all these years [dramione]

i n t e r e s t s

"We don't talk anymore, like we used to do"

m a r k
Cheguei na escola depois de uma longa viagem de negócios. "Negócios". Fui direto para o escritório, no último andar, pra não dar de cara com aquelas pestes, digo, crianças. Não sei porque escolhi uma escola para desviar dinheiro, mas pelo menos, é algo lucrativo. Quando cheguei no escritório, Ness já estava lá, dormindo. É um inútil mesmo. Cheguei em silêncio e joguei um livro em cima da mesa, fazendo um barulho que o acordou na hora.

- Quem é? - ele falou olhando para tudo, sem saber de nada - Ah, olá chefe. Como foram os negócios na Índia?

Incompetente.

- É Turquia, seu asno. - falei irritado- Enfim, foi muito bom. Aqueles turcos sabem negociar, e eu fechei um ótimo negócio. As três escolas mais frequentadas do país são, agora, minhas aliadas. Coitados, nem sabem que vão ser enganados.

- Que notícia boa... Mas eu tenho uma notícia ruim pra te dar. - revirei os olhos e ele voltou a falar - Tem policiais nos rodeando.

- Bom, você já sabe o que aconteceu com o último grupo que tentou nos pegar, não é mesmo? - falei, e ele engoliu em seco, lembrando do trágico final deles. Nem vou entrar em detalhes - Não se preocupe, eles não conseguem nos achar.

- E se - ele disse com um ar de mistério - eles também fossem bruxos?

Nesse momento, parei de observar meus anéis de ouro e olhei fixamente para ele. Não acho que algum bruxo, atualmente, trabalhe fora do Ministério da Magia. Eu posso, porque sou rico.

- Você viu quem era?

- Não tenho certeza, - ele falou pegando um conhecido livro bruxo, na versão mais recente, Diretório Puro Sangue (onde estavam listadas as 28 famílias de sangue puro) e procurou uma página - mas pelo que vi nas câmeras externas, esse dois se assemelham muito.

Ele apontou para uma família no livro e para o monitor do computador, onde estavam as filmagens.

- Os Malfoy... - falei observando a foto - Espera, é esse garoto? Esse aqui? Mas é só um adolescente! Não me faça perder tempo Ness!

- Era um adolescente, agora já se passaram anos. E esse garoto aí, já apoiou Voldemort, depois mudou de lado. Conhece Harry Potter? Eram colegas de classe.

- Hm... - falei pensando - Quem apresenta uma ameaça maior seria o próprio Potter. Enfim, não acho que sejam a mesma pessoa. E vê se para de gastar seu tempo com isso.

Sabe, as vezes, Ness é uma pessoa muito útil, mas tem casos em que ele não é capaz de fazer nada. No fim das contas, ele é meu braço direito há muito tempo, sabe muitas coisas, que podem me comprometer, ainda por cima. De qualquer jeito, se for mesmo verdade sobre esses policiais, ou eles param, ou eu paro eles.

d r a c o
Hoje de manhã, na delegacia, eu e Alex estávamos discutindo sobre aquele Mark Twain, da escola. De tarde, pensamos em passar na frente da escola, e quando chegamos lá, o serviço rendeu bem mais. O carro dele, com ele, estava saindo do local, e nós decidimos segui-lo.

Quanto mais ele avançava, mais nós entendemos o que ele ia fazer. Foi  quando o carro preto parou, e ele, o Mark, entrou num tipo de galpão. Eu e Alex, que paramos na esquina, fomos ver o que era. Enquanto ele ficou dando cobertura, fui abaixado procurando por alguma janela, e quando achei, tive uma boa visão. Máquinas, poucas pessoas, dinheiro...? O cara falsifica dinheiro? Além de desviar, ele também falsifica? Consegui ouvir uma parte da conversa dele com um outro homem que estava lá.

- E como foi na Turquia? - um perguntou.

