Gabriela White.
Se passou uma semana desde a festa do Cody e o garoto ainda não olhava na minha cara. Talvez eu deveria ficar feliz por ele ter saído do meu pé, mas eu estou sentindo o contrário. Me sinto culpada por ter dito aquelas palavras para ele, não importa se a forma que ele me trata não é uma das melhores, eu peguei pesado.
Respondo a mensagem de Margot que se desesperava até hoje sobre o fato de eu e o Dylan ter ficado. Nós somos melhores amigos desde sempre e já deixamos claro que foi coisa do momento, nós dois nunca daria certo. E seria bem estranho.
Suspiro jogando meu celular no meu peitoral e continuo encarando o teto. Decidi ir para o andar de baixo e ir para a cozinha, em busca de um copo de limonada que minha mãe fizera para o almoço faz uns dias atrás. Acho que ela nem deve saber que o cliente dela é apaixonado nesse suco maldito.
Subo as escadas novamente e parei no quarto de hóspedes, ainda com o copo na mão.
- Que droga eu estou fazendo? - murmuro tomando coragem.
Antes de eu abrir a porta, ouço a voz dele conversando com alguém, provavelmente, no celular. Eu sei que isso é errado e invasivo, mas eu fiquei curiosa em saber o que ele e com quem ele estava falando. Me apoio de leve sobre a porta e engulo á seco.
- Cara, também sinto sua falta. - ele ri anasalado. - Você ia ficar maluco com as garotas daqui.
Ew.
- Que? O Dunga? Nah. - Shawn disse. - Eu fico irritando ela desde quando eu cheguei.
Espera, o Dunga sou eu? Óbvio que sou eu. Aperto meus lábios um contra o outro, me aproximando mais para ouvir.
- Ah, sei lá. - continua. - Ela fica fofa com raiva.
Arregalo meus olhos e ouço passos até a porta. Ainda um pouco desnorteada com o que ele tinha dito, fico paralisada até a porta abrir e me revelar para o canadense.
- Eu já te ligo, preciso ir. - desliga rapidamente a chamada. - Você estava me espionando?
Minhas bochechas esquentam e eu abro a boca para poder falar, mas falho. Engulo à seco tentando esquecer o que eu ouvi e estendo meu braço para ele, o entregando a limonada.
- E-eu trouxe pra você.
- Hum. - Mendes pega. - Valeu.
- Podemos conversar? - pergunto torcendo minha boca, receosa.
Ele me dá espaço para entrar e agarro minhas mãos suadas, sem saber como agir. Eu nunca tive uma conversa séria com ele, ou até mesmo uma conversa decente, levando em conta o quanto ele gosta de me irritar.
Me sento na ponta da sua cama e ele fecha a porta contra si, arqueando uma de suas sobrancelhas.
- Olha, sobre a festa. - molho os lábios. - Eu não queria ter dito aquilo, eu juro. Foi no automático! Eu estava tão estressada e...
Sou interrompida por uma gargalhada.
- O que foi? - pergunto. - Sério que nem assim você consegue prestar atenção sem rir ou fazer alguma bobagem?
- Não, não... - diz entre risos. - Só é engraçado.
- O que é engraçado? - cerro meus olhos.
- Você faz tantas perguntas. - revira os olhos derrotado. - Você não entenderia, Dunga.
- Se você falasse, talvez entenderia.
- É, que... - passa a mão no cabelo, procurando as palavras certas. - Você não tinha que pedir desculpas, ninguém que estivesse no seu lugar iria. Mas você pediu e isso é, sei lá, estranho e engraçado.
- Estranho e engraçado. - repito para mim mesma.
- E ingênuo. - completa.
Mordo o interior da minha bochecha pensando no que ele havia dito. Ele tinha razão, ninguém pediria desculpas para um garoto que sempre te desprezou desde quando te conheceu, mas acontece que eu sou assim. Estranha, engraçada e ingênua, em outras palavras.
Desvio meu olhar para a televisão e identifiquei o filme pausado.
- Eu amo esse filme. - falo com os olhos brilhando. - Baby Driver.
- Pensava que você era o tipo Crepúsculo de garota. - se apoia na escrivaninha. - Ou o tipo Branca de Neve. Você sabe, seus irmãos anões participam.
- Idiota. - sussurro.
- Eu tento.
- E consegue. - balanço a cabeça em negação. - Quando é mesmo aquele evento que vai ter os meninos da One Direction?
- Falta duas semanas ainda. - revira os olhos. - Você realmente gosta deles, né?
- Óbvio. - respondo.
- Hum.
Um silêncio constrangedor invadiu o cômodo e me levantei de sua cama, olhando para meus pés um pouco envergonhada. Então, resolvi deixa-lo sozinho por um tempo já que eu preciso terminar de ver minha série e ele precisava descansar, pois a semana dele foi bem longa. Deve ser difícil lidar com tudo isso da carreira dele e ainda ter que ir para a escola, com certeza eu iria explodir antes do ano acabar.
Quando já estava saindo do quarto, ouço o garoto pigarrear.
- Eu sei que provavelmente você não vai fazer mais nada útil hoje.
- Ouch.
- Você pode dar sua opinião em uma nova música?
Por um lado ele tinha razão, eu não tenho mais nada de útil para fazer hoje. Já terminei meus deveres para amanhã, a pesquisa de geografia e Tessa está no horário integral da escola. Dei de ombros e voltei para o quarto.
- Shawn Mendes quer a opinião de Zangado para sua nova música, huh?! - sorrio sarcástica.
- Você acabou de admitir que é o Zangado, panaca. - ele sorri de lado com o mesmo tom irônico. - Eu só preciso de uma opinião sincera.
Ele pega seu notebook e começa a digitar, procurando a suposta música em que estava trabalhando pelas pastas do computador. Depois de alguns minutos ele encaixa os fones de ouvido e me dá um deles, pondo o outro nele mesmo.
Desvio meu olhar para a tela e vejo o nome da música. Provavelmente ele ainda não sabe o título dela, porque havia um ponto de interrogação depois de "She'll Be The One". A música começou em uma melodia calma e lenta, destacando os vocais roucos do garoto.
Eu podia sentir o olhar dele sobre mim, procurando uma possível reação, mas para ser sincera eu nem sabia como reagir. A letra era profunda e romântica, era difícil pensar que logo ele havia escrito ela. Inevitavelmente um sorriso se abriu no meu rosto, desviando meu olhar para o canadense que ainda não tinha parado de me encarar.
Nossos rostos estavam perigosamente perto um do outro, me fazendo arrepiar com a aproximação. Eu podia inalar o hálito de hortelã vindo de sua boca entreaberta de tão próximos nós estávamos um do outro. Por um segundo, vi seus olhos castanhos descerem para a minha boca e automaticamente meu rosto se esquenta.
Antes que eu pudesse reagir, - ou Shawn pudesse - me assusto com o som estourado no fone e no reflexo, retiro do meu ouvido com o meu coração batendo forte, vendo que ele também havia se assustado. A música tinha acabado e havia começado uma outra, que por tamanha sorte do destino, era de metal rock.
- Ahn, a música é ótima. - coço a nuca. - Você devia mostrar para a minha mãe.
Sem sua resposta, me viro e saio pela porta apressada, correndo para o meu quarto e fechando a porta atrás de mim. Minha cabeça só repetia várias vezes o que tinha acabado de acontecer e tudo que consegui fazer foi me jogar na minha cama e enfiar meu rosto no travesseiro.
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demorei um pouco por causa da semana de provas mas compensei com um capítulo 100% shabriela pra vocês <3
xoxo, lily
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Starstruck | Shawn Mendes
Fanfiction❝Eu me sinto em casa quando estou perto de você.❞ Gabriela White vê sua vida de cabeça para baixo quando descobre que um cantor famoso teria que morar na sua casa por um tempo, e tudo piora ao perceber que seu novo hóspede está longe de ser agradáv...