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Eu:Oque você faz por aqui? — Mudo de assunto.

Lucca:Esfriar a cabeça.

Continuo a encarar os carros com pessoas apresadas que curculam por ali.

Mal sabe, Lucca Campbell, que estamos aqui fazendo praticamente a mesma coisa, mas, por motivos diferentes.

Olho para cima, até onde aquela grade chega, é, por algum motivo, penso na sensação que me traria se estivesse lá em cima.

Seguro firme no ferro grosso e começo a subir, sem pensar no nas consequências, apenas na sensação.

Um pouco antes de chegar ao topo, fecho os olhos e abro os braços, deixando meus cabelos ser levados pelo vento e um sorriso escapar dos meus lábios.

Lucca:Margo, desça dai, você pode morrer! — Grita, nervoso.

Riu alto, em êxtase.

Margo:Nosso tempo nesse mundo é limitado. É eventualmente, iremos dormir e nunca mais acordar. — Grito, controlando as lágrimas que se acomularam em meus olhos.

Desço devagar, respirando fundo algumas vezes, para não me parecer fraca na sua frente.

Lucca:Você é maluca, garota. — Ri.

Solto uma gargalhada, jogando a cabeça para trás. Gosto quando me chamam assim.

Eu:Todos vamos morrer um dia, Lucca. Não sei quando irei morrer, então, quando me dá vontade de fazer algo, eu apenas faço. Você deveria experimentar.

Lucca:É, acho que sim.

Meus dedos se voltam para a grade, e sinto seus olhos correr meu corpo, então, me lembro da minha realidade...

Ele não faz idéia da roupa que visto por baixo desse sobretudo, e nem do que se tem por trás dos meus olhos. E ele não merece saber, ninguém merece.

Então, dou as costas e passo a caminhar para longe, deixando-o livre de uma tempestade.

Lucca:Margo, onde você vai?

Eu:São 4 da manhã, e perigoso para uma mulher estar aqui sozinha. — Finjo um riso, mais não o olho, para que ele não veja as lágrimas que começam a preencher meu rosto.

Lucca:Espere, eu te dou uma carona.

Eu:Não se preocupe, nós veremos mais tarde.

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