I
Frank rascunhava fórmulas matemáticas em uma folha de papel colocada sobre a mesa da sala principal, onde a palestra inicial fora ministrada por ele naquela tarde. Ainda degustava com prazer a expressão de
perplexidade estampada minutos atrás no rosto de cada um dos estudantes. Provavelmente, pensava ele, todos estariam agora angustiados, digerindo o amargo gosto da expectativa frustrada, da incerteza quanto ao que
enfrentariam na prova do dia seguinte.
Ele tivera um dia exaustivo. Estava consciente de que, em determinados momentos, algumas circunstâncias forçam as pessoas a refazerem seu planejamento inicial. Apesar disso, decidira que nada o impediria de realizar o Equation Awards.O cansaço daquele dia extenuante e o natural torpor que se sente no organismo após as refeições começavam a deixar as pálpebras do professor cada vez mais pesadas. Permaneceu ali sentado, hesitando entre lutar contra o sono implacável ou retornar ao seu quarto. Mas ele havia prometido que estaria à disposição dos estudantes. Decidiu levantar e pensou em escrever no quadro-negro.
II
Deitada na cama do seu quarto, Jolie não conseguia dormir. Talvez a dose exagerada de comprimidos ingeridos durante o voo pudesse ter afetado seu relógio biológico. Além disso, não se satisfizera totalmente com o cardápio oferecido no jantar.
A luz do abajur que acabara de acender potencializou sua fotofobia. Recolocou os óculos escuros e olhou o relógio. Surpreendeu-se ao ver que eram quinze para uma da manhã. Descartou completamente a hipótese de tomar outro comprimido para dormir. Lembrou-se que a prova estava marcada para as oito horas da manhã.
Jolie decidiu levantar-se para comer algo e vestiu- se. Procurando evitar qualquer ruído, destrancou a porta do seu quarto e fechou-a cautelosamente, sem trancá-la e caminhou na ponta dos pés até o refeitório. Quando se
aproximava da porta de vaivém do refeitório, teve uma ligeira impressão de ver um vulto passar no outro lado do prédio, perto dos banheiros."Efeito colateral da fome", pensou.
A francesa acendeu a luz do refeitório. Impressionou-se com a organização deixada no local após o jantar de confraternização. A louça havia sido cuidadosamente lavada e enxugada. Os pratos e talheres bem organizados. Pareceu sentir falta de algo. Mas como não era muito afeita aos afazeres domésticos, não deu muita importância.
Abriu a despensa em busca de alguma coisa para saciar sua fome. Encontrou um pacote de biscoitos. Pegou um pouco de leite na geladeira. Sentou-se em uma das mesas e degustou prazerosamente o seu lanche da madrugada.
Pouco depois, deixou o local. Olhou novamente para o final do corredor. Não havia nada. Balançou os ombros. Voltou para o quarto, deitou-se novamente e pensou: "Será que agora conseguirei descansar?"
III
A manhã do dia seguinte expunha claramente o alto grau de cansaço dos estudantes. Todos estavam reunidos no refeitório para tomar o café da manhã. Pareciam preocupados com relação a um possível atraso para a prova do concurso.
― Okropnie! Estava exausto. Acordei em cima da hora. ― lamentou Pawel enquanto passava manteiga no pão.
― Pudera! Depois do "ultimato" do professor. ―Yannes concordou. ― Também levantei da cama atrasado.
Joseph, que se sentava à mesa com os outros dois e com Lavynia, assentiu com a cabeça.
― Tenho sentido muito sono ultimamente. ― disse a romena bocejando. ― Tenho que concordar com vocês. A sorte está lançada. ― gracejou. ― Não foi isso que Frank disse ontem à noite?
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A equação imperfeita (COMPLETA) #CPOW
Mystery / ThrillerResolva este enigma. #################### (...) Calma! Precisamos de calma. Isso aqui está virando um barril de pólvora. Não vamos chegar a lugar algum deste jeito. Daqui a pouco desenvolveremos teorias tão absurdas que, mesmo após o crime ser de...