O sol estava mais quente, o céu estava mais azul, Itália parecia mais bonita do que nunca.
Assim que Anna abriu os olhos, deixou escapar um suspiro de seus lábios. As imagens de algumas horas atrás ainda estavam bem recentes em sua memória. Na sua frente, Harry tentava arrumar a bagunça que o quarto tinha ficado. Ele a olhou e sorriu.
- Não restou nada aqui pra quebrarmos da próxima vez. – certamente, eles iriam pagar caro pelo estrago.
Anna se sentou na cama e varreu o quarto com os olhos. Harry se sentou de frente para ela e lhe deu um selinho de bom dia.
- Mas ainda temos o banheiro. – ele comentou, fingindo indiferença.
- Eu preciso mesmo de um banho. – Anna entrou na brincadeira, passando os braços ao redor de seu pescoço. – Acho que vou precisar de ajuda pra tirar a roupa.
Harry riu, porque Anna não tinha nenhuma roupa no corpo.
- Eu posso te ajudar nisso. – ele falou, a puxando para dentro do banheiro.
Era como se eles se conhecessem há anos, mas ainda assim, sentindo pela primeira vez algo que eles pensaram que já era familiar. Só que não havia nenhum compromisso, ou qualquer obrigação de caminhar conforme as etapas de qualquer relacionamento.
O que estava acontecendo ali não seguia qualquer regra, tanto é que muitas etapas foram puladas, e muitos detalhes foram colocados de lado, ou passaram despercebidos. Porque eles mal se conheciam, mesmo sentindo que nunca foram tão íntimos de alguém como eles eram juntos, e sabiam que apesar dos dias intensos, eles também eram contados.
- Pode me passar o shampoo, por favor? – Anna pediu. Harry passou o produto para a garota quando terminou de usá-lo. – E é a minha vez de ficar debaixo do chuveiro.
- O quê? Você já teve sua vez.
- Eu estou com frio, Harry! – a garota resmungou. Ela esteve debaixo do chuveiro por vários minutos enquanto fazia desenhos com a ponta do dedo no box embaçado.
Harry não ia lutar com ela pela água, então ele a puxou para perto dele, para que os dois estivessem usando o jato do chuveiro. Anna gargalhava, porque aqueles beijos eram os mais próximos das cenas de filmes na chuva que ela já tinha vivenciado.
Eles não ficaram muito mais tempo. Terminaram o banho e se arrumaram para tomar café da manhã. Harry e Anna haviam chegado na madrugada, e dormiram menos de três horas desde que chegaram. Eles tiveram coisas mais importantes para fazer. Mas agora eles estavam com fome, e também tinham perdido metade da manhã.
No fim, eles acabaram pegando dois pretzels e comeram no caminho do metrô. Anna reparou que sua reação alérgica era algo pelo qual ela deveria ser grata. Por causa dela, Harry andava na rua com os dedos entrelaçados nos dela. Bem, não por causa de sua alergia, mas pelo que ela desencadeou entre eles.
Harry também andava com a caneta de Adrenalina, caso acontecesse algo de novo, o que acabou sendo engraçado para a garota. Ele dizia que era melhor prevenir, então ela não interviu.
O metrô estava cheio, e Harry se arrependeu de não ter ido com o carro alugado. Só que ele queria que Anna aprendesse a andar por lá sem ajuda. Eles compraram as passagens e entraram em um dos vagões. Um rapaz cedeu o lugar para a garota, que sorriu em resposta.
- As pessoas aqui são tão gentis. – Anna sussurrou para Harry, que estava em pé ao seu lado. Ela olhou ao redor, observando as pessoas. – É difícil imaginar que alguém possa ficar triste aqui.
- As pessoas veem o que você quer que elas vejam.
- Bondade nem sempre é fingimento. – Anna rebateu, observando as pessoas. - Itália não parece ser do tipo que habita pessoas fingidas.
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Anna
Teen FictionAnna não gostava de ficar sozinha, e Harry não estava procurando por uma acompanhante. O que ele foi descobrir depois foi que ninguém era capaz de deixar para trás aquela triste, divertida e fascinante garota que ele conhecera em uma cafeteria na...