Red Wine

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Boa leitura!

O ódio sempre foi predileto. É estranha pensar no sentimento tão grande e ruim como se fosse uma pessoa, entretanto, é costume que ele tome a forma de uma pessoa. Sempre foi fácil de ser cultivado em detrimento do amor… Todos desconhecem o motivo, mas escolhem o ódio acima da empatia humana e da gentileza, e elas não precisam de uma desculpa, simplesmente odeiam, seja por motivo supérfluo ou não. Não se importam com nada e nem ninguém além delas, são nocivas, coléricas e resmungonas.

Apesar de tudo, ainda existem as pessoas que optam pelo amor, amor acima de todas as coisas… O sentimento é popular em palavras, mas dificilmente alguém consegue colocar em ação. A popularidade traz a sensação de querer experimentar o que é e o que significa, sentir a boca do estômago se apertar numa agonia excêntrica e deliciosa, mas nem todos parecem prontos para as dezenas de dificuldades porque, apesar do que imaginam, o amor não é inteiramente perfeito. 

A possibilidade de ser preenchido pelo amor, algo bom, ainda não consegue ser tão confortável quanto o ódio. Onde existe Luz, sempre haverá Trevas. 

Talvez ninguém tenha parado para cogitar o que sairia da união de Luz e Trevas na sua mais pura forma. Aponto então para as pessoas que são facilmente envolvidas e conduzidas pelo desejo carnal… O desejo dos corpos suados se encontrando, enroscando em paixão árdua e capaz de ferver… as palavras obscenas proferidas. O desejo está na linha tênue entre o amor e o ódio, não faz distinção. Quem poderia julgar por ceder ao desejo? 

O último caso, todavia, encaixava as duas modelos amantes com perfeição. Não cediam totalmente ao ódio e eram capazes de encontrar um pouco de Luz, principalmente uma na outra. Não conseguiam se livrar da ansiedade que era compartilharem beijos ou as trocas de olhares ao estarem no mesmo ambiente. O desejo pairava nelas como se fosse um antagonista ao amor e ódio. 

Suas amigas percebiam tudo, mas não comentavam nada. Não dizia respeito à elas o que Camila e Lauren não fazia questão de disfarçar. Sabiam o limite que a amizade delas tinha ali. 

A Angel sorria para Martha que falava algo realmente agradável sobre a irmãzinha caçula dela. A pausa no ensaio de lingerie estava sendo feita, o que significava um bom tempo livre. Algo dentro de Camila conversava consigo sobre a falta que deu de Lauren pela manhã, ela deveria trabalhar, mas não parecia que iria mesmo. Mesma que risse, Martha não conseguia distrair Camila de uma preocupação ligeira e da ansiedade que a fazia abrir e fechar as mãos no copo de água. 

— Está ansiosa, Camila. Eu aposto que tem nome e sobrenome… – Comentou Martha depois de algum tempo, não evitando notar o quão distante ela estava por algumas vezes.

Mariele, que já não suportava mais os cochichos existentes por causa de Lauren e Camila, lançou um olhar mortífero para Martha. Pensava que a desgraçada havia tomado o posto de Angel apenas para atormentar-lhe a vida, ocupar o lugar que ela sempre ocupou na vida da latina. Claro que não pensava com clareza. Camila jamais foi algo além de amiga, e também, Lauren não teve a menor pretensão de roubar lugares, não ousava objetificar a angel dessa forma. 

— Não diga tantas bobagens… Lauren é apenas uma… amiga. – Negou prontamente com a cabeça, percebendo a reação negativa de Mariele ao escutar o nome da morena de olhos verdes. Não negou por ela, mas por si mesma. Lauren ainda era só sua amiga com direitos, e não queria que nada fosse estragado.

— Você sabe que todos sabem e testemunharam a bagunça que ficam após ficarem um tempo sozinhas, não sabe? Não adianta ser cínica, projeto de Satanás. – Estava implicando, mas estava feliz que Camila finalmente conseguia se deixar levar por alguém, mesmo que só por pura diversão. Era testemunha do quanto a latina precisava mesmo de alguém como Lauren. 

Fetish (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora