Capítulo 20 - Cobalto Amaldiçoado

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Mesmo que o futuro deixado não tenha salvação

Quero continuar a proteger minhas coisas preciosas

Para isso terei que desobedecer a Deus também

Sem hesitar, aguentarei e cometerei um pecado


Dear You - Hope - Higurashi no Naku Koro Ni

***

Cabelos tão negros quanto a noite,

E lábios tão vermelhos quanto o mais puro dos pecados,

Olhos de um azul tão profundo quanto o oceano,

Postura nobre de uma integrante da alta realeza,

Trajes de um negrume tão denso quanto a própria escuridão;

Ela seria "A cabeça" dos Brown.

***


- Senhor... - Tomás continuava a se debulhar em lágrimas, segurando o corpo de seu pequeno mestre em seus braços fartos. - Não...

Eu me recuso a acreditar nisso..., pensou Emily.

- Você... o que fez com ele...? - Murmurou, concentrando-se em levar essas palavras ao espírito maligno que a usava como um simples fantoche. Finalmente retomando posse do que era seu, ela apertou seu olho firmemente e suas mãos contra o peito, assustada e abalada. - Você prometeu que não machucaria ninguém! Primeiro disse que ajudaria meus pais, então...!

Mortos tem uma péssima mania de mentir, Mily, uma voz feminina e estranhamente familiar respondeu-lhe ao pé da orelha, mas não se preocupe, querida. Isso acabará em questão de segundos.

Porque eu estou aqui agora.

Com um salto tanto por uma sensação nostálgica ter-lhe assaltado os pensamentos quanto pelo susto de ouvir uma voz que era tão diferente da de "Algo", ela abriu seu olho e piscou algumas vezes, encarando o que estava à sua frente com incredulidade.

Martin estava bem ali, de pé e totalmente saudável, terminando de tirar seus tão amados petit gateau do forno. Olhou para ela com um misto de divertimento e confusão por vê-la parada como uma estátua e o encarando como se fosse um fantasma - e ela possuía razões o suficiente para pensar que ele era mesmo um fantasma.

- Você está bem? O chá estava ruim?

Ela olhou para baixo, onde suas mãos tremiam fortemente ao segurar a asa da xícara de chá, não havia líquido nenhum dentro daquele recipiente. Engoliu em seco e se deu conta de sequer se lembrar de beber aquilo, e quis forçar um sorriso, mas se sentia tão doente que não conseguiu o fazer.

- Estava ótimo. - Respondeu.

- Isso é bom. Meus bebês estão prontos, que orgulho... - Cantarolou baixinho, realmente feliz pelo resultado de sua receita ter sido positivo.

Emily deu um passo para trás e, sentindo o mundo girar por um segundo, tropeçou nos próprios pés e desabou sentada no chão, só então percebendo como suas pernas tremiam. Martin olhou para trás, surpreso, e largou o que estava fazendo, se dirigindo à ela rapidamente.

O Caso de Emma BrownOnde histórias criam vida. Descubra agora