O frio invadia os meus braços, o que não era novidade porque sempre estava frio, sempre.
Eu estava ocupada me preocupando com a prova de matemática que eu teria no próximo tempo, e que eu não havia estudado, enquanto Anna e Sam conversavam sobre alguma coisa que eu não prestava atenção.
Foi quando eu me perdi e olhei pra pra frente. Foi quando eu vi um menino. Um menino um tanto quanto estranho.
Ele vestia preto e precisava cortar o cabelo.
Ele olhava pra mim paralisado, e eu queria parar de olhar, mas eu não conseguia. Sua pele pálida e seus cabelos escuros me chamaram muito atenção. Ele era perfeito.
Mas Sam e Anna nunca achariam ele perfeito. Iriam dizer que ele é magro demais, pálido demais e que deveria cortar o cabelo. É sempre o que elas falam dos caras que eu gosto. É porque eu não gosto daqueles caras que malham, e que tem o cabelo cortadinho e que se importam demais se o cabelo tá arrumado, ou não. O meu lance são os caras que gostam de indie e tem cabelo grande. É esquisito, eu sei, mas essa sou eu.
O sinal tocou e o menino fechou o caderno que tinha nas suas mãos, e levantou, saindo do campo.
-Madeline. - Eu olhei pra frente. Sam E Anna estavam descendo as arquibancadas. -Você vem?
-Podem ir, eu já vou. - E então, elas foram.
Eu coloquei todas as minhas coisas dentro da mochila e fui até a sala de matemática, correndo.
Quando eu cheguei lá, eu vi pessoas sentadas nas cadeiras, conservando e lendo coisas em papéis.
Até que o professor entrou.
Aquele era o sr. Andersen, o professor adorado por todas as garotas... exceto, eu. Ele era bonito, mas como eu disse, ele não é o tipo de cara que eu acho muito gato e que ganha o meu coração de primeira, sabe?
Ele tem o corpo malhado (é um ponto negativo), tem o cabelo arrumadinho (outro ponto negativo), mas ele usa roupas legais (e isso é bom, eu acho). Mas ele é um cara legal, e ele é professor de matemática, o que faz todo mundo prestar a atenção em matemática.Eu fui até o meu lugar e me sentei lá. No fundo da sala. Mesmo a sala sendo pequena o suficiente pra "não ter" um fundo.
-Bom dia. - Ele colocou as coisas em cima de sua mesa. -Eu vou entregar as provas, e quando acabarem podem...
Ele disse mais algumas coisas, mas a minha mente só pensava em duas coisas: no F que eu iria tirar porque eu não estudei pra prova, porque eu estava ocupada demais jogando jogos, que me viciaram; e no menino que estava sentado sozinho.
Assim que a prova chegou até mim, eu a fiz. E eu não fui tão mal, porque eu ganhei um C.
× × ×
Eu tenho dois irmãos. Dois irmãos muito irritantes.
Meu irmão mais velho, Jonah, ele tem 18 anos. E Izzy, tem 9. E eu, 14.
Jonah só pensa no carro e na namorada. Izzy só pensa em video-game e em como a escola é chata. E eu só penso em filmes e desenhos.
Eu gosto muito de desenhar. Tipo muito mesmo, você não tá entendendo. Eu desenho muita coisa, qualquer coisa que eu vejo e gosto, como o sorvete que eu comi hoje há tarde, ou um roupa que eu vi na vitrine de um loja, ou o menino da arquibancada, mesmo eu não tendo visto o seu rosto de perto.
O menino que eu não sabia o nome, e o grande fato de que aquilo me perturbava.
Enquanto Izzy via um filme, eu desenhava.

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I should hate you. 🌼 Finn Wolfhard. (Concluída)
FanficEstávamos sentados nas arquibancadas do campo. Foi a primeira vez que eu vi você. Você olhava pra mim paralisado, e foi o que aconteceu comigo também quando eu vi você. Eu não estava perto o suficiente pra conseguir ver os seus detalhes, mas eu nunc...