Fetish (Camren)

With love

Sete meses se passaram desde que elas começaram a se envolver.

Muitas coisas mudam com sete meses. Era um ciclo sem fim. O que era para ser uma noite, poderia vir a se tornar a paixão ardente que queima como chamas em brasa, e esta paixão poderia metamorfosear-se para o inconstante e complexo nível de amor.

Tudo fluía como deveria entre elas, simples e apaixonante. Deixavam o que sentiam correr livre e selvagem, eram românticas e não evitavam ficarem abraçadas durante o trabalho enquanto viam outras modelos serem fotografia, comentando sobre as lingeries entre si. De novo, não estavam negando que agora elas estavam juntas verdadeiramente, isso era evidente. Não precisavam mais fingir ser só sexo, já não era há muito tempo.

Eram cúmplices, apaixonadas em cada olhar, cada sorriso, cada toque involuntário. E a falta de sexo era suprida pela necessidade de terem uma da outra algo que nunca experimentaram antes: um relacionamento com respeito e sentimentos fortes mútuos. Ainda se desejavam, se provocavam, mas sempre acabavam apenas nos beijos ternos, acostumando-se com a ideia de estarem juntas daquela forma.

Elas não precisavam suprimir desejo, elas se tinham, mas queriam aproveitar da forma delas mesmo quando parecia que explodiriam de vontade e de desejo.

No sétimo encontro, Camila dispensou restaurantes, piqueniques, bar latino, passeios de iate e optou pelo que tinha em mente desde o primeiro encontro. Camila queria o clássico. Um jantar na sacada de seu apartamento que para a ocasião tudo ficou perfeitamente arrumado com almofadas macias por todo canto caso elas quisessem se sentar no chão, uma mesa pequena de vidro de dois lugares, uma vela, talheres de prata, taças de cristal bem posicionadas em cima da mesa e os pratos de porcelana posicionados.

A sacada estava linda, ainda mais com a Lua Nova no céu estrelado. Parecia tudo perfeito para fazer o que faria. Camila também disse para Lauren não se preocupar em se arrumar demais, estariam em casa. Ela própria estava de calça jeans e uma regata branca com uma sandália baixa e os cabelos presos em rabo de cavalo, expondo a clavícula saliente e atrativa. Nem mesmo a maquiagem estava exagerada, apenas o básico.

Estava há algum tempo sentada no sofá de sua sala, batendo os pés nervosamente no chão, sentido o objetivo no bolso de sua calça pesar, mas ignorou com veemência, esperando Lauren chegar, o que não tardou, a campainha tocou e Camila levantou-se para atender, dando de cara com a visão de sua modelo parada na porta de braços cruzados, calça jeans, tênis e uma camiseta do Metallica. Lauren conseguia ficar ainda mais bonita sem maquiagem nenhuma no rosto.

— Atrasada. — brincou Camila, se aproximando e dando um selinho na mulher antes de deixá-la entrar.

— Ah sim, sinto muito por ter te deixado criar raízes por um minuto e meio que me atrasei. A empregada ao menos te colocou para fazer fotossíntese? — debochou Lauren, ganhando um tapa no braço da Cabello. — Brincadeira. Não precisa ser agressiva. Agressividade só na cama. Se for para me bater enquanto me fode, eu quero. — Lauren disse, sabendo que provavelmente Camila iria levar aquilo a sério, mas não se aguentava em provocar daquela forma.

— Ótimo saber que gosta de apanhar na cama, Jauregui. — Camila a olhou maliciosa enquanto trancava a porta.

— Nem ouse em pensar nisso. Era uma brincadeira. — Lauren negou com a cabeça, sabendo que frustraria qualquer plano maquiavélico sexual de Camila.

Ao contrário, a latina ficou impassível enquanto tocava o centro das costas de Lauren e a guiava para o local desejado. Observou a cubana-americana ficar impressionada, o que causou satisfação em Camila.

— Comida cubana caseira. Achei que restaurantes da culinária estavam enjoativos. — Camila disse, sorrindo com a língua entre os dentes para Lauren que retribuiu o sorriso automaticamente e a puxou para envolver a cintura dela enquanto Camila enrolava os braços no pescoço da cubana-americana os olhos indo para a mesa.