Eu sabia a fria em que estava me metendo, beijar outra mulher na frente da Silvia era o mesmo que assinar minha sentença de morte, no entanto, como eu poderia resistir à Mariana?
Ela era linda e estava agarrada ao meu corpo, parecia nervosa, seu coração batia tão rápido que eu podia senti-lo pulsando contra o meu peito. Sem contar, que por mais que eu soubesse o tamanho do problema que aquilo me causaria, naquele instante eu me esqueci de tudo, apenas beijei aqueles lábios que não saíram dos meus pensamentos, desde o dia em que pisei naquele consultório.
—Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui? —A voz estridente da Silvia me fez voltar para a realidade. Mesmo que sem querer, tive de me afastar da Mariana, e o fiz no momento certo.
Insana como costumava ser, a expressão em seu rosto parecia mais assustadora, e se sempre meu extinto foi de protegê-la, naquela noite, era eu quem deveria ter cuidado com ela.
—O que acha que vai fazer? —Segurei o seu braço, impedindo á tempo, que ela jogasse um copo de vidro contra a Mariana.
—Você é meu Pedro! —Silvia gritou e mesmo com o som alto, as pessoas mais próximas perceberam o inicio de confusão. —Sabe que eu não desisto fácil e eu sou capaz de acabar com todas as vagabunda que cruzarem o meu caminho!
—Espera aí! —A Mariana colocou-se entre mim e a Silvia com o dedo em riste. — Veja bem como fala comigo...
Virei-me de costas para a Silvia, e vendo que a Mariana não era do tipo que se amedrontava, decidi acabar com aquilo, antes que o desastre fosse maior.
—Deixa que eu cuido dela—falei olhando em seus olhos. —Vou dar um jeito de colocar essa louca pra fora daqui...Eu já volto pra gente conversar.
Não sei como a Mariana interpretou aquilo, mas seu ar de decepção dava a mim, uma boa noção de que eu teria um belo trabalho para fazê-la entender qual era o tipo de relação que eu tinha com a Silvia.
Sem mais, segurei-a pelo braço e sem me importar com o que as pessoas estavam pensando, segui praticamente arrastando-a rumo á saída do bar.
—Dessa vez você passou de todos os limites! —rosnei entre os dentes, vendo que ela percebera que eu não estava para brincadeiras.
—Pedro...O que eu posso fazer se eu te amo? —Sua voz mole, denunciava que havia muito álcool em suas veias.
—Vou chamar um táxi pra você, Silvia. —Peguei o celular em meu bolso pronto para discar. —Vá pra sua casa e pense no quanto tem infernizado a minha vida.
Ela começou a chorar, enquanto eu passava o endereço ao motorista.
—Que droga, Pedro...Eu só quero comemorar com você... —Ela tentava me beijar. —Por favor, me deixa ficar.
Respirei fundo, precisava mandar oxigênio ao meu cérebro, do contrário, eu perderia a cabeça e largaria a Silvia sozinha naquele estacionamento.
— Eu estou de saco cheio disso... É sempre a mesma coisa, você me persegue, parece que gosta de provocar os piores sentimentos em mim...
Ela enxugou as lágrimas com as costas das mãos e fez um beicinho como se fosse uma criança mimada.
—Se me deixasse cuidar de você, da Lorena...Seríamos uma família feliz e todos os seus problemas seriam resolvidos.
O táxi chegou e eu agradeci á Deus em pensamentos, tinha medo de que a Mariana não esperasse pela minha volta e eu apenas queria terminar o que tínhamos começado.
— Ela explica o endereço para o senhor—avisei, entregando o dinheiro para ele, sabia que era mais do que custava uma corrida até a casa da Silvia, no entanto, pagaria o que fosse para que ela chegasse segura.
—Não vou entrar. —Ela cruzou os braços enquanto eu abria a porta do carro.
—Quer saber? Faça o que quiser, mas no bar você não entra, portanto, se quiser dar o seu show, vai ser aqui, do lado de fora! —Dei de ombros e pus-me a caminhar.
Ouvi que ela resmungou alguma coisa, mesmo assim eu ignorei, estava realmente de saco cheio...A Silvia me dava muito mais trabalho do que a Lorena, que era apenas um bebê.
—Você vai se arrepender por me tratar assim! —Ela gritou, mas entrou no taxi. Bateu a porta com tanta força que mesmo de longe eu pude ouvir.
De qualquer forma, dei ordem aos seguranças que não a deixassem entrar, temia que ela voltasse e naquela noite a minha paciência havia se esgotado.
Ainda estava conversando com eles quando vi a Marina e sua amiga passando pela saída. As segui com meus olhos e quando ela desativou o alarme de um carro que estava estacionado do outro lado da rua, tive a certeza de que a Silvia tinha mesmo conseguido arruinar a minha noite.
Ela estava pronta para sentar no banco do seu carro, quando eu a impedi de fechar a porta.
—Aonde a senhorita pensa que vai?
Ela arregalou os olhos, era linda.
—Acho que essa noite já deu pra mim... —afirmou desviando seu olhar e seu rosto se avermelhou como o de uma adolescente envergonhada.
—Não vou deixar que vá embora sem que eu me explique... —Falei sério, morrendo de medo de que ela me achasse problemático demais.
— Não, Pedro...Você não me deve explicação alguma. — Ela ficou os olhos no volante.
— Oi gente! Eu estou aqui e adoraria voltar para a festa... Só pra constar— a Luiza disse em tom de escárnio, depois de pigarrear.
— Já disse que se quiser pode ficar...Eu vou pra casa sozinha, sem problemas... — Ela encarou a amiga.
— Luiza, volta pro bar...Deixa eu conversar a sós com a "Doutora Mariana Teimosia"? — Quis provocá-la.
Antes mesmo que a Mariana pudesse contestar, sua amiga abriu a porta do carro e correu de volta para a festa, eu dei a volta em torno do carro e me sentei no banco do seu lado.
— Pedro, eu não sei o que deu em mim... — Ele começou coma voz baixa. Estava envergonhada, mal conseguia me encarar.
Enquanto ela mordia os lábios buscando uma explicação pelo que fizera minutos atrás, eu só conseguia pensar que queria tê-la de volta em meus braços, e mais, não podia esperar.
— Vamos deixar as explicações pra depois... — Seguei-a pelos ombros. — Agora, deixa terminar aquele beijo. — Avisei e logo já colava meus lábios nos seus.
Enquanto, sem resistência ela me beijava, senti pela primeira vez depois da morte da minha esposa, uma mulher mexer comigo daquele jeito. Entendi ali, que a Mariana tinha grandes chances de ser o outro grande amor na minha vida...
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Feriadão... para vocês um capítulo, meus amores.
Esclarecimento: Então meninas muitas não sabem, mas esse livro é escrito por duas autoras, Biah Gomes e Nana C. Fabreti ( Autora de Meu Protetor ). É possível escrever em parceria e sintonia, eu e ela estamos dando muito bem juntas, as ideias combina uma com a outra.
Queríamos agradecer a todos que leem o livro e espero que estejam gostando,
Obrigada!
Votem, comente e compartilhe com a amiga....
Beijinhos meninas.
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Era para ser assim ( Degustação) Está Na Amazon
RomancePedro Motta Assunção é um homem que teve uma infância difícil, marcada por traumas e rejeições. Quando acredita ter encontrado a felicidade, uma tragédia marca sua vida e o coloca dentro de um grande desafio, criar sua filha recém- nascida, sozinho...