- Consegui mais três aliados que gostaram de mim. Agora é só enganar. Vai demorar muito a próxima leva de dinheiro? - Mark falou.

- Não muito. Quando você quer entregar o dinheiro? - o outro continuou a falar.

- Talvez no próximo mês. - depois o resto eu não consegui ouvir mais. Voltamos ao carro e a delegacia, depois de contar tudo a Alex e ao delegado. O tempo voou tão rápido que eu perdi o almoço e nem me toquei. De tarde, meu celular tocou. O que é um milagre, já que ninguém liga pra mim. Nos dois sentidos.

- Alô? - falei.

- Oi. - uma voz feminina inconfundível falou - Você não passou no restaurante hoje, sabia? - dei risada.

- Sabia sim, Granger. Você não é a única sabe tudo-aqui. Mas eu tô com muita fome. - ela respondeu um "hm", e depois de alguns segundos, resolvi falar - Você não quer sair hoje? A gente pode ir num restaurante.

- Hm, não vai dar.

Eita.

- Nossa, que fora eu levei agora. - e nós dois rimos. Eu tô rindo, mas é de decepção. - Mas por quê?

- Adivinha? A Hailey vai vir aqui! Gente, eu amei aquela garota, ela é um doce.

- Garanto que eu sou mais. - falei brincando, e pude até sentir que ela ficou vermelha com o comentário.

- Então, eu vejo você amanhã. - ela disse - E não fique com tanta saudade hein...

- Mas... - na hora que eu fui falar, ela desligou. Poxa, na minha cara. Dois foras em uma conversa só? Eu sou uma desonra mesmo.

h e r m i o n e
Desliguei o telefone e do nada, alguém bateu na porta da minha sala (sim, eu voltei a trabalhar!)

- Posso entrar? - Ron disse, já dentro da sala. Assenti - Você já está melhor? É que você nem falou comigo hoje.

- Estou bem. É que eu tenho muita coisa pra fazer... - falei, procurando alguma coisa pra fazer.

- Hermione, você sabe que eu não gosto de ficar brigado com você. E você ainda vem me ignorando todo esse tempo... E ainda por cima, você estava com outro cara. - ele falou meio sem jeito.

- Mas, eu não estou brigada com você. Nós só não nos falamos mais como antes, até porque nós não namoramos mais. Mas você não precisa ficar remoendo isso, tá tudo bem. - afirmei com um sorriso. Ele deu um sorriso em resposta, também. Ele foi até a porta da minha sala, que estava entre aberta, e eu dei um abraço nele, só para mostrar que tudo estava certo. Porém nesse momento, senti que alguém estava nos observando, foi uma sensação estranha.

- Posso te perguntar uma coisa, meio indiscreta? - ele perguntou. Acho que já sei o que é, mas assenti - Quem era aquele loiro que eu vi outro dia? Você tinha saído de um táxi e você deu um beijo nele. Lembra disso né? - lembro sim. Não sabia se falava ou não, mas de qualquer jeito, falei um pouco mais baixo.

- Eu não beijei ele. - menti, pelo menos, não na boca - E era o Malfoy. - foi engraçado quando eu disse isso, porque ele arregalou os olhos por uns instantes, mas depois deu de ombros. Ele já sabia do nosso "passado". - E nós nem namorávamos mais naquela época. - falei e depois ele saiu da sala. Mas a sensação de ser observada continuava.

p a n s y
Não quero me intrometer nos assuntos paralelos, mas pelo que vi e ouvi quando passei pela sala da Granger, acho que Draco gostaria de saber. Então ela beijou ele? E depois abraçou o Weasley? E depois ainda tentou dizer que não estavam namorando? Ok... é, definitivamente, Draco vai gostar de saber disso. Na verdade, não vai gostar. Mas eu vou adorar contar. Até parece que ele vai me trocar por aquela garota que ele sempre odiou. Não vai, não vai mesmo.

***
"Não é a toa que foi para Sonserina"
-Malfoy, Draco.

i n t e r e s s e s