Boa noite, hoje liberei o capitulo só agora, mas esta cheio de amor.
Até Quarta ;)
Depois que Marina e minha mãe foram embora com certeza, eu voltei ao trabalho e aquilo me fez muito bem, foram como soltar as amarras, eu já me sentia sufocada dentro daquela casa, não podendo chegar nem perto da janela ou das portas. O mercadinho parecia dizer o mesmo, o quando minha falta ali fora notada, as prateleiras estavam bagunçadas, e tinha poeira em vários lugares, o que levou alguns dias para colocar tudo de volta ao lugar.
Isso tudo me fazia um bem danado, ajudar na casa, ajudar o vovô, trabalhar. No período de reclusão usei o telefone da casa para ligar para Água Branca, mas não comentei com ninguém sobre o que ocorrera aqui, vovó morria de saudades e Mauricio marcou sua vinda para a baixa temporada do hotel-fazenda, já que vovô não estava mais com tanta pressa sobre a conversa.
A nossa ligação foi aumentando, eu já não era tratada com repudio por ninguém na casa, e para quem não sabia era difícil acreditar que eu era filha de quem eu era, tanto por pai, por ser uma pessoa tão simples, como por mãe, por ser uma pessoa educada e que respeitava a todos, independente da conta bancaria.
Num dia desses, em que fazia as verificações de rotina, tomei uma coragem repentina e me arrisquei a perguntar um assunto um tanto proibido na casa.
-Vovô, desculpa incomodar com este assunto, mas se não for muito presunçoso da minha parte, como era meu pai? Eu conheço a historia do dono do hotel fazenda, mas não o conheço em si, como pessoa, sabe?
Ele me olhou, sua feição mudou, depois olhou para a janela, respirou fundo, como se buscasse na alma e começou a me contar.
-Seu pai sempre amou aquelas terras, são heranças da família de sua avó, e nos verões, íamos passar alguns dias lá. – ele soltou um suspiro alegre – Ah, ele se transformava naquelas terras. Aqui era um menino educado que utilizava todas as regras de etiquetas, estava sempre bem vestido, calçado e com um livro sobre os braços, mas lá Gustavo era um garoto da terra, subia num pé de manga e de lá mesmo colhia e comia, sem etiqueta nenhuma, mas com o prazer que é poder comer uma fruta podendo se lambuzar com ela, depois corria solto pelos campos, soltava pipa e tomava muitos e muitos banhos naquele riacho.
Vovô parou e olhou para mim, seus olhos apesar de estarem vidrados em minha direção, estavam lá no passado, como se ele estivesse revivendo cada parte que contava com tamanha emoção.
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Ponto e vírgula - Um novo recomeço - COMPLETO
ChickLitMaria se vê deserdada pelo pai, abandonada pela mãe e foi criada pela avó com árduo trabalho no campo, se tornou arrimo de família muito nova e trabalhava em um empreendimento que era do seu falecido pai, o hotel fazenda em Água Branca. Aos 16 anos...