Capítulo 6 - Laudrup Rasmusen (Parte 2/2)

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II

Dio mio! Estou cada vez mais chocada. Este crime parece cada vez mais longe de ser resolvido. Agora, o detetive nos diz que a chave do quarto do professor simplesmente desapareceu! ― lamentou Francesca assim que todos entraram no refeitório.

― Ele não é detetive. É um policial aposentado. ― corrigiu Lavynia. ― Por que será que ele escolheu o Laudrup como o primeiro a ser interrogado?

― Eu acredito que Thomas é adepto do método adotado por alguns policiais que consiste em convocar para o primeiro depoimento a pessoa com a qual foi feito o primeiro contato. ― opinou Jolie.

― Faz sentido. ― disse Pawel. ― Foi Laudrup quem se prontificou a chamá-lo logo após descobrirmos o corpo do professor.

Joseph observava atentamente o debate dos estudantes. O iugoslavo pegou um pedaço de papel em branco, anotou algo e guardou de volta no bolso do seu casaco.

Yannes mirava um ponto indefinido do refeitório. Seu pensamento distante atraiu a atenção da húngara Krystyna, que se aproximou dele e falou com voz compreensiva:

― Suponho que esteja preocupado. Nossa situação é muito desconfortável. Creio que nenhum de nós gostaria de estar passando por isso agora.

― Desculpe. O que disse? ― o grego respondeu. ― Ainda estou tentando processar aquela questão escrita na folha de papel encontrada na cena do crime.

― Aquela que pede para provar que dois é igual a um? Todos nós aqui sabemos que, em qualquer equação matemática, o valor ao lado esquerdo do sinal de igualdade é exatamente o mesmo que o do lado direito.

Penev intrometeu-se na conversa:

― Temos então o que podemos chamar de equação imperfeita.

― Não concordo. ― disse Yannes, com certa irritação na voz. ― A matemática é perfeita. Sempre foi perfeita. Desde os tempos da Grécia antiga. Como posso aceitar que alguém tenha tido o ultraje de desmoralizar a mais exata das ciências desta forma?

O desabafo do jovem grego ecoou pelo refeitório, chamando a atenção dos demais, especialmente a de Jolie.

― Ultraje... Ousadia... ― a francesa murmurou em tom de vez quase imperceptível.

Lubinka, sentada em uma das cadeiras do refeitório, ainda vestia na cabeça seu gorro para proteger- se do frio que ainda sentia. Seu olhar parecia distante.

Lavynia interrompeu as divagações da russa.

― Lubinka?

― O que foi? ― levantou a cabeça e encarou a romena.

― Sinto que desconfia de algo que não sabemos.

― Estava pensando sobre o sumiço da chave do quarto do professor. Não faz sentido. Não se lembra de que o próprio Frank mencionou que estaria disponível na sala de palestra?

― Compreendo. Você deve estar se perguntando algo como: "Por que o assassino levou a chave?". Não é mesmo?

― Não exatamente. Segundo Thomas, ele acredita em alteração da cena do crime. O que eu ainda me questiono não é por quê. O que mais me intriga é a seguinte questão: Para quê?

Jolie, com sua audição canina, refletia sobre a conversa das duas. Tudo indicava que as especulações em torno do assassinato de Frank estavam apenas começando.

A porta do refeitório foi aberta por Laudrup, que acabara de prestar seu depoimento. Ele chamou Krystyna em um canto e avisou-a de que Thomas a esperava na sala de leitura.

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Obrigado,
Vincento Hughes.

A equação imperfeita (COMPLETA) #CPOWOnde histórias criam vida. Descubra agora