Leveza || XXXIV

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Acordo no outro dia com uma sensação boa, pensar que estava próximo de contar toda a verdade pro Lucas me dava uma sensação de calma.

Levantei antes da Júlia e fui me arrumar, logo após peguei uma maçã e abri a porta da sacada, pela primeira vez depois que comecei a morar nesse apartamento eu venho aqui. Antes disso só me sentava perto da porta e ficava olhando lá fora, mas daqui a visão é bem mais bonita. Consigo ver a cidade, a movimentação, as pessoas. O sol aquece além do meu corpo, sinto como se ele de alguma forma entrasse em contato com o meu interior. Fecho meus olhos e sinto essa energia percorrer o meu corpo, fico assim até ser interrompida dos meus pensamentos.

- Bom dia.. - A voz do Lucas ecoa e eu olho pra cima. Ele estava sorrindo com uma carinha de sono muito fofa.

- Bom dia. - sorrio pra ele com dificuldade por conta do Sol.

- Dormiu bem? - Ele me questiona.

- Sim. E você?

- Não tão bem quanto se você dormisse comigo. - Faz bico.

- Idiota. - Sorrio.

- Sobe aqui. - Ele pede.

- E a Júlia? - Pergunto.

-  Não tem problema, acorda ela.

- Tem sim, não vou acordar ela.

- Então vamos dar uma caminhada. Você e eu.

- Ta bom. Vou trocar de roupa e já te encontro. - Sorrio e volto pro apartamento.

Tiro o pijama que estava usando e coloco uma roupa confortável de caminhada, prendo o cabelo em um rabo de cavalo alto, pego meu celular e mando uma mensagem dizendo que estava pronta.

- Pegou a roupa emprestada com a Julia? - Ele me pergunta e eu fico nervosa, será que o Mauro comentou alguma coisa do que conversamos ontem.

- Peguei. - Ri fraco.

- Fica melhor em você. - Ele responde e da um sorriso, eu suspiro mais tranquila.

Ele segura minha mão e saímos caminhando pela rua. Ele contava algumas piadas ruins e eu ia, não por graça mas pelo jeito dele contar. De alguma forma era fofo o jeito desastrado dele.

- Ta cansada? - Ele pergunta.

- Sim, você caminha muito rápido pra uma pessoa sedentária como eu acompanhar. - Disse ofegante.

- Realmente. Percebi que há uns quarteirões atrás eu comecei a te arrastar. - Brinca.

- Foi quando eu comecei a cansar. - Disse e ele riu.

- Ta com fome?

- Nao. Eu comi na casa da Júlia. - Respondi.

- Ué, pensei que você tinha dito que ela estava dormindo quando você saiu. - Ele fala e eu sinto meu coração gelar.

- Eu peguei o que estava emcima da mesa. - Disse com a voz trêmula.

Queria a Júlia e seu incrível instinto pra mentira aqui.

- Ah bom. Acho legal que vocês sejam amigas, sabia?

- Ah é? Por que?

- Assim você vem pra casa dela com frequência e assim fica mais fácil a gente se ver. - Ele diz me abraçando de lado.

- Calma que não é pra tanto.

- Claro que é. Vocês até podiam morar juntas.

Não digo nada, apenas engulo saco e continuo caminhando.

Paramos em um café por que o Lucas reclamou de fome o caminho inteiro. Quando chegamos lá, ele pediu licença e foi ao banheiro. Eu fiquei sentada esperando ele voltar.

Depois de uns minutos ele volta, mas é parado por uma menina bonita, loira que o abraça e passa a mão no seu rosto. Sinto uma pontada no coração e uma certa dificuldade pra respirar.

Ciúmes?

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