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Encolhida dentro daquela sala repleta de espelhos eu soluço baixo, sentindo meu peito arder juntamente com as lágrimas. Fecho os olhos para tentar fugir de mim, fugir da realidade, mas, o caos continua em minha mente.

Nunca senti tanta vontade de morrer.

Abro os olhos devagar, encarando meu reflexo; Meus cabelos longos e castanhos estão bagunçados, meu rosto agora preto pela maquiagem derretida com as lágrimas, é, aquelas roupas, que diferente de antes, tem volume com meu corpo e minhas curvas.

Cerro os dentes. Eu não queria crescer, pelo menos eles não olhariam para mim.

Minha garganta arde assim que engulo o choro com força.

Respiro fundo três vezes e finalmente consigo abrir a boca.

Eu:Era uma vez
O dia em que todo dia era bom
Delicioso gosto e o bom gosto
Das nuvens serem feitas de algodão
Dava pra ser herói
No mesmo dia em que escolhia ser vilão
E acabava tudo em lanche, um banho quente
E talvez um arranhão
Dava pra ver
A ingenuidade, a inocência cantando no tom
Milhões de mundos e universos tão reais
Quanto a nossa imaginação
Bastava um colo, um carinho
E o remédio era beijo e proteção
Tudo voltava a ser novo no outro dia
Sem muita preocupação
É que a gente quer crescer
E quando cresce quer voltar do início
Porque um joelho ralado
Dói bem menos que um coração partido
É que a gente quer crescer
E quando cresce quer voltar do início
Porque um joelho ralado
Dói bem menos que um coração partido
Da pra viver
Mesmo depois de descobrir que o mundo ficou mal
É só não permitir que a maldade do mundo
Te pareça normal
Pra não perder a magia de acreditar
Na felicidade real
E entender que ela mora no caminho
E não no final
É que a gente quer crescer
E quando cresce quer voltar do início
Porque um joelho ralado
Dói bem menos que um coração partido
É que a gente quer crescer
E quando cresce quer voltar do início
Porque um joelho ralado
Dói bem menos que um coração partido
Era uma vez...

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