h e r m i o n e
Quando estava começando a anoitecer, fui me arrumar para sair com Draco. Eu confesso que não tenho a mínima ideia de onde ele vai me levar, e isso me dá medo. Sabe aquele frio na barriga, também conhecido como as borboletas no estômago? Pois é, e eu nem sei porque me sinto assim. Coloquei uma calça jeans clara, uma blusa branca e uma jaqueta colegial preta, com um all star nos pés e deixei o cabelo solto. Bom, ele disse que não era nada formal, então... acho que dá pro gasto. Ouvi alguém bater na porta e atendi. Era ele, quase no mesmo estilo que eu, só faltou o all star.-Veio combinando comigo, é? -falei rindo.
-Ou talvez você tenha me copiado. -ele brincou. -Vamos?
Descemos os andares e entramos no táxi. Eu não posso julgar ele, já que também não tenho um carro. Mas, em compensação, eu sei dirigir muito bem. Exceto pela vez que eu quase atropelei um cachorro. E um cara na calçada. E um ciclista. Ok, eu não sou uma boa motorista.
Olhei pela janela e vi que estávamos nos aproximando de um...
-Parque de diversões? -falei, com os olhos brilhando.
-Não gostou? -ele perguntou meio inseguro, enquanto saíamos do táxi.
-Tá de brincadeira? -eu falei, enquanto olhava o parque, a medida que íamos nos aproximando da bilheteria- É incrível! Merlin, olha só aquela roda gigante, a gente precisa ir naquilo! E... não! -exclamei estupefata quando avistei um carrosel- Aquela é nossa primeira parada! Tem até montanha russa! Eu vou pirar desse jeito!
-Nossa, eu não sabia que você gostava tanto assim de parques de diversão. Você tá parecendo até uma criança. -ele comentou rindo, se divertindo com a minha alegria.
-É que, a última vez que eu fui num parque foi há... muitos anos atrás, com meus pais. -meu sorriso diminuiu ao falar neles, e lembrar de como a minha mãe gostava do carrossel, ou de como meu pai odiava a pipoca doce. Eu sentia muita falta deles, e acho que faria qualquer coisa pra que se lembrassem de mim novamente. Draco percebeu que fiquei triste de repente e se aproximou de uma barraca de tiro ao alvo.
-O que acha de um desafio? -ele falou descontraindo, enquanto pegava umas bolinhas, que seriam usadas para acertar uns aviõezinhos que se moviam de um lado para outro. Tentei afastar os pensamentos sobre meus pais e me distrair. Cada um tinha sete tentativas, e quem acertasse mais, ganhava o premio no final. Ele começou jogando e acertou, porém quando fui tentar, errei feio. -O quê? Você é melhor que isso, Granger. -ele falou indignado e acertou mais uma jogada. Dois a zero pra ele? Ah, isso não vai ficar assim.
-Eu tava só me aquecendo! -peguei outra bolinha e mirei num azul, e para a surpresa dele, acertei.- 50 pontos pra Grifinória! -comemorei, levantando os braços. Ele revirou os olhos e riu ao acertar mais uma. No final do jogo, eu perdi por um ponto, enquanto ele dava risada. -Pode parar de comemorar, queridinho.
-Cadê os 50 pontos, hein, Grifinória?-ele ainda ria enquanto eu bufava. -Quer saber, eu vou ser legal. Voce pode escolher meu prêmio. -ele falou se virando de costas para a barraca. Isso vai ser interessante. Fui em direção a um leão com uma camiseta vermelha e quando Draco se virou, estendi a ele, com um sorriso vencedor. -Você só pode estar brincando... -ele falou ao encarar o leão.
-Vamos... dê um nome a ele. -incentivei. Ele, depois de muito hesitar, deu o nome de Leo. Eu disse que não era criativo, mas ele não se importou.
