Presságio

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Pov Caroline 
Sinto um chute no pé da minha barriga, no mesmo momento sorrio, Lavinnea tinha essa mania de me despertar,mas dessa vez ela não conseguiu, já estava acordada alguns minutos, abro os olhos lentamente e percebo o quarto ainda escuro, não sabia se é pelo fato do meu blackout ainda está fechado ou se realmente estava muito cedo, fico com a segunda opção, mal havia conseguido dormir essa noite, estava com uma ansiedade fora do comum, pois sempre fora uma mulher calma, e isso fazia com que acordasse várias e várias vezes durante a noite por não está acostumada com essa ansiedade, não sabia porque estava assim, sentia meu coração apertado, como um mal pressentimento, um mal presságio, sinto Hugo se enrolar nos cobertores e faço uma careta devido o frio que estava fazendo em São Paulo esses dias.
-Hugo-Falo o seu nome já com mau humor,durante a noite era uma briga por esses cobertores, ele os fazia de seu casulo,cheguei o ameaçar dizendo que cada um iria dormir com seu cobertor separadamente,ele como um bom safado, um verdadeiro Bertolazzi segundo ele,me convenceu que dormir juntinhos aquecia mais e se fosse completamente nus era melhor ainda,chegava o calor mais depressa, segundo ele, pele com pele, claro que não concordei.
-Me deixe dormir Caroline, não me faça sair nesse frio por favor.
Rir baixinho colocando a mão na boca, estava sempre com vontade de comer algo e sempre era a noite ou muito cedo,  aprendi com Lindsay, minha amiga, que mesmo não tendo desejo, deve mentir, de algum modo o homem tem que pagar, já que toda gestação é por nossa conta.
- Não quero nada amor, só que você começou a ser egoísta e está pegando todo cobertor.
Senti ele se arrumando na nossa cama, jogando o cobertor marrom felpudo sobre mim e seu braço me puxando para perto dele, me senti mais apaixonada, ao perceber ele se aninhar em mim e alisar a minha linda barriga.
-Bom Dia Carol-Ele me deu um beijo na clavícula e depois no pescoço-Eu amo você- Suspirei audivelmente e percebi seu sorriso e ele morder meu pescoço.
Ele custou perceber que me amava e cada vez que ele assumia em voz alta, não conseguia conter minha felicidade.
-Eu amo você Hugo.
Mesmo de olhos fechados, sua boca procurou pela minha em um beijo profundo, sei que nenhum de nós dois  não havia feito uma higiene matinal,mas quem se importa? Era esses pequenos detalhes que faziam que nosso dia começasse  bem,ele acariciou minha barriga
-Papai ama você também Lavinnea.
Hugo surtou de felicidade quando descobriu que era uma menina, era o seu desejo desde que viu uma reportagem na televisão falando que as meninas eram mais carinhosas e o primeiro amor delas eram o pai, mesmo alegando que amaria,independentemente do sexo, mas nós dois sabíamos do seu desejo, Lavinnea não fez segredo,quando completei quatro meses, fiz minha ultrassom, ela estava com as perninhas totalmente abertas.
Hugo se virou na cama pegando em seu criado mudo seu celular,primeiro fechou os olhos com certeza devia estar incomodado com o brilho da tela, logo depois para fazer uma expressão de indignação.
-Nao acredito Caroline, são seis meia da manhã e me acordou, sabe que levanto somente às sete.
Comecei a rir, Hugo estava como um estudante adolescente que pedia somente mais cinco minutos na cama e ainda se pudesse usava mais os cinco minutos soneca do despertador.
- Só falta meia hora Hugo.
-Acredite senhora Bertolazzi, os últimos minutos na cama são sempre os melhores e demais nesse frio.
-Levante essa bunda enorme da cama senhor presidente, você tem uma  princesa a caminho e a mamãe dela adora um shopping.
Ele colocou a mão no peito fingindo uma falsa indignação.
-Não sei como aprendeu a ser tão consumista Caroline, aposto que tem dedo daquela sua amiga louca, quando ela vem?
Hugo não chamava Linda pelo nome verdadeiro de jeito nenhum.
-Assim que o noivo dela sair de férias,no máximo dois meses, estou louca para conhecer nossa afilhada, fico totalmente apaixonada nas fotos da Bruna, segundo Lindsay elas serão melhores amigas, por isso vamos fazer o batizados juntas.
-Graças a Deus nossa afilhada é menina, se fosse menino, não frequentaria essa casa, não deixaria, sabendo que minha princesa está aqui, não corro esse risco que bênção, obrigado Deus-Ele ergue as mãos no ar.
- Tenho pena da minha filha quando nascer.
-Nossa filha Carol,nossa.
Hugo se levantou indo em direção ao banheiro e escutei o chuveiro sendo ligado, coloquei minha mão sobre minha barriga alisando, estava anciosa, dali a dois meses minha pequena estaria em meus braços, confesso, tinha medo do parto, da dor, minha mãe, Lavinnea havia selado laços,estávamos quase cem por cento, juntamente minha sogra conversaram comigo, elas não ocultaram, o parto não é fácil para nehuma mulher, porém esse amor incondicional que sentimos pelo serzinho que carregamos e quando meus olhos encontrasse os olhos curiosos de minha filha me reconhecendo como mãe,fazia tudo valer a pena, fecho meus olhos por uns instantes ao senti-los pesados.
Acordo sobressaltada, pego meu celular e assusto, os instantes se tornaram cinco horas, já eram quase meio dia, me levanto me arrastando  até o banheiro, chingo Hugo ao olhar a pia e ver seu aparelho de babear ali, no chão continha duas toalhas, qual tipo de ser humano usa duas tolhas para se secar? Mulheres pode até ser, uma para os  cabelos e outra para se enrolar, mas homem? Nunca conseguirei entender essa mania dele, olho para dentro do boxer e um sabonete estava no chão.Porco
Parece que esquece que dividimos um banheiro, toda manhã é isso, e é o motivo de vários desentendimentos nossos, aliás o principal, ignoro toda sua bagunça, tirando apenas o sabonete do chão para evitar minha queda, ligo o chuveiro, sentindo a água quentinha cair sobre meus ombros,me questiono internamente se devo lavar meus cabelos e acabo optando por não, estava frio para fazer isso e demais que não estava afim de seca-los, saio com uma pressa absurda do chuveiro, querendo me vestir, visto uma lingerie rosa clara simples e um conjunto moletom vermelho grosso e um tênis, saio do meu quarto sentindo o cheiro do arroz sendo preparado.
-Boa Tarde senhora, deseja comer algo?
Eva a senhora que me ajuda com o apartamento me pergunta prestativa como sempre, tive que me livrar da outra, ja que estava mais para uma distração para Hugo do que uma ajudante do lar, me questionei se devia almoçar ou tomar um café da manhã, antes que me decidisse Lavinnea fez sua escolha.
-Quero somente um arroz e ovo
Alisei a barriga logo em seguida e a senhora riu indo até a cozinha preparar meu pedido.
Com o passar das horas meu tédio foi ficando maior e aquele sentimento ruim estava mais forte, não sabia dizer o por que, por mais que pensasse, levantei,não ficaria dentro de casa, iria me distrair até dar a hora que Hugo voltasse para casa, rapidamente fui até meu quarto enrolando meu cabelo em um coque e pegando minha bolsa com meus documentos fui até o aparador perto da porta da sala pegando a chave do meu carro.
-Eva se Hugo ligar, avise que fui ao shopping e também irei na casa da minha mãe, que me procure no celular estou com ele
- Sim senhora
Entrei no nosso elevador privativo, antes achava Hugo metido,mas agora vejo o quão bom é, não temos que apanhar ou deixar alguém algum andar, cobertura tem suas vantagens, no estacionamento avistei meu capitiva branco,destravei seu alarme enquanto saia do elevador, ao sentar a primeira coisa que fiz foi ligar o meu som e fiz uma careta ao tocar uma melodia suave quase um clássico, Hugo havia usado meu carro e tive certeza quando percebi uma caixinha de chicletes no chão, esse homem precisa aprender senso de organização, selecionei a pasta pop e meus tímpanos foram preenchidos pela maravilhosa voz da Beyoncé, sorrio feliz, manobro o carro,e começo a dirigir pelas ruas de São Paulo, o velocímetro marcava 40km/h, mesmo o trânsito estando um caos, não me importei, minha intenção era mesmo me distrair, parei no sinal vermelho,encostei minha cabeça no meu banco e fechei meus olhos na batida sensual que tocava neste momento, ouvi buzinas exaltadas, não tive tempo de entender, um caminhão sem freio atingiu meu carro, o senti sendo arrastado, uma dor forte na minha cabeça, minhas vistas embaçadas pelas lágrimas da dor conseguirão captar que não foi somente meu carro que foi atingindo,minha barriga começou a doer,pus a mão sobre a mesma.
-Lavinnea
Senti uma pontada na minha cabeça,levei meus dedos até minha testa sentindo o líquido viscoso presente ali,sangue.
minhas vistas pesaram, estava esforçando para me manter acordada,ouvia gritos e choros do lado de fora, sentia minha cabeça pesada, e meu olfato captou um cheiro de gasolina, porém a dor que sentia me venceu, a única coisa  que vizualizei antes de apagar foi duas safiras me observando, Hugo.

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