siena ainda pode ser a mesma?

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- Para onde estamos indo? – Anna perguntou, correndo atrás do Harry.

- Para o meu apartamento. – ele respondeu, se apertando entre as faixadas das lojas para não se molhar ainda mais.

Anna parou, torcendo a barra do vestido emprestado.

- Eu não posso ir pro seu apartamento, Ally nem sabe onde eu estou.

- Será que podemos resolver isso quando estivermos secos?

- Não, eu acho melhor eu voltar.

- Anna, já estamos muito longe da sua pousada, e a chuva está muito forte pra voltarmos agora. – Harry avisou, e imediatamente os pingos ficaram mais fortes. Anna reprimiu a boca, cogitando a ideia de correr de volta para sua amiga. Mas acabou indo com ele.

Harry morava no centro, não tão longe de seu restaurante. O prédio tinha só três andares, e os dois últimos eram dele. Parecia antigo, mas moderno. Assim que eles chegaram na portaria, Harry colocou sua digital no monitor, e destrancou as duas portas da entrada.

Anna o seguiu calada, tremendo de frio. E também porque correu por quinze minutos com um vestido encharcado de água.

- Desculpa a bagunça, eu não imaginei que... – ele balançou a cabeça, tirando água de seus ouvidos. Seu cabelo longo pingava, e os cachos estavam tão pesados que mal apareciam. – Vou preparar um chá pra você.

A garota fazia um caminho de água por onde andava. Ela olhou o lugar, cheio de quadros e fotos nas paredes. A sala era embutida na cozinha, e tudo parecia caro demais. No final do corredor, tinha mais dois quartos. A varanda da sala era enorme, e tinha uma vista incrível para a Torre. Na verdade, a vista era de toda Paris. Ele também tinha uma escada espiral do lado de fora, que provavelmente daria para o segundo andar.

Os móveis também tinham um padrão de cores, mas tinham formatos e tamanhos diferentes. Apesar de grande e intimidador, lá também causava uma sensação incrível de conforto.

Era a casa dos sonhos de qualquer um.

- É porque você não viu o terraço. – Harry riu, ligando a boca do fogão. – No começo eu achei um pouco exagerado, mas...

- Você merece, Harry. Dá pra ver que trabalhou muito pra conseguir tudo isso.

- É, os últimos anos foram difíceis. Ainda mais porque...

- Ah, meu Deus! Você está escutando isso?

Harry pensou nos trovões, e correu para fechar as portas da varanda. Mas Anna não parecia se importar com o que acontecia lá fora, e sim com o latido. Assim que ela olhou para escada, gritou de empolgação. A cadela de Harry apareceu ao ouvir a voz do dono, mas já fugia da garota que corria atrás dela.

- Eu esqueci que você disse que tinha um cachorro! – Anna riu, correndo em volta do sofá atrás do animal. – É tão pequeno, qual o nome dele?

- Ahn, é ela. E a história do nome é meio engraçada.

Anna pulou em cima do sofá, e prendeu a filhote nas mãos. A cadela não ficou assustada, e logo se enroscou em Anna em busca de carinho, mesmo se molhando.

- É Siena, e é meio inspirado em você.

- Inspirado em mim? – Anna encarou Harry do sofá.

- É. Você se lembra de quando paramos naquele hotel/vinhedo em Siena? Foi bem no começo da nossa viagem, e meio que estávamos muito cansados pra seguir viagem, e acabamos...

AnnaOnde histórias criam vida. Descubra agora