Eu sinto muito

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Pov Narrador.

Hugo olhava a esposa, e ela o olhava fixamente de volta, seu coração estava tão acelerado que ele não sabia o que fazer, passou as mãos nos cabelos nervosamente e apertou os olhos, Caroline colocava as mãos nas têmporas, flashes iam e voltavam de sua mente, estava tudo uma bagunça, ela se via chorando, discutindo com o homem a sua frente, depois se via nos braços de Hugo em seus momentos íntimos, viu uma barriga em si, a voz dele ecoava várias e várias vezes que ele a amava passava em sua mente, um contrato, casamento, abriu os olhos de uma vez e encarou o loiro com o rosto entre as suas mãos grandes

-Hugo Sua voz saiu baixa e seu coração palpitou, flashes do dia do acidente passou em sua mente- Minha cabeça dói, estou confusa, eu vejo você, me vejo grávida, brigas- sua bochecha ganhou uma coloração- Me vi estando em seus braços em vários momentos

Ele levantou a cabeça e ergueu o olhar em direção a sua mulher, ela viu os olhos azuis lacrimejando e sua expressão cansada, seu coração se apertou quando viu aquilo.

-Não começamos como qualquer casal, mas nos amamos mais do quer qualquer um por aí que teve todas etapas de um relacionamento comum.

Ele se levantou e se sentou a beirada de sua cama, pegando sua mão e levando até os lábios e depositando um leve beijo.

-Senti tanto sua falta Caroline

Ele se aproximou e ela arregalou os olhos, não se afastou ele havia dito que era seu marido, e se amavam, ela não tinha o porquê o evitar, um beijo seco e rápido foi posto em seus lábios, seu coração palpitou, seu corpo reconhecia aquela temperatura.

- Senhor Bertolazzi, ela acordou e você não avisou ao doutor- Uma enfermeira que olhava chocada para os dois, Hugo nem olhou para trás continuava a olhar sua esposa e ela olhava o mesmo, ela o conhecia, tinha certeza, tinha lembranças rápidas com ele, estava um pouco confusa, porém percebia algo nos olhos deles, aos poucos o seu azul estava tão ávidos, olhando para ela, era como se ele a idolatrasse, como se ela fosse tudo que importava para ele.

Os minutos passaram, o silêncio estava presente, não os incomodavam, ele matava a saudade de olhar aqueles olhos castanhos esverdeados que tanto amava, poder ver sua respiração calma, seu peito subia e descia lentamente, a expressão que ela sempre tinha no rosto, a serenidade, o médico examinava Caroline, depois de ter passado um belo sermão em Hugo pôr não o ter comunicado imediatamente

-Ela está perfeitamente bem, vou pedir alguns exames neurológicos, para constatar algo, contudo creio eu que ela esteja somente confusa, ela bateu com a cabeça, passou por uma cirurgia no cérebro e ainda dormiu por um mês, é normal está confusa- O doutor Barretos informava

O dia passou e conforme as horas iriam avançando, Carol aos poucos ia se recordando de cada rosto, de cada detalhe, as memórias estavam se encaixando no local e no momento certo de sua vida, não estava mais aquela bagunça sua mente

Hugo sorria de orelha a orelha, Carol estava sentada e não parava de falar com sua mãe e sua irmã, tinha procurado por seus pais, o que estava o deixando preocupado, sabia que seu pai no último mês estava se sentindo mal, e sempre que dava ia lá, porém com tudo que estava acontecendo em sua vida, não sabia quem olhar e seu pai pediu que se tranquilizasse e olhasse a esposa que ele iria ficar bem, era só mal da idade, o que era errado ele falar, estava nos auge dos seus quarenta e cinco anos.

- E aquela afilhada de seu pai? - Carol entortou a boca em um biquinho adorável, Hugo sorriu, Carol sempre tivera ciúme de Barbara e a mesma não facilitava em provocar sua mulher.

- Arrumou um coroa e está viajando o mundo em lua de mel com ele, casaram em Vegas o que foi um escândalo para minha família, sabe como são tradicionais.

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