Eu não pedi isso a ela

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Pov Hugo

Um ano depois

Abro meus olhos rapidamente os fechando imediatamente pela claridade que os irritam, dessa vez refazendo o processo devagar, vendo o quarto todo claro, e um lindo sol se fazia presente lá fora, não sabia que horas era e nem me importo, não iria trabalhar hoje nem que minha vida dependesse disso, estava cansado, resultado de uma noite de farra ontem com Caroline,com  meu amigo Rodrigo e sua esposa em uma boate, olho devagar para meu lado lá estava ela dormindo toda encolhida, serena, aprendi a amar cada coisa nela, ela se dedicou tanto para ter meu amor e ela teve. Como?

Ela me tratava com respeito, carinho, dedicação, foi paciente, com tantos pequenos detalhes foi ganhando meu coração, cuidava de mim, acordava cedo para que pudéssemos tomar um café da manhã juntos,  beijos de bom dia ao acordar, ao chegar em casa de um dia exaustivo ela estava me esperando com um sorriso enorme no rosto, perguntava como foi meu dia e ouvia pacientemente tudo o que lhe dizia, ela não perguntava por perguntar, ela perguntava porque realmente queria saber, e sempre opinava, me dando broncas se estivesse erado, ou me defendia com unhas e dentes quando estava certo, ela soube preencher o status de esposa, ela era amiga, companheira, amante, tudo em uma, não precisa de outra para suprir o que falta em casa, ela era um conjunto.

Nossas sextas até tarde com filme e pipoca, sábado em alguma balada, me surpreendo a cada dia como ela me queria e lutou por isso, agora estou aqui, perdidamente apaixonado por ela, levou um ano para isso acontecer, mas quando aconteceu, não foi uma ilusão, mas sim porque a queria, só o bendito eu te amo ainda  quenão havia dito, mas não conseguia, mas sempre procurava demonstrar, mas sabia que não era suficiente, via que ela pedia com o olhar para escutar, e ela dizia com facilidade as três palavras tão pequenas mas com um significado enorme, não fazia por mal, mas nem com minha própria mãe tinha esse afeto, ela  se apegou muito a mim, o que me fazia me sentir mais horrível ainda, ela se mexeu na cama e abriu aqueles olhos castanhos esverdeados e me olhou com carinho e paixão com um pequeno sorriso entre os lábios

-Bom dia Hugo- sua voz saiu baixa, já fazia dias que ela estava para baixo, estava chateada, tinha completado três anos que seu pai faleceu, e ainda a mãe não queria saber dela, então era ela e sua irmã apenas, tudo por minha culpa, mas iria resolver isso, ela tinha que ter a família de volta, olhei para ela e sorrir pequeno, mas com todo amor que podia demonstrar ali

-Bom dia Carol- Um selinho foi dado,  ela se levantou indo até banheiro fazer sua higiene, escutei quando o chuveiro foi ligado e imediatamente levantei afim de tomar um banho com ela.

Ao adentrar a suíte toda branca e preta vi a silhueta de seu corpo no box escuro, ela lavava os cabelos, mas escutei um suspiro, algo como um choro silencioso, puxei a porta de vidro a fazendo correr mostrando seu corpo de frente para mim  a olhei ela estava de cabeça baixa e me olhou triste, tirei rapidamente minha cueca entrando no chuveiro a puxando seu corpo contra o meu a abraçando apertado, querendo mostrar que estava ao seu lado.

-Eu sinto falta da minha mãe Hugo, ela é tão cabeça dura- Ela disse abraçada ao meu corpo

-Eu sei que estou emotiva demais, mas já faz um ano Hugo, um ano e nem mesmo um bom dia ela me deu.

Senti ela fungar, acariciei seus cabelos, nada do que pudesse falar com ela, iria ajudar, pessoas quando sentem dor, ou tristeza, não adianta outro falar que vai ficar tudo bem, que por mais que concordamos na hora, no fundo não acreditamos, o melhor é ser um ombro amigo e deixar chorar e desabafar sei por experiência própria, o banho durou o suficiente para que ela se sentisse melhor

-Vem deixe-me cuidar de você

-Não sou um bebê Hugo- Ela disse risonha, chorar alivia alma, por isso deixei ela chorar, para que  tirasse de dentro de si tudo o que a consumia internamente.

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