Capítulo 12 - Peste Bubônica

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Suas patinhas imundas estão fazendo barulhos no assoalho,

Seus guinchos estão gritando alto pelo corredor,

Ora, querida, você não acha que está chamando muita atenção?

E se eles descobrirem o que está armazenado dentro de você?

Venha cá,

Minha frágil e caolha ratinha.

Hoje é o dia

Em que devo trancafiar-te em sua gaiola de ouro,

Para que o chumbinho cravado em seu estômago

Não cause ainda mais estragos ao seu fraco corpo

E sua epidemia não se espalhe entre nós.

***


- Adotado?

- Sim, Sr. Caleb. - Respondia Lucas enquanto os dois saíam de uma lanchonete. Lucas tirou a chave do seu carro do bolso, destravando o carro e desligando o alarme, e ambos entraram no veículo com um pouco de pressa. - Meus pais faleceram quando eu tinha três anos de idade, e demorei dois anos para ser adotado. O orfanato fica em outro estado e meus pais optaram por morar aqui, já que é um lugar mais pacífico comparado aos outros.

Caleb direcionou seu olhar para a janela, pensativo, observando como as ruas passavam com rapidez conforme Lucas acelerava o carro.

- Ah, falando nisso, eu também fiz uma investigação no orfanato onde Emma e Martin foram adotados. - Ele arrumou os óculos, concentrando-se em focar seu olhar na estrada estranhamente vazia à sua frente. - Apesar de o senhor achar isso totalmente inútil.

- E com certeza é. - Caleb estreitou os olhos para ele. - Descobriu algo importante?

- Nada que se destacasse. - Ele queria estar com seu caderno de anotações para folheá-lo e dizer com certeza todas as informações que havia recebido, mas não era possível no momento e elas eram tão poucas que ele já as havia decorado. - Eles eram muito próximos enquanto estavam no orfanato, eram calmos e quietos. Interagiam bem com os residentes e não havia nada fora do normal. São duas crianças normais e saudáveis.

- Isso é um problema, não há nenhum progresso. - Ele suspirou. - Estou cansado de fazer visitas a Emma e aos tios dela, eles parecem ficar mais desesperados cada vez que me veem, me encarando com aqueles olhos grandes repletos de apreensão e ansiedade.

- Mas isso faz parte do nosso trabalho, senhor. E a equipe médica do Sanatório terminou de fazer todos os exames e declarou que Emma sofre de esquizofrenia. Apesar de tudo, é uma garota realmente calma, e o decidiram liberá-la em alguns dias.

- Calma... essa não é bem a palavra certa para descrevê-la.

O celular em seu bolso vibrou algumas vezes e ele demorou para pegá-lo, em sua tela a foto de Marta estava ali, piscando algumas vezes enquanto a ligação não era aceita. Caleb voltou a colocar o aparelho no bolso, não tendo tempo e nem paciência para receber alguns insultos de Marta e alguns avisos. Ligaria mais tarde, mas agora não era a hora. Teve vontade de pegar seu maço de cigarros, mas se conteve mesmo estando nervoso. Lucas pigarreou como se tivesse percebido o clima levemente desagradável.

O Caso de Emma BrownOnde histórias criam vida. Descubra agora