Homem de família

4.8K 254 47
                                    

Pov Hugo:

5 anos depois.

Abro os olhos lentamente, viro para o lado para verificar as horas, sete horas de uma manhã de sábado e eu estava ali acordado, sorrio ao me recordar que meu pai sempre teve essa mania de acordar cedo, mesmo aos fins de semana, feriados ou férias, e eu sempre reclamava, afinal a cama me chamava, sempre que podia gostava de dormir ao máximo, mas então ali estava eu, em pleno sábado acordado, olho para baixo e vejo Carol dormindo em cima do meu peito com a respiração tranquila, e apenas o nosso fino lençol de seda cobrindo seu corpo seminu, e que corpo, com o passar dos anos, Carol se transformou em uma mulher completa, não só no jeito de pensar como em seu corpo, suas curvas estavam mais definidas, seus pequenos seios continuavam firmes e convidativos como antes, sua bunda perfeita, e na cama, ela continuava a me levar a loucura como no começo, eu tinha um orgulho enorme, e meu ego como homem ficava altamente inflado, só de lembrar que a transformei naquela mulher, que a fiz minha mulher, tudo me fazia ficar como disse cheio de mim, mas Carol tinha muito mérito, afinal ela também me mostrou prazeres que eu nunca tinha experimentado, dentro e fora da cama, a coloquei com cuidado em seu travesseiro e me levantei devagar para não acorda-la, fui até o banheiro fazer minha higiene matinal, me olho no espelho, sorrio ao constatar que estou cada vez mais parecido com meu pai, Raul Bertolazzi, em tudo, no modo de ser marido, meu pai venerava minha mãe, e eu fazia o mesmo com Caroline, ela era, meu céu, minha terra, meu furacão, estava parecido com meu pai, na forma de ser presidente da empresa, eu sempre o critiquei, sempre falava que jamais seria igual a ele, não queria responsabilidade, e ser parecido com meu pai era o mesmo que ser responsável, mas era dessa forma que estava levando a empresa, com cuidado, com visão, dava oportunidades para muitas pessoas, sabia ouvir meus funcionários, não fazia pouco caso de ninguém, me emocionei quando a minha secretária que conhecia meu pai há muito tempo, falou que via cada vez mais meu pai em mim, e isso era motivo de muito orgulho, se eu conseguisse ser metade do que o meu pai foi, eu já me consideraria um homem de sorte.
Saí do meu quarto passando em frente ao quarto de porta branca com borboletas pintadas, abri devagar vendo minha filha dormindo tranquilamente, Lavinnea já estava com quase seis anos, linda e esperta a mistura perfeita entre mim e Caroline, me aproximei dela e fiz um carinho no rosto da minha princesa, o tempo estava passando tão rápido e eu só queria congelar ela naquele momento, onde ela fazia vários desenhos para colocar em minha sala, lembro que todas as vezes que os acionistas entram lá eles morrem de rir pelo fato da minha sala ser toda colorida, inclusive tem pedrinhas coladas no monitor do meu computador, e eu nunca tirava de lá, e ai de alguém que se atrevesse a tirar, era gostoso aquele ambiente que Lavinnea sempre decorava para mim quando estava na empresa, era uma forma de estar perto da minha princesa e relaxar, Lavinnea já estava na escola, e estava quase no primeiro ano, esse ano aconteceria sua formatura e ela estava toda boba, ela é uma criança tão linda, que chegou a ser chamada para fazer umas fotos para uma linha infantil de roupas de uma amiga da minha mãe, lembro que Carol ficou super empolgada mas é claro que barrei, não gostava dela exposta dessa forma, não queria ela exposta, sou um empresário muito bem sucedido, os riscos dela já eram grandes sem ter tanta exposição, com muita então os riscos aumentavam e eu não queria isso, Lavinnea me mantinha preso à terra, era tudo para mim, não me perdoaria se algo acontecesse com ela, e bastava olhar os jornais, crianças são sequestrados todos os dias e barbaridades acontecem com elas, um pouco antes de virarem estatísticas, não podia permitir que isso acontecesse com ela, a segurança da minha filha era minha prioridade, podem me chamar de exagerado.
Dei um beijo em sua testa e levantei, assim que ia sair do quarto ela me chamou:
-Papai- me virei a olhando, vendo seus olhinhos pequenos e os coçando levemente e se sentando em sua cama
-Oi princesa, é cedo ainda, pode dormir.
-Perdi o sono, quero tomar chocolate-Ela disse fazendo aquela carinha impossível de resistir, fui até sua cama esticando meus braços e ela se jogou sem nem precisar dizer nada, fomos até a cozinha.
-Como está a escola?-Eu perguntei para ela.
-Muito bem, na aula de teatro fui escolhida para fazer a Julieta na peça de fim de ano. -Ela disse e eu sorri para ela lhe dando um beijo
-Julieta que tem um Romeu? –Perguntei, me lembrando que essa peça era romântica
-Claro- Falou a dona do meu coração entrando na cozinha de roupão e cabelos presos em um coque firme.
-Já viu Julieta sem Romeu? -Carol perguntou rindo dando um beijo na nossa filha.
-Carol, a quanto tempo sabe disso? -Perguntei
-Um tempinho. Ela respondeu normal, como se fosse dizer que estava com sono ou com fome
-Minha filha não vai ser a Julieta de nenhum Romeu.-Eu falei sério e Lavínia fez uma expressão chateada que cortou meu coração.
-Hugo não seja bobo, é uma peça de criança .-Carol falou e eu sorri.
-Bom, nesse caso, pode ser a Julieta.-Eu disse e Lavínia sorriu batendo suas mãozinhas uma na outra empolgada
Olhei para ela e Carol sentadas no banquinho enquanto preparava chocolate quente, e me senti o homem mais sortudo do mundo. Lavinnea contava empolgada sobre o colégio, e os planos para sua festa de seis anos, Carol foi até a geladeira e pegando um pote de sorvete de morango, isso é sério? Sete horas da manhã e ainda no inverno? Dei de ombros e despejei o liquido amarronzado na caneca entregando para Lavinnea que pegou de bom grado, tomando longos goles me fazendo rir, apesar de ter nascida prematura, ela sempre tivera uma boa saúde não lembro de se quer um resfriado que teve e sempre foi boa para comer, nunca precisamos brigar para que se alimentasse melhor

