"Você me ama?"

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- Querida Maraisa,

Há quem diga que, quando o sentimento não cabe mais em nós, ele escorre pelos olhos... No meu caso, escorre pelos dedos, em formas de palavras...

Você me preencheu no exato momento que sua imagem invadiu a minha retina. Toda aquela sensação de vazio se foi e você ocupou cada partezinha do meu ser com sua magnificente beleza.

Desde então, o que sinto por você tem me enchido cada vez mais, até que chegou ao ponto que transbordei e tive a necessidade de colocar para fora tudo que sinto...

Você é incrível e aquele que ousa te definir com algo menos que incrível não passa de um babaca tapado que não consegue observar a profundidade de seu olhar, a beleza estonteante e cativante de seu silêncio, a forma como você fica magnífica quando toma a palavra... Qualquer um pode atestar a beleza da sua voz ao cantar, mas meus ouvidos apurados pelos sentidos do amor afirmam sem medo de errar que a sua risada é a melodia mais harmoniosa e esplêndida que já ouvi. Vai parecer um clichezão, mas eu acho que a pessoa que inventou a expressão "sua risada é tão linda que deveria tocar no rádio" estava falando exatamente de você.

Eu seria capaz de tudo só para colocar um belo sorriso em seus lábios, como forma de agradecimento por você tornar meus dias melhores e também porque você fica linda sorrindo.

Espero que, com essas linhas bagunçadas, você entenda duas coisas:
1 - existem pessoas no mundo que são felizes simplesmente porque você existe. Eu sou uma delas;
2 - Você é uma pessoa incrível e maravilhosa! Não permita que tentem te provar o contrário.

Independentemente se você seguiu as regras ou não, agradeço por ter lido a segunda carta... Até a próxima!

Com amor,
S."

Maraisa reflete sobre as palavras da carta. Será que Hugo pensava que ela era assim tão incrível como a pessoa da carta afirmava? Tudo indicava que não!

As palavras lidas começam a "martelar" na cabeça de Maraisa. No fundo, ela sempre quis ser amada assim.

Era a boa a sensação de ler palavras tão bonitas. Ela acabou relendo a carta mais de uma vez, até que o sono bateu e ela acabou adormecendo.
***
Maiara se aconchega nos braços de Luiz e adormece. Enquanto isso, Luiz a observava e contornava os traços do rosto dela com a ponta dos dedos. Em sua mente, ele tentava entender como a relação deles havia chegado naquela fase em que eles mal se viam e, quando estavam juntos, passavam a maior parte do tempo brigando. Ele amava Maiara e tinha a certeza que ela o amava também. Queria que as coisas mudassem e estava disposto a lutar pelo amor deles até o fim.

Assim que percebe que Maiara estava num sono mais pesado, Luiz acaricia o rosto dela e lhe beija a testa.

- Amor. - ele sussurra - A gente precisa ir para o quarto.

Ela resmunga coisas sem nexo e ele a chacoalha de leve.

- A gente não pode dormir sem roupa na sala. - ele volta a falar enquanto tenta acordá-la.

Ela faz um biquinho e continua a dormir. Ele sorri com a cena fofinha, beija os lábios da noiva e se levanta. Assim que encontra sua roupa, veste a cueca e a calça. Depois junta as roupas da Maiara e as coloca sobre o sofá. A camisa dele serve de coberta para a "bela adormecida". Ele a envolve com a camisa e a ergue do chão.

Era difícil subir as escadas no escuro com a Maiara dormindo em seu colo, mas Luiz consegue cumprir a missão bravamente.

Quando chega ao corredor, agradece por a porta do quarto estar aberta. Isso facilitou muito sua vida.

Querida MaraisaOnde histórias criam vida. Descubra agora