ela é o remédio.

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Aquela talvez tenha sido uma das piores noites da vida de Harry. Anna estava lá, com aquela camisola preta rendada, delineando o corpo dela, ridiculamente curvilíneo e bonito, como se não fizesse ideia do quanto ela estava deixando-o louco. Harry não pôde deixar de ficar irritado. Ela não deveria esperar isso dele, esperar que ele manteasse sua santidade a noite toda com ela daquele jeito, completamente vulnerável e sensual.

Ele ficou irritado com Anna, porque não imaginava o que a garota estava planejando para noite.

As coisas só pioraram quando Harry teve que passar duas horas ouvindo as risadas de Anna enquanto ela conversava com Bradley pelo telefone. Foi uma tortura. Ele nunca pensou que ia ficar tão incomodado com o ex-namorado da garota.

Mas aquela vez foi diferente. Porque, enquanto Harry estava se matando para ficar longe dela, com medo de que Anna se arrependesse do que aconteceria se ele ficasse naquele quarto, a garota não se importou se ele ouviria a conversa e se ele ficaria magoado, até porque os dois já tinham cansado de ter conversas sobre Bradley.

Apesar da banheira, Harry caiu no sono logo depois de que Anna terminou a ligação.

Não estava tão tarde quando ele acordou de novo, com um barulho diferente. Harry não tinha certeza se ele estava certo no que era, mas abriu a porta do banheiro com rapidez. Anna o fitou por alguns segundos, com os olhos arregalados e os olhos molhados de lágrimas. Suas mãos apertavam sua garganta, e seu peito subia e descia brutamente enquanto ela estava sentada na cama.

Ela não estava respirando.

Harry a pegou no colo, puxando a coberta para si, e correu para fora do quarto. Ele gritou por ajuda, e uma camareira que passava pelo corredor correu para ajudar. Anna estava ficando vermelha, e seu rosto estava coberto por lágrimas. Ela ainda encarava Harry, e seus olhos castanhos estavam cheios de medo.

- Anna, eu preciso que você fique calma! Você precisa ficar calma, tudo bem? Você vai ficar bem, mas você precisa ficar calma antes! – Harry gritava enquanto ele corria com ela para o saguão. – Não seja idiota, você sabe que precisa ficar calma. Por favor, eu preciso que você...

O barulho de uma sirene foi aumentando até que a ambulância estivesse na porta do hotel. Dois paramédicos pularam da traseira do veículo e correram em direção ao Harry. Ele podia ouvir alguns funcionários que estavam no saguão dando instruções, mas ele não conseguia entender muita coisa. Anna estava mole em seus braços, e seus olhos estavam fechados. Harry parou de correr, sacudindo Anna. Ela não respondeu.

Um dos paramédicos conseguiu o alcançar e segurou a garota desacordada nos braços.

- Anna... ela não estava conseguindo respirar e... – Harry começou a falar, se embolando com as palavras. O homem já tinha posto Anna no chão, e usava os dedos para examinar sua garganta.

- Eu preciso de uma dose de 0,5mg de epinefrina agora! – ele gritou para o outro paramédico, que estava a caminho, e se virou para Harry: - Está tudo bem, senhor. Nós vamos levá-la para a emergência, mas não há nada com o que se preocupar. O hospital trabalha com profissionais americanos, você ficará informado de tudo.

- Emergência? Ela estava bem, eu estive com ela o dia todo.

- Nós precisamos que você mantenha a calma, senhor. – disse o outro médico, enquanto injetavam uma agulha na coxa de Anna.

Ela foi colocada em uma maca dentro da ambulância, e a colocaram em um respirador. Pelo monitor portátil, Harry conseguiu ver que seus batimentos cárdicos estavam se estabilizando. Anna foi levada para o hospital, e os médios sumiram com ela assim que chegaram. Disseram que ela foi fazer alguns testes, e que Harry poderia esperar no quarto que ela ficaria.

AnnaOnde histórias criam vida. Descubra agora