Loving me for me

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São suas amigas. Esse era o pensamento que mais rondava a cabeça da delegada Lovato. Pensou seriamente em deixar tudo para lá, em entregar o caso nas mãos de outra pessoa, ela não precisava estar na linha de frente disso, era uma delegada afinal das contas. Pessoas específicas poderiam fazer isso. Sabia que cedo ou tarde ocorreria conflitos de interesses, mas ela não podia negar a si mesma. Aquilo tudo estava a um nível muito alto de genialidade criminal, a pessoa sabia o que estava fazendo.

— Sabe o que é mais estranho, Selena? – Demetria questionou sua esposa, a casa delas estava enfim silenciosa e o bebê dormia. Acariciou os fios escuros e lisos da cabeça de Selena, o que a fez se ajeitar na cama e virar o rosto para olhar uma Demi sentada na cama e as costas apoiadas na cabeceira.

— Tudo é estranho, meu amor. Realmente, é tão difícil de acreditar que Lauren e Camila são capazes de tamanha... Idiotice. – Considerou a palavra certa a ser usada. Selena usaria monstruosidade, mas aquele não era o caso, sabia que muitas das vezes que Lauren perdia a linha com Guzmán era porque estava protegendo Camila de alguém doido e abusivo. Se elas fizeram, Marielle ter sido uma pessoa ruim em vida não justificava assassinato, mas não era monstruosidade em sua cabeça. Continuava errado, mas...

— Conhecemos elas. Lauren pode sim ter sido explosiva com Marielle, mas isso não faz dela uma assassina. Camila tem os próprios traumas para lidar, eu duvido que ela tenha tido cabeça. Elas não são gênios do crime, são só um casal de fodidas problemáticas tentando consertar a vida delas juntas! – Demetria rosnou irritada, passando as mãos pelo rosto.

A médica legista suspirou e sentou-se, puxando sua esposa pelos ombros e oferecendo conforto para ela que não acharia em mais ninguém. Pela manhã iria por si só visitar o local de morte de Marielle e já consegui sentir aquela mesma maldita pressão de que o assassino deveria ser pego e deveria ser o assassino correto.

A delegada não é nenhuma tola. Ela ainda continuava com a ideia fixa de que estava perdendo algo, qualquer coisa no Caso Marielle. Pensava no interrogação das duas.

Aquela postura cínica de Camila não a enganou por uma resposta ensaiada de que um assassino poderia ter um motivo para ser um assassino. Essa era a coisa mais idiota que alguém poderia dizer num interrogatório que parecia que Camila fez de propósito, ninguém inocente falava aquele tipo de lorota. A latina levou uma avaliação psicológica para ela. Camila queria ser apontada como culpada.

Por que?

Camila falou algo que era verdade quando perguntou de Miami, Demi ligou para confirmar. Lauren e Camila não tiveram nenhum pouco de atitude suspeita enquanto estavam em Miami, exceto os desnecessários detalhes sobre a Jauregui mais nova não ter suportado estar no quarto ao lado do dela por causa dos ruídos. Demetria ligou como amiga da família, já que Miami estava muito longe de seu alcance profissional.

Estava trabalhando e coletando informações de forma extra oficial, praticamente na ilegalidade por não ter licença para interferir em coisas de Miami. Mas precisava fazer.

— Eu entendo sua raiva na situação toda Demi, eu realmente entendo. Você não consegue acreditar que elas são totalmente limpas. – A serenidade de Selena ao revelar os pensamentos assustadores sobre o caso da delegada, a perturbou.

— Vamos dormir. – Encerrou o assunto de forma automática. A legista entendeu que a esposa não queria mais estender o assunto, então assentiu, deitando e se aconchegando no corpo de Demi.

Pelo resto da noite, a delegada não conseguiu adormecer.

No dia seguinte, a delegada ultrapassou as faixas amarelas da casa de Marielle, fardada e com luvas nas mãos para manter o cenário inalterável, apesar de já saber que não havia absolutamente mais nada ali para ver. Tudo já tinha sido coletado.

Fetish (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora