- Para onde estamos indo? – Anna perguntou para Harry, enquanto os dois se apertavam entre as fachadas das lojas para escaparem da chuva.
- Para o meu hotel. – Harry respondeu, e pelo canto do olho, viu Anna parar de andar.
- Não posso ir para o seu hotel. – ela falou, parada embaixo de uma das faixadas, que a protegia da chuva. Seu acompanhante respirou fundo, caminhando até ela.
- Já faz horas que estávamos procurando algum lugar para você dormir. Não vamos achar nada, então é melhor irmos para o meu hotel e escarpamos de um bom resfriado. – ele a observou pensar, tentando ignorar sua vontade de ignorá-la e voltar para sua cama quentinha. – Eu não vou andar mais.
- Mas... vamos dormir no mesmo quarto?
- Sim. – Harry disse. – Eu posso dormir no sofá.
Ela pensou por alguns segundos, e disse:
- Então, eu acho que podemos ir para o seu hotel.
Eles voltaram a andar até conseguirem pegar um táxi que os levaram para um luxuoso, porém, aconchegante edifício o qual Harry estava hospedado. Ele acordou Anna com um cutucão pois ela havia adormecido na metade do caminho, e pagou pela corrida para o motorista. Eles caminharam até o saguão, onde o balconista entregou a chave para Harry. Anna estava boquiaberta com a decoração e estrutura do lugar. Eles chegaram no quarto em que Harry havia alugado por alguns dias.
O quarto era grande, e estava um pouco bagunçado. Tinha uma sala, com sofá e duas poltronas, uma pequena cozinha, e uma sala com uma cama e banheiro mais afastados. O clima abafado fez com que os dois suspirassem, era muito melhor do que estar sendo molhado pela chuva.
- Você pode tomar banho, se quiser. – ele largou suas coisas na mesa de centro, e falou sem olhar para ela. Harry começou a se sentir constrangido por ter a convidado para dormir em seu quarto.
Não que ele nunca tivesse levado uma desconhecida para o seu quarto, mas nunca em uma situação parecida. Harry já podia sentir o seu arrependimento chegar, mas ainda assim, não tinha coragem de largar Anna em algum lugar qualquer. Ela podia ser perigosa, mas não parecia estar em qualquer condição de fazer algum mal para alguém naquele estado.
Ela concordou, e entrou no banheiro sem fazer qualquer barulho. Harry colocou água para esquentar na panela, na intenção de fazer uma macarronada para os dois. Afinal, eles não comeram nada na cafeteria. Talvez Anna estivesse com fome. Ele tirou suas roupas espalhadas da cama e as escondeu no armário. Estava tentando deixar o lugar menos estranho quando o telefone tocou.
- Pensei que você chegasse hoje aqui! - disse seu amigo, Mark, do outro lado da linha.
- Ah, eu esqueci de avisar. Meu voo foi cancelado por causa da chuva, eu vou ter que ficar por aqui até conseguir outro.
- Que droga, cara. Eu e Jenny tínhamos uma surpresa para você. – Mark e sua namorada sempre hospedavam Harry em sua casa quando o mesmo viajava para lá. França era seu próximo destino, onde ele iria lá para ser o padrinho de casamento dos amigos. – Você vai conseguir chegar antes do casamento?
- Sim, o clima deve melhorar logo. – Harry encaixou o telefone entre o ombro e a cabeça enquanto procurava um pacote de macarrão em seu armário.
- Certo, não vai fazer nenhuma besteira aí.
- Pode deixar, Mark. – o garoto colocou a massa na água fervente e jogou uma pitada de sal por cima. Ele não costumava cozinhar para mais de uma pessoa, mas sabia que ele era bom no que fazia. – Você disse que tinha uma surpresa para mim.
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Anna
أدب المراهقينAnna não gostava de ficar sozinha, e Harry não estava procurando por uma acompanhante. O que ele foi descobrir depois foi que ninguém era capaz de deixar para trás aquela triste, divertida e fascinante garota que ele conhecera em uma cafeteria na...