Andamos mais um pouco e compramos um algodão doce. Jogamos um pequeno boliche com uns pinos e bolas simples, e eu ganhei, mas sinceramente, acho que ele deixou eu vencer de propósito. Depois de mais alguns tiros ao alvo e duas pipocas, nós fomos para a roda gigante, meu brinquedo preferido.
d r a c o
Entramos na cabine e a roda começou a girar. Confesso que nunca gostei muito de rodas gigantes, e na primeira balançada que a cabine deu, por mais leve que fosse, eu segurei a barra de segurança tão rápido que Granger deu risada.-Que foi? -ela perguntou insinuando algo, com um sorrisinho- Tá com medo é?
-Eu? Não, claro que não. -tentei disfarça, mas ela continuou me olhando com a mesma cara- Na verdade, eu não diria medo. É que eu nunca fui numa roda gigante antes, então, é meio estranho.
-Nossa, -ela começou dizendo, com um sorriso sonhador no rosto- eu costumava ir muito a parques tipo esse com meus pais. É claro que eu era criança, e já faz um tempinho, mas... ainda é emocionante. -ela parou por uns instantes e ficou olhando em volta, parecia que estava lembrando de algo, algo triste e seu sorriso diminuiu.
-Está tudo bem? -perguntei, enquanto a roda subia mais. Ela continuou calada, e percebi que uma lágrima caiu pelo seu rosto, mas ela limpou na mesma hora.
-O quê? Ah, claro. Eu... eu tô bem, claro.
-Tem certeza? É que você ficou triste do nada... não gostou do passeio? -perguntei, tentando animar. Ela porém, continuou com um sorriso vago no rosto.
-Eu adorei, foi muito legal. É que... -ela hesitou um pouco, ainda olhando para a cidade, que já era visível a essa altura. -da última vez que eu vim num parque, foi com meus pais, e foi há muito tempo, eu devia ter uns treze anos. Eu queria ter vindo mais vezes... tanto antes como agora. -esperei um pouco para falar, mas não entendi o que ela quis dizer com o "agora".
-Como assim, "agora"? Você pode chamar eles e passar o dia todo aqui... -sugeri, mas ela não concordou.
-Não dá. -ela disse, ainda olhando para a paisagem.- Eu... antes da guerra, eu apaguei a memória deles, porque se algo ruim acontecesse comigo, eles não iriam sofrer. -ela falou, com a voz rouca, quase chorando. Eu nunca imaginei que ela pudesse ter feito isso. -E agora... eu não tenho com quem passar o Natal, festas de aniversário... É claro que eu vou na Toca, mas não é a mesma coisa. -ela falou e depois, seguiu um silêncio.
-Nossa... pelo menos, você sabe que eles estão vivos... -falei, tentando aliviar a tensão dela. Ela olhou para mim na hora com uma cara de dúvida. -É que Lúcio... morreu em Azkaban há dois anos. A minha mãe ainda continua na mansão, e eu vou visitar ela de vez em... em... nunca. -e me dei conta de que fazia um bom tempo que eu não via ela. -Sabe... não é tão difícil lidar com isso. Com o tempo, eu me acostumei a estar sozinho, já que antigamente nos morávamos na mansão... mas também não dá pra dizer que éramos um exemplo de família de comercial de margarina, né... -brinquei e ela riu com a piada, mas ainda havia uma lágrima no rosto dela. Levantei minha mão e levei até seu rosto e passei o polegar na bochecha dela, para tirar a lágrima, e ela só ficou me observando. Percebi que ela tinha uma pele muito delicada e fui me aproximando mais do seu rosto. No momento em que cheguei bem perto dela, ouvi um barulho lá embaixo, seguido de um tranco que nos jogou pra frente, quase caindo da cabine. Mas a roda gigante, porém, não se mexeu.
-Ela parou? -ela peguntou, quase afirmando.
-Na verdade, acho que... quebrou.
***
Alguém consegue achar minha criatividade p escrever, pq eu ainda num achei a bixinha...s e d i v i r t a
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all these years [dramione]
Fanfiction5 anos após a guerra, cada um seguiu seu caminho. Hermione virou uma auror renomada, assim como Harry e Ron. O que ela não sabia é que nem todo mundo decidiu trabalhar no Ministério da Magia. Draco Malfoy, por exemplo, virou um policial. E esses ca...