Introdução

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Lá estava Park Jimin, mais uma vez, observando o moreno sentado a algumas carteiras à sua frente. Como era possível ser tão lindo em plena segunda de manhã? Era tão injusto com um mero mortal como Jimin, que estava com a cara amassada, provavelmente algumas remelas nos cantinhos dos olhos, marcas de travesseiro na lateral de suas bochechas gordinhas e também tinha seu cabelo, ninho para ser mais sincero, que se encontrava numa completa bagunça de fios embaraçados. Catástrofe.

Mas isso não importava, não enquanto observada aquele ser lindo, perfeito e imperfeito, que estava sentado bem no campo de visão do recentemente loiro. Nota mental para que ele parasse de descolorir aquele bendito cabelo, ou amanheceria careca qualquer dia desses.

Os fios num tom de castanho escuro, pareciam extremamente sedosos, e eram, Jimin podia dizer com certeza, mas naquela manhã em si pareciam extremamente sedosos, seus dedos gordinhos até coçavam para se afundar naquela beleza de cabelo, que combinava perfeitamente com sua pele lisinha e levemente bronzeada, livre de qualquer imperfeição. Sentado a algumas carteiras da sua, parecia extremamente concentrado na palestra, que estava tendo sobre alguma coisa que Jimin não fez questão de saber do que se tratava, mas o garoto só parecia concentrado, o loiro o conhecia muito bem para saber que ele estava apenas viajando em pensamentos do tipo "por que o sol é o sol?" ou "por que o cereal é doce e não salgado?" ou até mesmo "por que a dona aranha continuou persistindo em subir pela parede se veio a chuva forte a derrubando?". Uma mente fértil, dava até inveja.

Respirou fundo e soltou o ar pela boca, brincando com a caneta entre seus dedos.

Droga, que palestra chata!

Park pensou, um tanto quanto alto demais, pois conseguiu chamar a atenção de alguns colegas que estavam perto de si, arrancando algumas risadinhas de um ou de outro, mas Jimin mal ligou para os demais, só tinha olhos para o moreno que olhou para trás e lhe lançou um sorriso divertido, com seus dentinhos de coelho se sobressaindo e o nariz fofo franzidinho, fazendo com que Jimin se derretesse todinho na cadeira desconfortável daquela sala. Trouxa, muito trouxa.

Vamos lá, você deve estar se perguntando, mas quem é esse maldito moreno? Vamos começar por, Jeon Jungkook, 1,78, nascido em 1 de setembro de 1997, filho de Choi Ha-neul e Jeon Jung-su e irmão mais novo de Jeon Junghyun, ou para resumir, o melhor amigo, amor, paixonite, paixão, crush, melzinho, sonho de consumo, ou como quiser chamar, de Park Jimin.

Aquele ser que direcionava o sorriso mais lindo, na concepção de Park. Para Jimin, era ele, Jeon Jungkook, o príncipe encantado da historinha da Cinderella, mas nesse caso Jimin não teria perdido o sapatinho e sim a dignidade. Seria cômico se não fosse triste.

Jimin se perguntava desde quando observar o garoto de olhos, que mais pareciam duas azeitonas pretas, tinha se tornado algo tão constante, ou desde quando o sentimento de amizade tomou outro rumo. A resposta poderia ser, desde sempre, mas com a lerdeza explícita não percebeu que quando Jungkook chegava perto, seu corpo respondia de forma diferente se comparado a seus outros amigos, ou quando simplesmente sentia sua presença e se arrepiava instantaneamente.

Ele deveria ter escutado sua mãe quando vivia tagarelando em seu ouvido "Tome cuidado, meu filho, acho que está confundindo as coisas!", pois é.

Aish! Era tão injusto ele ser tão lindo e lindo e lindo, Jimin só pensava nisso, chegava a se perder enquanto o amigo falava consigo. Era tão hipnotizante. Estava tão estampado em sua cara que estava completamente apaixonado pelo mais novo, todos já sabiam. Mas adivinha quem era o único que parecia não perceber? Um doce pra quem acertar.

Jeon Jungkook, o próprio.

Tão típico de um clichê que chegava a ser patético, por isso Jimin tinha a seguinte teoria formada, Jeon sabia de seus sentimentos, mas apenas fingia não saber de nada para não deixar o loiro embaraçado ou acabar com a amizade de longa data dos dois. Se fosse o caso daria um ótimo ator, deveria trocar de curso, ao invés de fotografia podia ser teatro.

Realmente não se importava em ser óbvio demais, não queria esconder nada de ninguém, se Jungkook não se incomodava com suas secadas constantes ou seus flertes baratos, por que ele iria se importar?

Estava bem vivendo essa vida na eterna zona da amizade, onde vivia escutando os lamentos ou relatos da vida amorosa de seu amigo. Doía? Talvez. Ele reclamava? Jamais. Era Jungkook, e só de estar perto do moreno, nem que seja pra escutar sobre suas transas de uma noite só, era lucro.

Jimin era só mais um trouxa apaixonado pelo melhor amigo e Jungkook era seu raio de sol nas manhãs cinzas.

Uau, muito melodramático e brega. Pois é, essa cara seria professor de filosofia em pouco tempo.

Amar para ser amado.

Puff, que frase mais errada. Essa frase com toda certeza não se aplicava a vida amorosa - inexistente - de Park Jimin.










perdoa meus errinhos e não desiste de mim!

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