Amanhã a gente conversa e você vai me escutar.

Assenti antes dela sair do quarto.

Olhei para o lado de fora, o céu estava sem estrelas. Com certeza iria chover, pelo menos estaria em sintonia com minhas emoções naquele momento....

CONTINUA

O  DespertarOnde histórias criam vida. Descubra agora