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Era como o pior dia da minha vida novamente. Não tinha morte, mas, a dor era a mesma.

Meu peito me sufocava, sendo afogada entre lágrimas.

Penso no mal que causei, nas lágrimas que irei fazer cair, mas, acima de tudo, penso que deixarei memórias boas para si, como nossas noites de amor, as vezes que cantei enquanto ele tocava, nossos toques...

Enquanto eu encho uma mala com algumas roupas, livros e outras porcarias, eu me sinto como um ladrão se movendo rapidamente antes da sua vítima chegar em casa. É então  percebi que era exatamente isso que eu era:Um ladrão me roubando de mim mesma.

Eu queria gritar entre os quatro cantos do mundo, que eu não era aquilo que ele acabará de ver, que eu o amava mais que tudo, mas, eu sabia oque era melhor para ele, é eu não fazia parte disso.

O melhor para ele era longe de mim, longe do caos que sou.

Sussurro baixinho uma oração, é imploro para Deus que não o deixe me esquecer, mesmo depois de tudo, mas que ele seja feliz, como eu nunca poderei ser, que seus sonhos sejam realizados e que finalmente encontre alguém que não precise dizer adeus.

Eu pedi para Deus cuidar dele, já que eu não posso mais.

[...]

Sempre me pergunto para onde os pássaros vão quando chove, da mesma maneira tento adivinhar onde ele está quando me sinto sozinha.

Talvez eu seja a chuva e ele o pássaro livre, cantando sua música em outro lugar.

Meu amor é como uma estrela, você não pode sempre me ver, mas sabe que eu estarei lá...

O Veneno do Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora