Capítulo 30 - Rainha

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— Como você fez aquilo? — Ele perguntou apoiado nos meus ombros.

— Não sei. — Menti, ele arqueou as sobrancelhas.

— Não pode mentir para mim, estamos ligados. — O sentei em um tronco de árvore, ele fez uma careta.

— O que você disse? — Perguntei o examinando. Sua blusa branca, estava marcada de sangue. — Tira a blusa.

— Acho que a gente devia se beijar primeiro sabe, princesa? — Ele deu um sorriso de lado e eu revirei os olhos.

— Idiota, eu vou ver o machucado. — Falei com raiva.

— Tudo bem, se você quer tanto me ver sem camisa. — Havia duas marcas de garras em seu peito, que pareciam ter ido fundo. — Então minha médica, qual o seu diagnóstico?

— Acho que é fundo. — Peguei a barra da minha blusa e rasguei, a transformando em um cropped.

— Ah santo Deus, isso só pode ser um teste. — Dei um empurrão de leve nele e ele riu. Fui até o mar e molhei o pedaço de pano.

— Talvez, isso doa um pouco. — Avisei e pressionei o pano molhado em seu machucado. Eric fez uma careta. Olhei para o meu pulso, o símbolo do infinito tinha surgido novamente. — Você disse que eu não iria gostar do que significava esse símbolo, o que é?

— Guarde uma dança pra mim e eu te conto. — Bufei irritada. — Quando acabar essa tal missão, o que vai fazer?

— Morar no castelo da minha mãe, aparentemente. — Não estava nenhum pouco entusiasmada com essa ideia.

Não queria abandonar minha antiga vida, mas sentia que não tinha escolha.

— E você quer isso? — Ele parecia feliz ao me fazer aquela pergunta, me perguntei qual o motivo.

— Sinceramente, não sei. Eu olho para o passado e sinto minha vida antiga tão distante, mas também não sinto que pertenço totalmente a esse mundo.

— Pode construir lembranças novas, aqui. — Ele falou e eu assenti.

          Ele tinha razão. Eu havia nascido aqui, Daisy e Ithan eram daqui. Poderia visitar meus outros amigos na base e de vez em quando, voltar para minha antiga casa. Seria estranho morar em uma terra com magia, (a Víollet de seis anos com certeza iria adorar tudo isso), mas com o tempo, eu me acostumaria.

          Ouvimos um barulho estranho, pareciam hélices. Olhamos para o céu esperançosos e avistamos um pequeno helicóptero, vindo ao nosso encontro. Eric levantou e eu o segui. O helicóptero pousou, a poucos metros de distância, saímos correndo até ele. Do veículo desceu primeiro Ithan, depois Daisy e por último um Arthur muito preocupado.

— Ainda bem. Estávamos preocupados com você, nunca mais nos dê um susto desses! — Meu primo me esmagava, em um abraço sufocante.

— Eu estou bem. Arthur você está me sufocando. — Ele me soltou e Daisy me abraçou. O olhar de Ithan estava na pessoa atrás de mim.

— Você?! — Os dois disseram em uníssono.

— Vocês se conhecem? — Perguntei curiosa. Ithan olhava para Eric com ódio. Vi no olhar de Eric, que o sentimento de repulsa era recíproco.

— Estudamos juntos. — Ithan disse.

— Uma imensa infelicidade. — Eric respondeu.

— Onde você estava? Estávamos feito loucos, te procurando! — Daisy disse, mudando de assunto.

— Vamos entrar, eu explico tudo no caminho para o castelo. — Falei cansada, seria uma longa história.

          Arthur entrou primeiro, sendo seguido por Daisy. Entrei depois e Eric me acompanhou, Ithan foi na frente com Arthur, que estava pilotando o helicóptero.

A HERDEIRA: Filha De ZeusOnde histórias criam vida. Descubra agora