O diário de uma assassina

Capítulo 38

Nós saímos tão rápido, literalmente no momento em que a menina começou a nos dedurar que mal conseguimos terminar de ouvir a conversa, tudo o que me lembro é de que seu pai estava com cara de bravo e talvez até mesmo um pouco exaltado com ela e o menino somente ficava sentado mexendo em seu celular, não nego que me parecia que ele estava jogando.

Sentadas tentamos recuperar nosso fôlego e conversávamos baixinho para que ninguém descobrisse sobre o que falávamos e principalmente o que tínhamos feito, pois se descobrissem provavelmente ficaríamos de castigo por conta disso.

Enquanto nós riamos e conversávamos de repente parou alguém em frente a nós, para a nossa surpresa e no momento em que notamos ficamos paralisadas e Amélia sem fala.

- Com licença, eram vocês que se escondiam atrás da janela para espionar e acabaram sendo deduradas pela minha irmã?

Neste momento não tínhamos reação alguma, ambas ficamos 100% paralisadas.

- Não se preocupem, meu pai não acreditou nela e pediu desculpas para a diretora.

- Mas e você não vai dedurar a gente?

- Não, fiquem tranquilas não sou dedo duro igual a minha irmã.

- Bom saber...

Enquanto eu falava com ele, não me sentia eu mesma, da primeira vez foi muito estranho, foi como se eu estivesse consciente, porem alguém tivesse me manipulado, eu jamais teria dito alguma coisa teria ficado igual Amélia paralisada, não sei o que aconteceu comigo naquele momento foi tudo muito confuso, mas não posso dize que não apreciei cada instante.

Durante a conversa Amélia e eu descobrimos que ele era o menino que nós encontramos no shopping junto com o outro que invadiu todo e cada canto da minha mente, seu nome era Charles Cooperfinger e do seu amigo era Piedro Welbertt, não sei o que aconteceu, mas depois de alguns poucos instantes Amélia começou a falar.

- O que te trás aqui Charles?

- Minha irmã, meu pai acha que aqui ela deixará de ser "problemática" como ele mesmo diz.

- Que pena você não verá mais tanto sua irmã.

- Sim isso é verdade, mas concordo com meu pai, talvez seja bom para ela ficar aqui.

- Quem sabe?

- Bem, olhe para vocês, estão muito bem, principalmente você Amélia, não estou certo?

A partir daqui ele e Amélia começaram a flertar em cada uma das frases que saiam de suas bocas.

Fiquei super feliz por Amélia ele me parecia ser uma pessoa muito legal, gentil, sábio e acima de tudo decidido, o que para mim é uma coisa muito boa.

A conversa dos dois durou até o momento dele ir embora, porem ele deixou seu número para que ele e Amélia continuassem a conversa; eu mal ouvi o que eles falavam, pois naquele momento que descobri quem ele era, o veneno em minha mente voltou mais forte do que nunca, fiquei tão distraída e perdida que mal me lembro se me despedi dele.

Depois que ele se foi Amélia ficou elétrica, animada e extremamente empolgada com o que havia acontecido, nunca a tinha visto daquela forma antes disse acontecer.

Naquela noite Amélia deve ter dormido apenas algumas poucas horas, pois eles ficaram trocando mensagens até tarde da madrugada; de manhã quando o despertador tocasse eu faria com que ela me contasse tudo sobre o que eles conversaram e isso a deixou mais animada do que estava aparentado.

Os dias foram passando e as mensagens ocupavam cada vez mais o tempo e a mente de Amélia, em algumas aulas ela ficava tão distraída com a sua imaginação que a sala inteira conseguia ouvi-la suspirando por Charles, em algumas aulas eu conseguia ajuda-la a disfarçar tudo, mas em algumas não eram possíveis.