Blind Eye

09

Acordei com o cheirinho do café. — Ela desce sorrindo — Já estou desacostumada. — Abraça o pai.

— O prazer é todo meu! — Ele ri.

     Durante o café eles mantém uma conversa leve e fácil, Stanley era de fato seu melhor amigo.

     Mary continuou em casa até a noite, jantou com pai e só então se preparou para partir.

— Estou indo.

— Tinha que ter ido quando ainda era dia filha. — Ele a abraça.

— Não se preocupe! — Ela retribui o abraço.

— Nem falou com o Jake, está tudo bem entre vocês?

— Sim, eu liguei para ele. — Mente — Tenho que ir pai, te amo! — Ela beija seu rosto e sai.

    [ ... ]

   Chegando no Campus estava tudo deserto. Mary foi  até a sala dos professores, deu dois toques na porta.

— Entra!

     Ao entrar na sala Mary Kate deu de cara com um grupo pequeno de professores e reconheceu Austin no meio.

— Oi, desculpa o incômodo professor Hughes — Ela diz se aproximando do professor — eu gostaria de perguntar se o senhor não sabe onde fica o dormitório do Rusell. Ele não me disse e na secretaria eles não gostam de passar esse tipo de informação então... pensei que o senhor poderia me dizer, é para tratar de questões acadêmicas.

    Ele estreita os olhos

— Sei sim, vou te falar mas tome cuidado Mary! Sei que não devo dizer mas, enfim... Terrence é um tanto difícil.

    Ele pega uma caneta e um pedaço de papel e anota o endereço.

   Mary dá um breve sorriso e engole seco com o que o professor havia acabado de insinuar e com o fato de agora saber o primeiro nome do garoto.

   A fraternidade dele ficava bem longe da dela, um garoto estava saindo quando ela chegou.

— Ei, sabe o número do quarto do Russell? Cabelo castanhos, olhos azuis...

— Sim, o dele é o 6. Mas ele não e de receber visitas então vê se não arranja problema garota!

    Mary corre até o quarto e sente um arrepio na espinha, toma coragem e bate na porta:

— Já vai! — Ouve o garoto gritar. Ele a encara surpreso quando a vê do outro lado da porta.

— Oi! — Ela encara seus olhos.

— O que você quer?— Diz dando um trago em seu cigarro — Pode chupar meu dedo de novo.— Provoca fazendo-a lembrar do fatídico ato na noite da festa.

   Mary finge que não ouve a provocação.

— Eu estou aqui para dar um aviso, fique longe da Lucille, ela não é para o seu bico!

    O garoto gargalha

— Recado dado! — Ele ameaça fechar a porta mas ela coloca o pé impedindo.

— Eu estou falando sério, fique longe dela!

— Ou o que?— Ele a encara

— Ou você vai ver! — Ameaça e sai.

    Mary queria ter um argumento mais convincente ou até mais maduro  para usar, mas não conseguiu pensar em nada.

   [ ... ]                                                      

Mary Kate

     Acordei assustada, olhei o relógio na cabeceira da minha cama: 8:00. 

      Tomei um banho quente e coloquei um conjunto de moletom confortável, em seguida fui direto para o refeitório comer alguma coisa.

      Eu estava com uma sensação muito estranha no peito. Talvez pelo fato de Lucille estar se envolvendo com Terrence, era estranho mas de alguma forma isso me incomoda. Talvez porque ele não é uma boa pessoa, de fato é por isso.