Escuto um estouro da porta bater e vou até a sala ver, tinha certeza que era Júlia. Ela saiu pra ir ao mercado e ainda não tinha chegado.
- Júlia, você não precisa bater a porta desse jeito. Você não tem modos mesmo. - Digo chegando na sala levando um susto.
- Oi amiga. - Ela diz sentada ao lado de um japonês de cachos. - Esse aqui é o Mauro.
- Oi, tudo bem? - Digo assustada sem ao menos conseguir piscar.
- Beleza. - Ele riu tímido revelando um fofo par de covinhas.
- Ta tudo bem? - Júlia sem graça pergunta. Ela sabe que ele é amigo do Lucas e que eu vou matar ela.
- Tudo ótimo. - Respondo. - Podemos conversar? A sós.
- Depois, agora o Mauro ta aqui e nós vamos... - Ela tenta se esquivar.
- É rapidinho. Vem. - Digo a puxando pelo braço.
A puxei pelo braço até o quarto e fechei a porta. Júlia ia me ouvir, ah se ia!
- Por que o Mauro ta na nossa sala? - Pergunto com as duas mãos na cintura.
- Ele veio visitar o Lucas e ele não tava. Aí o convenci a vir pra cá. - Ela responde sentada sob a cama.
- Você sabe que ele é amigo do Lucas e mesmo assim o traz pra cá? - Minha vontade era de gritar mas eu cochichava.
- E o que eu tenho a ver com isso? Desde antes eu tava afim dele, desde o dia que eu os encontrei no elevador. Hoje tive a oportunidade de falar com ele e então aproveitei. - Ela levanta de cima da cama e para de frente pro espelho se olhando.
- Ta mas e agora? - Dessa vez sou eu quem se senta sob a cama olhando pro nada.
- Olha, pelo que pude perceber ele não te reconheceu. Então continua assim como se você fosse apenas uma vizinha do amigo dele que não o conhece.
- Será?
- Claro, agora vamos voltar pra sala por que ele ta lá me esperando. - Ela me puxa de cima da cama e me empurra em direção a porta. - Você fica um pouco lá e depois sai, não quero você de vela.
Júlia volta pra sala e me arrasta junto com ela, ela senta praticamente grudada com o menino, era visível o desconforto dele mas Júlia parecia estar cega e ficava rindo e passando a mão nele.
- Ju, você não ia fazer pipoca pra assistirmos o filme? - Perguntei.
- Claro. - Ela diz levantando. - Eu já volto ta Maurinho?
Ele apenas assente com a cabeça e ela sai, ele e eu nos entreolhamos e caímos na risada.
- Muito obrigado. - Ele diz.
- Imagina. Percebi que você estava desconfortável. - Respondi.
Ele piscou de uma maneira tão fofa que eu não consegui controlar e acabei sorrindo. Ele ria também sem mostrar os dentes dando ênfase aquelas covinhas super fofas.
- Voltei amores. - Júlia volta estragando todo clima.
- Que bom. - Mauro disse desanimado partindo meu coração de dó da Júlia e da sua animação.
- Maurinho você pode pegar pipoca tá? - Ela entrega o pote e ele pega algumas pipocas.
- Vocês estão morando aqui há muito tempo? - Ele pergunta colocando pipoca na boca.
- Há menos de duas semanas. - Respondo.
- Vocês já conheceram o T3ddy? - Ele pergunta.
Nesse momento eu me engasgo com a pipoca e começo numa crise ridícula de tosse. Júlia levanta e começa a bater nas minhas costas até eu parar de tossir.
- Só no elevador né Maria? - Júlia diz e eu afirmo apontando o polegar.
- Ah verdade. Ele falou de vocês. - Mauro fala e eu me engasgo novamente.
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Tinder - T3ddy
Fanfiction🚫 NÃO AUTORIZO ADAPTAÇÕES Uma nova casa, uma nova vida, um novo vizinho, um novo aplicativo... Um novo amor?