Capítulo 09 - A vela que não queria ser acessa

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— Você vai me ensinar magia? — Pergunto perplexa.

— Eu explico que estou me dispondo para um bem maior e que irei te ensinar a dificuldade das artes místicas e você entende que eu irei te ensinar bruxaria, mas olhando por um lado é bem isso mesmo.

Apolo exigiu que todos se retirassem para podermos conversar a sós, eu estava sentada de frente para um deus. O mesmo que me fez escutar dez minutos de como sua beleza é estonteante.

— Pelo que eu sei deuses não tem magia igual bruxos, então eu não deveria ter, mas tenho, porquê?

— Pela santa beleza de Paris não acredito que você não sabe minha criança.

— Saber o quê? — Pergunto já perdendo a paciência.

— Você é especial Víollet. A sua mãe era rainha dos sete conjuntos de Meyer, um mundo alternativo a esse aqui. Meu pai se envolveu com a Miranda e desse envolvimento nasceu você. A sua linhagem é altamente poderosa dos dois lados, você é a primeira semideusa bruxa e não estamos falando de qualquer descendente bruxa, eu estou falando da sua mãe, o primeiro ser iniciante na magia com um poder tão grande que foi capaz de derrubar o congresso da magia, tornando o governo novamente monárquico. Víollet desde bebê o trono do olimpo foi destinado a você, e se não fosse o bastante, o trono dos sete conjuntos legitimamente é seu.

Eu comecei a escutar um zumbido na minha cabeça. Rainha, minha mãe havia sido uma rainha. Por isso aquela conversa estranha, ela tinha abandonado o trono por minha causa. Agora eu tinha começado a entender.

— Você sabe onde eu nasci?

— Meyer, você ficou lá até um ano de idade. Eu não vou te contar mais coisas hoje, temos que ir com calma. A nossas aulas começam meia noite, horário das bruxas.

— Como você pretende me dar aulas de magia sendo que você não tem magia?

— A magia dos deuses é diferente da magia dos bruxos, mas não se preocupe. Eu já namorei uma bruxa, depois o nosso pai matou ela, mas eu consegui aprender alguma coisa. Quanta hipocrisia a dele, ele não queria um semideus bruxo e cá está você bem aqui na minha frente. Até meia noite, nos encontramos aqui.

Com um clarão de luz ele sumiu. Eu fiquei atônica, minha vida estava um caos. Cérbero quase tinha me matado, dois deuses vieram falar comigo e ainda por cima eu tinha poderes. Maravilha.

— Víollet?

— Oi Ian, o que você quer?

— Kíron me pediu pra ver como você está. — Eu finalmente o olhei e dei grandes risadas, ele vestia um pijama de gatinhos com óculos e uma pantufa de cachorrinho.

— Que intimidador. — Falei com sarcasmo.

— Isso é ultrajante, vivemos em um ambiente livre onde pessoas podem vestir pijamas de gatos sem serem julgadas.

— É normal vestir um pijama a noite e não na hora do almoço.

Era uma simples vela, mas ela estava me irritando assim como Daisy fazia

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Era uma simples vela, mas ela estava me irritando assim como Daisy fazia. O dia havia passado rápido demais, depois do café da manhã, tive algumas aulas e a tarde estava dispensada. Treinei arco e flecha e descobri que era um fracasso, Will surpreendentemente era muito bom nisso. Ithan tentou me ensinar combate corpo a corpo, mas eu era ruim nisso também. Depois do janta, li um livro que havia trazido e esperei o horário combinado com Apolo. Resolvi ir para o refeitório alguns minutos antes da meia noite.

Agora estava no meio da floresta, com Apolo, e tentava acender uma maldita vela. Ithan, Daisy, Ian e Catrina haviam me seguido secretamente e agora estavam assistindo de camarote o meu fracasso, visto que eu também era péssima em magia.

— Eu não consigo. — Falei pela vigésima vez.

— Você não está nem tentando. Apenas canalize sua magia para as palmas das mãos e acenda a vela, é um feitiço bem simples. Sua mãe com certeza teria conseguido.

— O problema é que eu não sou a minha mãe!

Concentrei minha visão no pavio da vela e deixei as emoções fluírem. Eu sentia raiva, estava furiosa por estar sendo exposta a todos esses perigosos, por ter pessoas me defendendo sempre — como se eu fosse uma criança.

Por ninguém ter me contado nada desse mundo extremamente caótico. Em um curto espaço de tempo meu pai não era meu pai, meu mundo não era meu mundo, Will não era meu irmão, e eu tinha que ficar na base até sabe se lá quando. Ofegante eu encarei o deus a minha frente, ele estava sorrindo triunfante.

— Parece que você só precisa de uma explosão de raiva. — Eu olhei novamente para a vela, eu não tinha acendido só a vela, um círculo de fogo tinha se formado ao nosso redor. — Ao que tudo indica sua magia está ligada as emoções, eu só preciso que você pense em um momento onde possui alguma âncora emocional, onde o sentimento de paz ou de caos reina, assim você poderá invocar sua magia quando for preciso, mas caso não consiga quero que fique com isso.

Ele tirou um pequeno objeto embrulhado do bolso, quando a luz da vela o clareou percebi que era um anel simples de prata, com uma pequena pedra de coração no meio.

— Você vai precisar disso, ele está ligado as emoções. Quando você estiver em perigo um deus irá vir ajudar, eu só preciso que você entenda mais uma coisa antes da minha partida.

— Mais uma história? — Perguntei enquanto colocava o anel no meu dedo.

— Considere isso como um lembrete, ter o trono do olimpo é uma benção e uma maldição ao mesmo tempo. Com você assumindo, nós os deuses antigos seremos esquecidos pelos mortais. Não vamos deixar de existir, mas não vai ser a mesma coisa de antes, obviamente. Alguns deuses estão revoltados com isso, outros apoiam um novo governo, e o restante só quer te bajular para que você escolha o representante certo. Assim que você for a senhora dos raios, você terá a obrigação de escolher outros meio sangues para governar com você. Um governo de seres meio mortais, é isso que alguns deuses contestam, então tome cuidado. O anel pode escolher qualquer deus e você não sabe qual está realmente ao seu lado.

— E como eu sei que você está ao meu lado? — Eu o encaro, seus fios de cabelos loiros tampam uma parte do seu rosto como se fosse uma cortina.

— Eu estou te ensinando que você é capaz de se controlar, de controlar a escuridão que há dentro de você. Eu mais do que qualquer um, sei que você vai precisar desse controle, o mundo precisa disso e em parte você é minha irmã e eu cuido dos meus. Aliás, te contei boa parte da sua história que se dependesse da sua mãe, Víollet, você não descobriria nunca. Agora um breve adeus deve bastar, amanhã nos vemos novamente e oremos a Zeus que você seja capaz de fazer mais do que apenas acender uma vela.

A HERDEIRA: Filha De ZeusOnde histórias criam vida. Descubra agora