Epílogo - Para Sempre

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Não.

Não é uma simples coincidência.

Venha, venha, querida,

Vamos fechar nossos olhos,

Se esconda das perversidades do mundo.

Um, dois, três,

Devemos juntar nossas mãos

E partir para longe do castelo,

Mantenha-se longe dos blocos amarelos

E do perverso homem de falsos encantamentos.

Ele é um mentiroso

Que nos matará se tiver mais uma tentativa

Em uma longa jornada para sair

Dessa maldita Oz perdida.

♢♥♢

Um par de pequenos pés não fazia muito barulho ao andar pelo asfalto, chutando algumas pedrinhas aqui e ali de vez em quando. O dono deles, pelo contrário, parecia estressado - como sempre - ao falar com alguém pelo celular, fazendo com que sua voz ecoasse pela rua vazia. O peso de sua mochila somente aumentava seu mau humor, o que o fazia desejar que seu ex-mordomo estivesse ali para carregar suas coisas por ele.

- George? Finalmente atendeu! Já estou chegando no Sanatório, não se esqueça de vir pegar seus bichos logo. Os vivos e os mortos. - E fez cara feia, esperando que George falasse. - Não me interesso se você "poderia estar ocupado ou não", simplesmente faça o que tem que fazer. Ah, então já está a caminho? Ótimo. Se eles vão machucar alguém? Isso já não te interessa. Vamos, não se faça de bonzinho, você não se importa com isso. Usarei-os apenas como último recurso. - Calou-se para ouvi-lo mais uma vez. - Talvez os espíritos que os possuíram façam um pouco de estrago porque eles são violentos, não? Mas eles não irão se machucar. Quem diria que até animais mortos conseguiriam possuir animais vivos? Dessa eu não sabia, tanto que já estou enjoado com todo esse papo de possessão. Mas não deve ser novidade para você, Sr. Espectro.

Esperou mais uma sessão de reclamações e voltou a falar:

- Tá bom, cala a boca e pare de me encher o saco. Tenho que entrar em ação e... - Revirou os olhos. - Sim, sim, claro, a sua recompensa será eu não fazer você ver o seu Deus do outro lado mais cedo do que deveria. - Estalou a língua, irritado, e parou no meio da rua. - Hã?! Lógico que não vou pagar nada pra você! Você acha que eu nado em um mar de dinheiro?! - Bufou. - Eu não vivo mais na mansão, para sua informação! Estou dependendo somente de algumas economias minhas. Quer saber? Venha logo fazer o seu serviço, seu pirralho inútil!

Ele passou a andar de um lado para o outro, impaciente.

- Não me importo que já tenha mais de dezoito! Você sempre será o bebê chorão de dez anos atrás para mim! Tch, moleque estúpido. Sim! Eu falo como eu quiser com você!

Ele afastou o celular da orelha, olhando-o de forma indignada.

- Desligou na minha cara?! Mas que filho da... - Ele parou por um momento e tentou recuperar sua calma. - Respira, Henry, o máximo que pode acontecer é os lobos virem comer os cães dele, nada demais.

O Caso de Emma BrownOnde histórias criam vida. Descubra agora