Sufocada || LVII

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Conforme os dias iam passando Lucas e eu ficávamos mais próximos e com isso as pessoas a nossa volta ficavam cobrando que assumissimos um relacionamento. Mauro e Júlia só falavam disso, o que me irritava bastante, por que eles não cuidavam da vida deles e da relação que vivia entre tapas e beijos?

- Olha quem lembrou que tem casa.  - Júlia diz assim que me vê entrando pela porta.

- Não enche Júlia. - Digo fechando a porta.

- Já tá de mal humor ha essa hora? O que foi? T3ddynho não tá se comportando? - Me provoca.

- Em relação a isso eu não ando me preocupando. - Digo e ela ri. - Ele precisou acordar cedo e eu também.

- Maria e seu mal humor matinal. - Ela joga uma bolsa no seu ombro. - Bom eu vou indo.

- Onde você vai? - Pego uma maçã e mordo.

- Tenho vestibular.

- Outro? - Questiono.

- Sim, outro . Diferente de uma amiga minha aí que depois que arrumou namorado não fez mais nada a não ser que ficar o dia todo lambendo ele, eu quero um futuro.

- Primeiro, eu não tenho namorado. - Digo e ela cruza os braços. - Segundo, ontem mesmo eu fiz uma entrevista de emprego e estudo todos os dias pro vestibular.

- Primeiro, você não namora por que enrola o coitado do Lucas. E vocês dormem juntos todos os dias então isso já é um namoro. Segundo, espero que você consiga esse emprego e passe no vestibular se não a sua mãe busca você aqui e leva você amarrada de volta pra casa e eu fico sem a minha cozinheira.

- Júlia acho que você ta atrasada. - Digo olhando no relógio.

- Sempre que o assunto fica ruim pra você, você faz isso. Enfim, estou atrasada mesmo. - Ela sai pela porta. - Tchau Maria.

- Tchau. - Grito.

Me afundo no sofá, não aguentava mais o tédio desses últimos dias. Minha vida era ir pro apartamento do Lucas, ver ele gravar, ver ele editar, ver ele fazer as coisas dele e só ver. Os dias que eu não quero ir pra lá ele faz aquele drama de sempre e eu acabo cedendo, e aquilo tudo estava me irritando, o pior de tudo é que ainda tem gente que fica me pressionando em namorar.

O telefone toca, olho na tela e vejo que é o Lucas. Eu recém sai de lá o que será que ele quer? Ele liga duas vezes e eu não atendo, ele manda uma mensagem dizendo para eu subir. Não respondo, bloqueio o celular e me afundo ainda mais no sofá. Ligo a televisão e começo a trocar de canal sem parar, nada me interessava.

A campainha toca e eu vou atender, devia ser a Júlia, ela é muito esquecida, deve ter esquecido a caneta ou o celular.

- Por que você não me atende? - Nem ao menos abri a porta e Lucas começou a falar.

- Você me ligou? - Pergunto.

- Não se faz de desentendida Maria. - Ele entra porta a dentro olhando pra todos os lados. - Tem alguém ai?

- Não Lucas, não tem ninguém. - Reviro os olhos. - O que você queria comigo?

- Queria que você ficasse comigo, ué. - Ele me abraça.

- Não faz nem meia hora que eu vim pra cá.

- Eu sei, mas já tô com saudade. O que você tava fazendo?

- Assistindo filme. - Suspiro.

- Ah vamos assistir então. - Ele pega minha mão e me puxa até o sofá. - Faz pipoca pra nós.

Ele senta no sofá e eu fico de pé olhando pra ele, percebo que não tenho como fugir, então aceito, vou até a cozinha e faço a pipoca, pelo visto meu dia livre teria que ser adiado. Volto pra sala e entrego a pipoca ao Lucas, me sento no sofá e ele deita a cabeça no meu colo.

- Faz carinho em mim. - Ele diz pegando minha mão e colocando no seu cabelo.

- Como você é carente. - Digo alisando o cabelo dele.

- Culpa sua. - Ele diz olhando pra televisão.

Por mais que eu tivesse irritada acabo rindo, no fundo eu gosto do Lucas e desse jeito dele.

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