O que foi isso?

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POV Caroline
Estava deitada, pensando em que fui me meter, daqui uns dias seria o tal jantar que encontraria Raul como ele reagiria? Sua secretária é a noiva do seu filho, mesmo que seja por um contrato, que ele não sabe da existência do mesmo. Minha mãe está radiante devido ter dito a ela que casaria em breve, e que Hugo se ofereceu para pagar seu tratamento, ela o chamou de santo, ironia, ela que não sabe tudo que envolve meu casamento.
Hugo e eu conversamos somente o necessário ao decorrer da semana quando me buscava e me deixava em casa, a faculdade inteira já sabia que tinha um lance com ele, só não sabia o que era de fato, seria um escândalo quando a notícia que me casei se espalhar, sábado, ah! Sábado como te amo, não tenho aula, não trabalho, posso ficar tranquila em casa, desfrutando meu silêncio e minha paz.
-Carol tio Hugo quer te ver, ele está na sala te esperando.
Mentira odeio você sábado, agora ele se sente no direito de vim me incomodar, argh!
-Peça para esperar Ju, já vou
-Está bem
Ela saiu cantarolando, ela gostava muito do Hugo, me troquei rapidamente, sábado passava praticamente o dia todo de pijama, coloquei um vestido branco todo soltinho, uma rasteirinha, e deixei meus cabelos soltos do jeito que estavam mesmo, e fui ver o que aquela criatura queria comigo, minha mãe provavelmente dormia ainda.
-O que você quer?
-Bom dia para você também minha noivinha.
Ele me deu um selinho, o olhei o recriminando.
-Vim te ver e perguntar se tem o que vestir no jantar semana que vem?
-Não se preocupe, não irei fazer você passar vergonha
-Não fui isso que disse Caroline
-Eu posso ir nesse jantar com vocês? –Julieta perguntou toda espevitada
-Sabe o que é Ju, nesse jantar só vai ter conversa chata e velhos falando baixinho e uma comida sem sal, mas prometo a você que eu e Carol a levamos para passear qualquer dia desses
Ela sorriu e começou a mostrar o que tinha feito com o celular que ele a tinha dado, ele era bipolar, só pode, comigo um grosso, mas depois mostrava preocupação, e a Julieta a tratava com tanto carinho.
-Agora tenho que ir, se precisar de qualquer coisa Carol, não hesite em me procurar.
-Fica sossegado Hugo
-Então tchau.
-Dá um beijo nele Carol!
-Julieta! -Falei a repreendendo
Hugo me deu mais um selinho.
-Não é assim, eu quando crescer vou beijar meu namorado na boca toda hora, como nas novelas.
Hugo riu e fiquei boba
-Está assistindo novelas de mais mocinha
-Ué mais casal que se amam se beijam? E vocês se amam, por isso vai se casar, não é?
Engoli em seco, ela só tem dez anos, ao mesmo tempo que era muito infantil, mas às vezes tão adulta, Hugo se aproximou de mim, me olhando dentro dos olhos, me passou um nervoso no corpo, é só um beijo Carol, Julieta é só uma criança, mas se ela comentasse algo com minha mãe, ela é mais adulta, sabia e experiente, e iria perceber que tinha algo de errado, e veria em conversar comigo, ele umedeceu os lábios e se aproximou de mim, selou nossos lábios ouvi a risadinha de Julieta, e tudo sumiu em minha volta, senti sua mão em minha cintura, me puxando mais para si, seu beijo me deixa tonta, senti sua língua com um pouco de relutância entrar em minha boca, e concedi dando passagem, e fazendo  o mesmo, ele termina me dando um selinho, e me encara por instante. O que tinha acabado de acontecer ali? Nós dois estava sem reposta para isso, um beijo a pedido de uma criança se prolongou mais do que o necessário, tanto que Ju, não se encontrava mais ali na sala.
-Vou indo Caroline, até.
-Até Hugo
Ele saiu e me perguntei novamente, O que foi aquilo? E sinceramente não tinha resposta.
(...)
Os dias passaram rapidamente, depois do ocorrido em minha casa, eu e Hugo só conversamos umas duas vezes pelo telefone sobre o tratamento da minha mãe que tinha iniciado e que logo estaria cem por cento curada, e sobre o apartamento já estava comprado onde ela moraria com Julieta, dois andares abaixo do dele, que já poderia decora-lo, Julieta endoidou, moraria em um prédio luxuoso com piscina, teria seu próprio quarto e Hugo a deixou montar todo o quarto, que logo se prontificou dizendo que teria que ser roxo, ele só ria com o entusiasmo dela.
-Filha não concordo que seu noivo vem fazendo, ele está gastando demais
-Ele só quer que fique perto de mim mamãe
-Eu sei meu amor, mas tenho chances de me salvar, poderia ficar aqui mesmo
-Ele já comprou mãe
-Tudo bem Caroline, mas não o deixe fazer mais nada por nós, tudo bem? A obrigação dele é só com você.