- Mamãe ontem todo mundo riu de mim na sala, inclusive a tia Beatriz.

Carol parou de comer seu sorvete e olhou para Lavinnea que passava a língua no bigode de achocolatado que se formou.

-Porque meu amor? - Me aproximei também para entender o porquê disso, Lavinnea nunca reclamava de seu colégio e muito menos da professora.

- Ontem a tia Beatriz perguntou qual era a profissão dos nossos papais então a Amanda disse que o papai dela é chefe, eu também falei que o papai Hugo também era, aí a tia perguntou o que ele fazia, eu disse que ele ficava num prédio grandão, em uma sala e gritava o dia todo no telefone, todo mundo riu

Caroline começou a rir, acabei que rindo também, ela nunca ia esquecer esse dia, foi passar o dia comigo e me ver trabalhar, mas nesse dia estava uma confusão, que toda hora tinha que brigar com um pelo telefone

- Aí Amanda disse que o papai dela fazia muita comida gostosa, eu não sabia que existia dois tipos de chefe.

-Você traumatizou sua filha Hugo- Carol falou ainda rindo.

O dia passou muito rápido, Lavinnea estava em seu quarto brincando de colorir e estava com Carol no sofá vendo um filme, puxei seu queixo lhe dando um beijo, a intenção era somente um selinho, mas acabamos que aprofundamos, a deitei no sofá e passeava minha mão tranquilamente pelos seus braços, quadril, apertava seu seio, percebia Carol arfando mais forte

-Vocês são nojentos, vão para o quarto de vocês- Carol se sentou imediatamente olhando Julieta que estava nos olhando com as bochechas coradas, ela estava passando uma temporada conosco, visto que minha mãe e dona Ana estavam viajando juntas afim de fazer minha mãe aceitar a perda de meu pai e como Ana sabia como era ficar viúva estava a ajudando nesse processo de aceitação, olhei Julieta, estava cada dia mais linda, estava com seus dezesseis anos e como Carol era sempre direta, a olhei nos olhos mostrando o momento que ela havia estragado e como todo adolescente rebateu.

-Não precisa me olhar assim cunhado, sala não foi feita para suas safadezas, vão para o quarto

Carol se levantou depressa e me pegou pela mão, não antes de tomar o sorvete que estava nas mãos de Julieta.

-Ei isso é meu Carol, me devolva

-Não, pegue outro para você, sabe que sorvete de morango para mim é vida, e demais ag.

Caroline parou abruptamente e olhou para irmã como se conversassem silenciosamente e a irmã se deu por vencida

-Julieta tem razão amor, vamos para o quarto, e você cuida da Lavinnea por nós irmãzinha- Ela fez uma careta, mas concordou em cuidar da sobrinha, as duas eram muito apegadas, entramos no quarto e Carol se jogou na cama comendo o sorvete era o terceiro do dia

- Não sei como cabe tanto sorvete aí Carol, se bem que hoje você comeu somente isso, o que está acontecendo com você?

Ela se sentou na cama e bateu a mão para que me sentasse ao seu lado.

-Lembra que todos os meses desde os dois anos de Lavinnea você me pede nossa Julia

-Claro e você se nega terminantemente falando que Lavinnea é muito nova

Parei e olhei para ela que sorria.

-Seremos pais novamente Carol?

-Desconfiei que estava grávida alguns dias atrás, mas como não queria te dar esperanças falsas esperei o mês acabar para ter certeza, estou grávida de um mês e duas semanas.

- Meu Deus isso é mais do que esperei para minha vida, obrigada Carol, obrigada por me fazer desse homem que sou hoje, eu te amo

- Eu te amo mais

A beijei com carinho, a soltando, percebendo que durante todos esses anos, nunca fiz o certo, apesar de amá-la demais, fiquei devendo em nunca a pedir em casamento como toda mulher merece.

-Então, como você diz a sua esposa que quer se casar com ela, de novo?

Vi a surpresa em seus olhos e depois um sorriso enorme se fazer presente.

- Nós não precisamos nos casar de novo, embora uma segunda lua de mel seja muito bem-vinda, visto que a primeira foi entre tapas e beijos

-Começamos agora com ela - a deitei sobre o colchão macio a tomando em meus braços mais uma vez.

Lembrei da carta do meu pai, de quando ele me "obrigou" a casar, e sorri, o plano de Raul, era me tornar um homem de família, e eu nunca poderia imaginar que eu ia amar ser esse homem, um homem que meu pai se orgulharia.

Casamento por contrato ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora