Fetish (Camren)

Mirrors

Olá! Confesso que eu iria editar esse capítulo e deixar todo em terceira pessoa, mas decidi que não vou porque não tenho estômago. Esse capítulo vai destoar de todo o resto, mas o conteúdo ainda é válido.

Não vou alterar nenhuma vírgula. Eu realmente não tenho estômago para uma releitura desse capítulo que seria consequência de uma edição. Desculpa!

AVISO: Conteúdo sensível. Relatos explícitos de abuso sexual e prováveis gatilhos.

POV Lauren

— Você se apaixonou.

Dinah olhava-me e sua castanha mirada quase fitaram meu rosto com… Pena. Ela cogitava algo que eu não cogitaria pensar ainda. Um abrupto afastamento era tudo o que eu menos precisava. Camila me afastaria e eu tinha total certeza disso. Não estava pronta para assumir meus sentimentos e correr riscos.

Cada vez que eu a beijava era uma batalha diferente que eu estava perdendo contra meu coração. Clichê, mas verdadeiro. Camila era uma mulher forte, sedutora, firme, mas tão vulnerável e com tantas cicatrizes... Eu só gostaria de conhecer uma por uma, o que significa que não sou totalmente cega, nem Dinah. Dinah estava me prometendo essa conversa desde que a estadia em Milão de

apenas três dias para o desfiles se estendeu para uma semana para Camila e eu.

Aproveitamos bem nossos dias em Milão. Era uma cidade bonita, então não vimos problemas em ficar e fazer visitas em pontos turísticos. Karla se deu bem nos museus antigos, eu preferi exposição de Arte. No fim, nós duas tivemos uma tarde de debate nerd sobre os artistas. Talvez o problema todo fosse esperar que tudo permanecesse no sexo.

— Eu não estou apaixonada. Você está doida! Ela é linda, sexy, doce e uma boa amiga. Eu gosto dela, mas é só. — neguei, dando de ombros. Até pareceu que eu não me importava.

Mas então Dinah me olhava com pena porque eu não conseguia me convencer, quem dirá convencer ela. Sou uma boa mentirosa a ponto de eu acreditar na minha própria mentira, mas dessa vez, eu não fazia um real esforço para acreditar na minha própria mentira. Eu não conseguia quando eu tinha Camila, quando ela estava me beijando, quando estávamos dentro uma da outra arrancar orgasmos com a ponta dos dedos e da língua, quando tornamos nossas fantasias e fetiches em realidade.

Oh não… Meu fetiche estava além do sexual. Eu tinha fetiche por conseguir o coração de Camila Cabello, eu tinha fetiche pelo amor dela. Parecia-me justo já que aparentemente ela roubava o meu para ela como ninguém conseguiu antes. A sensação da paixão era amarga, doce e perigosa.

— Não vai te matar se for sincera, Lauren, mas eu sei que não vai ser sincera. Espero que saiba o que está fazendo.

— Eu também espero. E não adianta. Ela não me corresponderia, então vamos deixar assim.

Dinah gargalhou e jogou a cabeça para trás, balançando negativamente. Aquilo parecia realmente uma piada para ela? Eu bati no braço dela, fechando a cara.

— Dá para parar de rir que aqui não tem palhaço? — perguntei rude.

— Não tem palhaço, mas tem você, o que dá no mesmo. Não se faça de cega, Lauren. Você não. Eu entendo a cegueira da Camila, mas não entendo a sua. — Dinah falava sério e esse deveria ser um momento raro que ela falava sério sobre algo.

Percebi que Dinah sabia o que prendia Camila, acabei suspirando pela latina nem ao menos confiar em quem dormia, mas eu entendi como sempre entendo. Esse era o espaço dela e eu daria.

— Eu não sei do que está falando, Dinah! Não estou me fazendo de cega. Às vezes ela trava nos meus braços e começa a tremer, nunca sei o que faço de errado. Ela não confia em mim, acha mesmo que existe chance caso eu me permita sentir algo? Eu não vou fazer isso. Seria sádico da minha parte.