Capitulo 10 - Maria - Mãos ao alto

78 22 0
                                    


Foi difícil falar sobre tudo o que aconteceu naquele dia e toda a culpa que eu carrego comigo, mas também foi libertador. Saber que tanto vovô quanto vovó respeitavam este fardo que eu carregava.

Para quebrar o clima pesado que ficou depois da conversa, eu e vovó fizemos uma sessão cinema, só nós duas, com direito a pipoca e tudo. Confesso que nós duas nunca tivemos um tempo livre assim, apenas para nos curtir e conversar, e foi maravilhoso para matar um pouco de toda a saudade que eu estava sentindo, mas no final acabamos discutindo pelo mesmo assunto de sempre, eu ajuda-la em se manter e não me dedicar totalmente aos estudos.

-Minha menina, não precisa se preocupar comigo, eu consigo me virar com o que eu ganho, aproveite esta oportunidade que você esta tendo e se dedique somente aos estudos. – dizia vovó.

-Eu me dedico aos estudos, e estou rendendo nas matérias mais do que os professores esperavam, mas também posso e quero muito trabalhar, poder ajudar a senhora, e conquistar minha independência

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

-Eu me dedico aos estudos, e estou rendendo nas matérias mais do que os professores esperavam, mas também posso e quero muito trabalhar, poder ajudar a senhora, e conquistar minha independência.

-Mas estão fique com o dinheiro para você, gaste com coisa para você mesma.

-Eu gasto, pode ficar tranquila, -menti para deixa-la sossegada- e aqui eu tenho tudo de graça, então me sobra o bastante para ajudar a senhora também. – e assim encerramos o assunto.

Por mais que eu quisesse que o dia não acabasse nunca, amanhã era o ultimo dia do Mauricio e vovó aqui, eles iriam embora bem cedo e para nos mostrar as delicias que a cidade oferece, vovô extrapolou na sua alimentação e nos levou para apreciar um delicioso fondue de carne, queijo e o mais delicioso de todos, o de chocolate com frutas.

Infelizmente o dia seguinte chegou, e o momento da despedida também, foi difícil dizer tchau para cada um deles, principalmente vovó, Mauricio me garantiu que continuaria a cuidar dela e que eu poderia ficar tranquila. E assim foi a despedida, cheia de corações partidos de saudades, mas de alma lavada por tudo o que conversamos e nos acertamos.

Como já não cuidava mais do vovô constantemente, aproveitava para entrar alguns dias mais cedo no Seu Messias e ficava até fechar. Era um trabalho leve, que assim que eu terminava de abastecer as prateleiras, me sobrava tempo para estudar entre um cliente e outro.

O dia estava calmo e eu me focava em estudar física, já que tinha maior dificuldade, escutei a porta se abrir e ergui os olhos apenas para ver dois homens de bonés entrando e se dirigindo ao fundo da loja, o local mais movimentado devido a quantidade e variedade de bebidas alcoólicas. Eu não dei muita atenção, já perdi as contas de quantos clientes entram e fazem este mesmo caminho, mas tudo mudou quando se aproximaram do balcão, eu fechei o livro e quando levantei o olhar...

Ar, preciso de ar.

Como tudo isso aconteceu?

Socorro, eu queria gritar, mas não tinha voz, apenas uma arma apontada para minha cabeça.

Ponto e vírgula - Um novo recomeço - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora