Capítulo 12 - Pedro

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Eu estava com pena do Pedro, isso era inegável, nós entanto, eu não podia simplesmente me render aos seus encantos. Ele havia me magoado muito e por mais que eu gostasse dele, gostava mais ainda de mim.

—Isso não vai acontecer... —Afastei-me porque sabia que do contrário, eu não resistiria.

—Mariana, eu sei que fui um idiota, isso eu não preciso que ninguém me fale, mas eu senti medo de você.

Balancei a cabeça em negação.

—Medo de mim? —Joguei minha cabeça para trás, rindo com sarcasmo do acabava de ouvir.

Pedro voltou a se aproximar e cada vez que eu sentia o calor do seu corpo atingindo o meu, ficava difícil não lembrar-me do sabor dos seus beijos.

—Como acha que eu me sinto diante de uma mulher tão interessante, bonita e inteligente como você? — Ele segurou o meu braço com delicadeza. —Você me assusta...Depois que nós conhecemos, a impressão que eu tenho é que nada basta, você me causa uma insatisfação comigo mesmo, como se eu precisasse ser melhor...

Olhei para ele, Pedro era um homem lindo, um pai maravilhoso, dono de duas empresas bem sucedidas e ainda achava que precisava melhorar?

—Vamos dividir um táxi? — desconversei.

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Morávamos em bairros totalmente opostos, mesmo assim, a vontade de estar mais um pouco na companhia da Mariana, falou mais alto. Juntos no banco de trás de um táxi, eu não conseguia parar de olhar para ela.

Que mulher eu tinha deixado escapar...Se não tivesse trocado os pés pelas mãos, àquela altura, certamente eu estaria com a minha filha em meus braços e ainda não precisaria ficar tentando pensar em uma maneira de fazer a pediatra mais linda do mundo, me perdoar.

—Está se sentindo bem? —ela perguntou depois que eu soltei um suspiro de dor.

—Mais ou menos... —Fui sincero. —Só estou com a cabeça um pouco atordoada e o coração doendo demais.

Ela estreitou os olhos em reprovação.

— Na sua casa tem comida...Eu quero dizer, comida de verdade. Legumes, verduras e...

—Claro que tem... —tive que interrompê-la. —Esqueceu que sou dono de uma academia? Eu sou adepto à alimentação saudável.

Ele cruzou os braços e fechou o rosto em uma expressão irritada.

—Então, quando chegar, faça uma sopa e tome, do contrário, amanhã não vai conseguir ficar em pé.

Respirei fundo, de repente, a tristeza pela falta da Lorena se fez maior, era assim, todas as vezes em que eu colocava os meus pés dentro de casa, um buraco tomava conta do meu peito, uma angústia crescente fazia com que eu não tivesse ânimo nem mesmo de cozinhar e eu só estava indo para o trabalho, porque tinha contas para pagar.

—Não imagina como vem sendo difícil para mim, esse afastamento da minha pequena, é como se tivessem arrancado a minha alma. —Encolhi os ombros.

Os olhos da Mariana ficaram marejados e ela segurou a minha mão.

—Moço... —ela se inclinou para frente, e pôs-se a falar com o motorista—, mudança de planos, vamos direto pra casa do bonitão aqui... — Deu três tapinhas no meu ombro.

Assim que chegamos á minha casa, apresentei cada o cômodo para a Mariana, por sorte, tudo estava bem organizado.

—Esse aqui é o quartinho da Lorena... —Empurrei a porta e me ative ao enfeite da porta, decoradas com ursinhos, cada letra do nome dela avisava que seu cantinho era ali.

Era para ser assim ( Degustação) Está Na AmazonOnde histórias criam vida. Descubra agora