Fetish (Camren)

Lips

Opa!
Tenham uma boa leitura!

Fazia-se anos desde que deixou o inferno que chamou de lar em Miami. Amava sua casa, mas todas as péssimas memórias que tinha de lá não fazia com que Camila fosse mais ansiosa para voltar. Preferia que sua família a visitasse em Nova Iorque. Sentia-se egoísta, é claro, porém sua irmãzinha e mãe entendiam a necessidade de ficar longe por tanto tempo da cidade que tanto amava. Amava Miami, só não sabia lidar com tantas lembranças ruins, as terapias não conseguiam consertar isso. Não mencionava seu pai em canto algum, não valia seu tempo ou mesmo seus pensamentos. Sentia-se melhor por ter tido sua mãe ao seu lado, mesmo que o divórcio tenha sido inevitável.

A família Cabello sempre tiveram uma relação familiar disfuncional, um pouco problemática. A mais nova tinha 19 anos, mas veja, tinha inclinações rebeldes enquanto a própria Camila se calava para diversas coisas naquela idade, demorou muito para aprender a se impor. As irmãs concordavam apenas em discordar. Sofia não era a pessoa mais apegada ao seu pai, nem mesmo Camila o era, porém não achava ser um comportamento saudável ou adequado para a irmã caçula, e esta, não abria mão. 

Morar sozinha tinha o preço da solidão que para uma mulher como Camila poderia ser alto demais ou simplesmente muito bem-vindo. Em sua maioria, a segunda opção imperava. A solidão era amiga e não tinha a menor necessidade de tornar sua noite mais cheia, como presumiam pessoas que ao olhar a modelo de longe, julgava-a em superficialidade e futilidade. Ao contrário, Camila se colocava íntegra aos seus sentimentos, fiel e totalmente honesta a não levar mulheres para sua cama, e muito menos homens, se não possuía vontade ou sentimentos. Não tinha quedas morais que a fizesse passar por cima de tanta coisa que pensava a respeito de compartilhar uma cama com alguém. 

Não até aquela noite em específico após um evento de moda, onde os flertes com uma mulher bonita que nem mesmo recordava de seu nome, a fez ceder. Ela tinha olhos verdes, não eram impressionantes ou tão bonitos quanto os da Angel que se tornou fascinada nos últimos meses, mas alimentava a perturbação interior de Camila, também tinha os cabelos pretos. Era mesmo bonita, mas não se comparava. 

Desejava que fosse Lauren Jauregui.

Ao alcançar seu apartamento, Camila fazia um imenso esforço para prestar atenção na conversa que engatou com a mulher. Sentia como seu corpo era frequentemente tocado pelas mãos, causando-lhe impaciência. Tentou esconder o desconforto ao romper todos os limites que eram impostos para si e seduziu a moça com um beijo surpresa, conduzindo-a a um estado de animação que deveria ser contagiante, mas que para Camila, não havia emoção, era frio como uma noite de inverno a um nível que sequer fechava os olhos.

O toque das mãos puxando seu vestido para longe de seu corpo não era bem-vindo, causava sensações ácidas e angustiantes, que nem mesmo as carícias do polegar em sua bochecha lhe surtia qualquer efeito. Era exatamente como se estivesse morta por dentro, mas induzindo alguém à loucura com beijos provocantes. Enquanto a outra não notava o que acontecia, a mente da latina ia tão longe ao proibido. Recordava com clareza… Não era parecida com quem desejava verdadeiramente, nem mesmo os olhos conseguiam lembrar em sua intensidade, a carícia em seu rosto não tinha rastros do carinho e da amabilidade mesmo após ser tão injustamente acusada. Era só… Algo vazio e desconfortável. 

Queria Lauren desesperadamente e estava culpando-a por isso. A modelo tomava seus pensamentos mais profundos e seus desejos mais obscuros, como haveria alguém para competir com aquilo? Como competir com seus sonhos perturbadores? 

Seduzia a mulher com beijos e toques, mas foi uma mera questão de minutos quando sentiu sua cintura ser apertada e mãos descendo para sua bunda. Sua cabeça começava a despertar uma confusão intensa, um respirar ofegante que era confundido com excitação, e suas mãos começavam a tremer. Posições foram invertidas, Camila cruelmente subjugada por um corpo acima do seu, sem paixão, apenas o desejo rude que remete à coisas ruins. Ficou sem reação por algum tempo enquanto a mulher beijava seu seio e era umedecida no local com a língua.