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Mary Kate

— Oi Indiana Jones! — Saldou Lucille quando entrei.

    Mary ri e encara a garota.

— Oi!

— Descobriu algo sobre o seu príncipe misterioso? Está eufórica!

    Eu não queria falar com Lucille sobre o Terrence, ela não me apoiou então não achei certo coloca-la dentro dos detalhes do plano.

— Não!

— Hm.. Nenhuma novidade com o Jake?

— Não, esquece o Jake Lucille.

— Ele é seu namorado Mary, quando estragar tudo não diga que eu não avisei.

— Eu não vou dizer!

     [ ... ]

    No dia seguinte eu fui para a aula e o tempo passou bem devagar, talvez por conta da minha ansiedade. Estava feliz por não ter visto Terrence desde então.

    Quando deu 18:15 Hughes me liga:

— Mary?

— Oi?

— Estou indo para a sala do Davis, vá se encaminhado para lá.

— Ok... como vai ser?

— Vai ser algo bem simples...— Ele começa a explicar

— Certo, nos falamos depois. — Desligo.

    Me encaminho para a sala de Davis, fico do lado de fora abaixada perto da janela que tem ao lado da sua mesa.

    Escuto alguém bater na porta.

— Pode entrar! — Davis grita

    Me levanto um pouco para espiar os dois.

— Oi parceiro! — Hughes aparece na porta e sorri

— Austin! — Sorri — Entra aí...

— Na verdade vim te chamar para um café. — Hughes se senta na cadeira de frente para o psicólogo.

— Cairia bem agora, vamos sim! — Se levanta e veste seu blazer.

— Vamos! — Hughes levanta e vejo ele deixar o telefone na cadeira.

    Davis desliga a luz e os dois saem, eu estava trémula.

Narrador

— Merda! — Hughes diz com a mão no bolso logo depois deles saírem da sala.

— O que?

— Esqueci meu telefone na cadeira...

— Você e sua cabeça.. — Sorri e entrega a chave para o amigo — pega lá, mas não demora. Ou vou sem você! — Ameaça sorrindo.

    Hughes ri e entra na sala destranca a janela e ajuda Mary a pular.

— Seja rápida e não tire nada do lugar. A janela só pode ser aberta por dentro então não esqueça nada aqui, e cuidado com o braço!

     A menina assente e Hughes sai depois de pegar o telefone.

Mary Kate

    Meu coração estava quase saindo pela boca, mas eu tinha que ser rápida. Peguei meu celular e liguei a lanterna, fui até a estante onde tinha as pastas com os arquivos que Hughes tinha me avisado. Comecei a procurar pela inicial T e não foi difícil logo achei Terrence.

    A pasta dele e estava quase vazia, peguei o único papel que tinha ali. Coloquei a pasta no lugar. Pulei a janela com dificuldade, coloquei o papel em baixo do braço imobilizado e fechei a janela com o braço bom. Corri para meu o quarto, eu estava extremamente nervosa e por um milagre Lucille estava dormindo.

    Sentei na minha cama e acendi meu abajur, segurei o papel na mãos e comecei a ler.

Paciente: Terrence Russell Griffin

— Griffin... — repito ao ler o sobrenome até então desconhecido por mim.

Breve avaliação:

Introspectivo, não gosta de falar sobre sua vida pessoal. Nutre um sentimento de culpa/remorso devido à morte da mãe. Não tem uma boa relação com a família.

Coisas importantes: Pode ter tendências manipuladoras, tenta me colocar no papel de paciente e me deixar constrangido quando se sente pressionado, em uma tentativa de não falar de suas dores e sentimentos. Tem histórico de ser agressivo(não pareceu para mim).

Possível tratamento:  terapia, conversa, interação.

    Leio tudo com muita atenção.

    Eu nunca iria imaginar o quanto ele havia sofrido,e o mal que esses traumas lhe causou.

    Pego meu telefone para tirar uma foto da folha, e assim que eu tiro meu telefone toca.

— Oi,e ai? — Era Hughes.

— Vou te mandar a foto.

— Para mim não é uma grande novidade, eu já sabia que ele era problemático. — Confessa após receber a fotografia.

    Suspiro

— Não se esqueça de colocar no mesmo lugar amanhã. Na hora do almoço ele sai da sala e deixa destrancada.

— Tudo bem! Eu preciso dormir um pouco, então... Boa noite!

— Sei que esse garoto mexe com você Mary, mas ele não te merece. Não embarca nessa!

    Fico em silencio uns segundos

— Nos vemos amanha! — Desligo

     Levanto e guardo o papel no meu armário, deito na cama e pego no sono com facilidade.

Blind EyeOnde histórias criam vida. Descubra agora