Capítulo 22 - No Hotel Sofia (Parte 1/2)

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I

― Ainda estou encantada com este lugar! ― elogiou Francesca, animadamente. ― Eu fico me
perguntando onde estava a cabeça de Frank quando decidiu abrigar dez estudantes para participar de um concurso como o Equation Awards em um local tão sombrio quanto Bulgaville. Dio Mio! Olhem que luxo estas
porcelanas chinesas! E esta decoração? Impecável.

Nenhum detalhe da suntuosa suíte onde Penev estava hospedado escapava do frívolo discurso da italiana. Por fim, ela concluiu:

― Tenho que enaltecê-la, Jolie. Confesso que achei brilhante sua ideia de nos reunirmos aqui no Hotel Sofia depois de tudo o que aconteceu.

― Não há dúvidas de que merecíamos um momento como este. ― a francesa sorriu. ― Mas isso jamais seria possível sem a hospitalidade de Penev, que nos deu a honra de desfrutar de ambiente tão agradável. Esta antessala é muito aconchegante.

― Este hotel é mesmo magnífico. Não foi à toa que eu o escolhi para passar o fim de semana do concurso. ― enfatizou o búlgaro. Ele olhou o relógio e acrescentou: ― É melhor irmos para a sala de jantar. Logo o jantar será servido. Tenho certeza de que apreciarão.

― Não tenho dúvidas de que sim. ― gracejou Krystyna enquanto seguia Penev.

Francesca parou e lançou um olhar de contrariedade para Lubinka e Lavynia. Sentadas no sofá, as duas não aparentavam estar à vontade ali.

― Não entendi a relutância de vocês. ― disse a italiana. ― Como vocês poderiam alegar cansaço como desculpa para hesitar diante de um convite irrecusável como esse? Francamente, aqui é simplesmente deslumbrante! Não notaram como é espaçoso?

― Isso é inegável. ― replicou Lubinka. ― Quando Penev disse que o quarto era grande o suficiente para guardar todas as nossas bagagens, pensei que ele estivesse ironizando. O que, por sinal, seria bem típico dele.

― Ele fez por merecer esta fama. ― comentou Lavynia, bocejando. ― Meu Deus. Que sono! E este jantar que não vem.

― Não prefere descansar na cama? ― disse Laudrup, aproximando-se da romena. ― Eu posso acompanhá-la, se quiser.

O rosto de Lavynia distendeu-se em um belo sorriso, evidenciando suas covinhas. Ela respondeu:

― Agradeço pela sua gentileza. Mas não é necessário.

― Que bom que, apesar dos pesares, tudo acabou bem. ― disse Pawel.

― Menos para aquele lunático do Joseph. Divisão por zero. Por que não pensei nisso antes? ― lamentou Yannes. ― Às vezes, a verdade está debaixo de nossos olhos e insistimos em não enxergá-la.

Em pouco tempo, todos se acomodaram ao redor da elegante mesa retangular da sala de jantar. Jolie sentou-se à cabeceira e os demais se dispuseram nas laterais da mesa, de modo que as mulheres e os homens ficaram de frente uns para os outros. A francesa pediu a palavra.

― Creio que ninguém discorda de que, depois de tudo que passamos, merecíamos respirar novos ares. Por esta razão, sabendo que Penev ainda estava hospedado neste hotel, consultei-o sobre a possibilidade de nos reunirmos em sua suíte antes que retornássemos aos nossos respectivos países. ― O búlgaro inclinou a cabeça em reverência e Jolie prosseguiu: ― Portanto, nada mais justo propor um brinde a este momento de despedida.

Aparentemente desinteressada no discurso de Jolie, Francesca detinha a atenção para o centro da mesa. Seus olhos estavam fixos em dois copos metálicos. Ela não se conteve e, tão logo Jolie terminou de falar, exclamou sorridente:

― Veja, Lubinka! Que coincidência! Estes dois copos aqui ― ela apontava com o dedo para os objetos ― são idênticos àquele copo que eu derrubei no seu quarto. Lembra? Aquele que a sua falecida avó lhe deu. Do que é que era mesmo este copo, hein? Dio Mio! Agora não me lembro mais.

A equação imperfeita (COMPLETA) #CPOWOnde histórias criam vida. Descubra agora