-Pode deixar vou conversar com ele
-Estou tão feliz por você  arrumar um marido tão bom, seu pai com certeza deve estar muito feliz onde quer que esteja.
Ele devia estar me enforcando isso sim, vendo que sua filha se vendeu.
Pov. Hugo
A dias fico me perguntando que beijo foi aquele, sei que ela é bonita e tal, mas porque fiquei tão impressionado a ponto de ficar sem fala, Rodrigo fala que estou apaixonado, é caso de rir, sei que não é isso, nunca me prendi a mulher alguma, acho que o que me deixou assim foi o fato da química ter sido muito alta, numa fórmula com certeza a equação seria exata, pois nunca vi dois seres ser tão opostos e sentir tanta atração, mesmo se ela negar, sei que sim, me sinto atraído, e ela também sente, é lógico que percebo.
Ouço meu interfone e vou abrir a porta
-Oi pai
-Oi filho
Ele já entra olhando tudo a sua volta.
-Sabe que hoje tem que levar sua namorada para a conhecermos
-Estou ciente disso
-Só espero que não seja uma vagabunda, sabe que amigos importantíssimos estarão presentes, empresários também, a mídia, então por favor Hugo, se for uma brincadeira de mal gosto não faça.
-Não pai, não é nenhuma brincadeira de mal gosto, pelo ao contrário, nesse jantar mesmo decidiremos a data de me enforcar, ela só não é da nossa classe social
-Sabe que não me importo com isso, afinal já fui pobre, se somos o que somos hoje, é fruto de um trabalho intenso e árduo, contanto que seja uma mulher respeitosa, não impedirei.
Conversamos mais um pouco ele disse que talvez meu primo estaria presente com certeza era uma mensagem indiretamente que se eu fizesse qualquer coisa que não o agradasse, Dênis seria seu benificiário.
Colocando meu terno sob medida, calçando um sapato preto social, como odeio essas roupas e esses eventos onde todos quero se exibir mostrar o que tem, e os velhos querendo casar suas filhas com alguém do meio, pelo menos essa noite estaria a salvo, com certeza Barbara estaria lá, a afilhada do meu pai e eu sempre fui seu alvo, já tivemos algumas noites quentes, e garota cismou que tinha que ser minha mulher, louca de pedra, mais do que eu, queria ver sua cara quando visse minha noiva só assim me deixaria em paz, desde nova me ronda como  urubu.
Estava indo buscar Caroline, Julieta disse que era para esperar que ela estava terminando de se arrumar com ajuda de sua mãe, que ela estava uma princesa, quando ela saiu de seu quarto e veio em minha direção não acreditava em que os meus olhos via, seus cabelos estavam volumosos todo jogado para o lado, um vestido lindo verde musgo com detalhes em dourado uma sandália preta no pé com saltos, e muito pouca maquiagem, o que me agrada, ela não abusa, nunca abusou, é mais ao natural, e mulher fica muito mais linda assim
-Ela não está linda tio?
-Está deslumbrante- Ela sorriu para mim, tirei uma pulseira de esmeraldas do meu bolso e deu certinho com o que vestia, parecia que até combinamos, ela pegou sua bolsa dourada de mão, e fomos até seu carro, com sua mãe acabando de chorar de tão emocionada.
No caminho ela ficou calada
-Está nervosa?
-Não vou mentir, estou me mijando de medo, e se descobrirem sobre a armação, meu Deus que frio na barriga
-Acalme-se não tem como descobrirem.
O salão estava repleto de jornalistas.
-Olha eles vão querer nos registrar, não precisa responder nada, só sorria
Quando descemos do carro, vários flashes vieram em nossa direção, segurei em sua cintura e apoiei minha cabeça na sua, ouvia perguntas sobre quem é ela, mas só ignorei, até uma jornalista puxar meu braço
-Hugo Bertolazzi ela é sua namorada?
-Sim
-Como ela se chama?
-Caroline, com licença a pessoas a nossa espera
Saímos dali, já com a farsa, mãos dadas, ao adentrar o salão de longe vi Dênis conversando com meu pai
-Está vendo aquele ali com meu pai, é meu primo Dênis, nos odiamos, já te deixo bem claro, ele deve caçar brincadeira com você para me irritar, não que vá me incomodar, já que não temos nada, mas aqui você será minha noiva então comporte-se como tal.
Vi ela trincar os dentes, mas pelo menos aqui não disse nada, notei que Barbara ainda não tinha chegado, fomos a mesa dos meus pais, e quando ele viu quem me acompanhava ele engasgou com o vinho que tomava colocando o guardanapo na boca na hora
-Boa Noite família
-Caroline?
-Boa Noite senhor Bertolazzi
Ela disse com um sorriso enorme, minha mãe a olhava com admiração, Dênis a comeu com os olhos, essa noite será longa

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