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Cambaleando naqueles saltos eu ando devagar, soltando a fumaça da maconha pela boca, sentindo o vento balançar meus cabelos, me trazendo uma sensação de paz, e ao mesmo tempo vazio.

Seguro na grade da ponte, olhando para a rua, onde carros passam de um lado para o outro, apressados. Aquilo me lembra quando cheguei aqui, quando essa rua era minha casa.

A aproximação de alguém acelera minha respiração, mas não me movo, apenas solto a fumaça mais uma vez. O medo passou a não fazer mais parte de mim.

— São 3 da manhã, e perigoso para uma mulher estar aqui sozinha.

Reconheço aquela voz, oque me faz rir baixo.

Eu:Gosto de coisas perigosas.

Não desvio meus olhos dos carros, pois, não quero ter que ver seus olhos perfeitamente lindos mais uma vez.

Lucca:Não esperava te encontrar aqui.

Solto a fumaça mais uma vez, e me obrigo a olhar para ele, encontrando seus olhos brilhantes de sempre.

Eu:Digo o mesmo, achei que você dormia cedo. — Seguro o riso, me referindo a sua aparência de "menino mimado".

Ele levanta as sobrancelhas.
Lucca:Oque quis dizer com isso?

Solto um riso nasal, balançando a cabeça em negatividade.

Eu:Você parece mimado pelos pais.

Ele ri.

Lucca:É você parece a rebelde da família.

Riu e volto a olhar para os carros. Eu queria ser a rebelde da família, mas, nem isso eu tenho.

Lucca:Oque faz por aqui? — Muda de assunto, para o meu alivio.

Eu:Acabei de terminar meu turno.

Lucca:Não sabia que o café ficava aberto a essas horas, — Ri fraco — Afinal, são 3 da manhã.

Riu de nervoso; Falei demais.

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