She all I need

10.4K 983 349
                                    

Lauren Jauregui POV

Haviam coisas na minha vida que eu nunca consegui me livrar. Todas eram lembranças dolorosas de algo que eu gostaria e precisava esquecer para seguir em frente. Eu abri a gaveta do criado mudo do meu quarto, tirando uma fotografia de câmera Polaroid onde Lucia Vives sorria para a foto comigo. Virei a foto e vi a dedicação dela na parte de trás. O gosto amargo de uma mentira. Eu não sinto nada mais por ela, mas lamentava ter caído em sua teia de mentiras.

Ter Camila em minha vida me fez pensar. Ela era tão mais forte do que eu. Sentia-me frágil, tola e infantil por estar presa a essa amargura passada. Ela lutava dia após dia para melhorar e eu era vencida. Não, eu não deveria ter aceitado a primeira vez que ela me ofereceu droga. Começou com maconha, então passou para alucinógenos, até que por fim, eu cedesse a cocaína. Ter aceitado foi culpa minha, mas ela era culpada por ter usado meus sentimentos por ela e minha fragilidade pelos problemas que eu tinha em casa para me manipular.

Eu me levantei da cama e peguei o controle remoto, ligando a lareira automática do meu quarto. Caminhei até lá, olhando para as labaredas crescendo e esquentando o ambiente que estava longe de ser frio. Eu novamente virei a foto e li a dedicatória.

“Para você nunca esquecer de mim. – LV”. Tudo o que eu queria, era me livrar da última coisa que me prendia a ela de alguma forma. Chegava a ser uma dedicatória irônica. Parecia ser um mundo utópico e distante que a jovem tola que eu era foi capaz de fantasiar uma vida com alguém traidor e manipulador. A garota sonhadora que se imaginou com filhos com uma pessoa que dava mais por droga e foder com qualquer pessoa que via pela frente enquanto estava chapada já não tinha nenhuma parte de mim.

Não havia sentimentos por ela, mas algo incomodava.

Eu não tinha espaço para nutrir raiva e amargura pelo que Lucy me fez passar agora que estava me deixando envolver e nutrir sentimentos bons por Camila. Definitivamente, entre raiva e todos esses sentimentos que eu tinha por Camila, eu sempre faria uma escolha óbvia.

Se algo não te faz bem, livre-se, perdoe a pessoa e se perdoe. Principalmente se isso te impede de seguir em frente.

Joguei a fotografia na lareira e a observei queimar. Anos se passaram e eu gostaria de sentir que posso fazer algo por mim e algo bom para alguém incrível. Eu não mancharia minha tentativa sendo alguém que eu não era. Dê perdão e se liberte.

Mas depende.

Esse não seria o tipo de conselho que eu daria nunca para Camila. Perdão para monstros? Eles não precisavam de perdão para se encontrar e encontrar algo como redenção. Por mim, que eles queimassem no inferno. O celular tocou e eu rapidamente olhei o identificador de chamadas e atendi a Allyson.

Laur, você queria falar comigo. O que foi? — pediu saber Ally, com a voz calma e parecendo sonolenta.

— Eu estou com problemas, Allycat. Não exatamente problemas… Mas… dúvidas. Tem tempo? Parece com sono? — eu perguntei, mordendo meu próprio lábio.

Um pouco, mas pode falar. Parece ser sério e importante para você. — Ally disse.

— Ally… Vamos colocar hipoteticamente, okay? — esperei ela concordar e continuei. — Tem essa mulher, Laura que tem um caso com essa outra, Carmilla…

— Você está usando personagens de Carmilla para o caso hipotético? — eu quase consegui ouvir os olhos da baixinha se revirar.

— É! Enfim… Tem um tempo esse caso. Laura acha que Carmilla pode querer só amizade com ela e não quer estragar tudo. — aquilo soava extremamente ridículo até para mim.

Fetish (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora