Capítulo 2 - Pedro

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Fazia exatamente seis meses que a minha mulher me deixou. Hoje minha pequena Lorena acordou meio ruim, estava com febre e sua barriga estava dura, acho que é cólica. Coitadinha da minha pequena.

Decido levá-la ao hospital para consultar com a sua pediatra, mas como ela não estava disseram que tinha uma nova Dra. Mariana que iria atender.

Tive que fazer toda ficha com a recepcionista, percebi que ela ficou tempo demais me olhando.

— Senhor, poderia me falar seu nome completo e a sua idade?

— Claro, Pedro Motta Assunção, 28 anos. Sou pai da Lorena Motta Assunção, que neste exato momento está se contorcendo de dor, você sabe se a doutora vai demorar muito? — Acabei sendo grosso com ela, eu não posso perder mais alguém na minha vida.

— Como disse, ela logo chegará, não iria se atrasar no seu primeiro dia de trabalho. Agora se você quiser ajuda com sua linda bebê, posso ajudar. — Disse a recepcionista, tocando em minha mão, tratei logo de afastá-la.

— Não será preciso, sei cuidar da minha filha, agora se me der licença, vou me sentar.

Desde que minha mulher veio a falecer e acabou saindo na mídia por eu ser dono de um bar famoso, várias mulheres tentam se aproximar de mim, mas nenhuma realmente conseguiu, a única que ocupa meu coração é minha princesa Lorena, por quem eu faria de tudo.

Depois de duas pacientes saírem do consultório, uma das mães falou o nome da minha filha, então entrei e acabei fazendo a pior merda da minha vida, pois nunca tinha visto uma mulher tão bonita como aquela.

Sem esperar ela falou: — Pedro Motta Assunção? — Ela estendeu sua mão para mim, sua voz era rouca e muito bonita.

— Isso — peguei a sua mão. — A pediatra vai demorar? — olhei para os lados, pois a sua beleza estava me tirando à concentração, acabei vendo-a franzir a testa em minha direção.

— Prazer... Dra. Mariana Sanchez, a pediatra. — Dei um sorriso debochado.

— Tem certeza? — Apontei o dedo em sua direção. — Você tem idade para isso?

Ela deu a volta em sua mesa e pegou algo e veio em minha direção.

— Acho que isso deve bastar. — Quando dei uma olhada rápida fiquei muito sem graça por toda a situação.

— Me desculpe, eu não quis... — Ela nem esperou eu finalizar e começou a falar:

— E então Lorena, como eu posso te ajudar?

Pegou minha filha do meu colo. Elas ficaram muito lindas juntas, pare Pedro, tanta coisa para pensar e você pensando em como elas ficaram lindas, sua filha esta doente, digo ao meu subconsciente.

— Então doutora... Ela estava com febre e não estava passando, dei três gotas de dipirona e nada, parece que só piora.

— Você chegou a dar banho nela? Porque geralmente dipirona sobe a temperatura antes de baixar e por ela ser pequena ainda, tem risco de convulsões, o banho ajuda a febre a ceder.

— Não doutora, eu não dei... Devo ser o pior pai do mundo por não ter me dado conta que me esqueci de dar banho.

— Cadê a sua mulher? Isso não é questão de ser o pior homem do mundo e sim que às vezes a gente na hora do desespero acaba esquecendo. Fique tranquilo.

— Infelizmente sou pai solteiro, mas obrigado doutora.

— Me desculpe por isso, mas fique tranquilo logo ela estará melhor.

Encaminharam-nos dois para um quarto do hospital, onde eu poderia dar banho em minha pequena, dei um banho morno nela, que resmungava, assim que terminei coloquei uma roupa leve e deitei-a no berço, logo uma enfermeira disse que só iria liberar quando a febre cedesse e eu prontamente concordei. Sentei na poltrona que tinha do seu lado e segurei sua mãozinha tão pequena.

— Não quero te perder nunca, eu não vou suportar se te perder filha, eu te amo muito.

Como se ela sentisse, abriu os olhos e sorriu para mim.

Mas tarde ela foi liberada por um médico, eu claramente fiquei triste, pois esperava ver a doutora gata. Fomos embora para casa.

Chegando lá, como ela estava dormindo, coloquei-a no berço e arrumei a babá eletrônica perto dela, fui ao meu quarto pegar uma roupa para tomar um banho, entrei na banheira para além de tomar um banho poder relaxar um pouco.

Quando entrei na banheira comecei a pensar naquela doutora, sei que fiz pouco caso da idade dela, mas se for ver realmente ela é nova, acho que fez logo a faculdade, sabia o que queria isso que é bom, pessoa decidida do que quer.

Ouvi meu celular tocando, mas resolvi terminar meu banho para depois sair.

Quando sai da banheira meus pés e mãos estavam enrugados por causa da água, peguei uma toalha, e me sequei, coloquei uma cueca box e fui ver quem era, era um dos seguranças do meu bar. Resolvi ligar de volta mesmo prevendo que eram problemas.

No terceiro toque ele atendeu, parecia prever minha ligação.

— Fala Josias...

— A Sílvia está fazendo o maior barraco aqui no bar, falando que o senhor é dela, que ela teve que esperar por causa da sua falecida esposa, está gritando que essas mulheres vieram aqui para te ver. Eu estou com ela aqui fora, mas ela disse que não sai daqui da frente enquanto não falar com o senhor.

— Beleza Josias... Vou dar meu jeito, daqui uns trinta minutos. Estou por ai.

Chamei a vizinha que sempre que podia me ajudava com minha filha, era uma senhorinha de sessenta anos, dei um beijo em sua cabeça.

***

Assim que cheguei ao bar, ela estava sentada no chão, parecia que estava chorando, me aproximei e sentei ao seu lado:

— O que você está fazendo aqui?

— Você sabe que eu te amo desde aquele dia.

— Eu sei, mas te vejo como irmã, que tive que cuidar e ajudar a sobreviver.

— Mas como fica nós dois?

— Você bebeu, vou te levar pra casa e depois conversamos quando estiver sóbria. — Levei-a até o meu carro e assim que a coloquei dentro percebi que logo ela iria dormir.

Sai com o carro em direção à sua casa, assim que cheguei à amiga dela estava sentada na rede no lado de fora. Carreguei-a no colo e já fui entrando e, pedindo que me indicasse o quarto e fomos lá, coloquei-a na cama e dei um beijo em sua testa, um dia ela iria entender que faço isso por seu bem, iríamos viver infeliz se eu decidisse ficar com ela.

Fui embora para minha casa, peguei minha filha na vizinha, ela ainda estava dormindo, coloquei-a no berço e deitei na minha cama pensando em certa morena que cuidou da minha filha.

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Obrigada por lerem, comentem, votem e compartilhe com as amigas. 

Beijinhos, vou postar o 3 capítulo e volto só quinta dai. 

Tchau.

@nanacfabreti e Biah Gomes 

Era para ser assim ( Degustação) Está Na AmazonOnde histórias criam vida. Descubra agora