Abri meus olhos lentamente, mas voltei a fechá-los devido a claridade. Tentei me mexer e senti uma dor aguda na parte de trás da minha cabeça. Tentei gritar, mas minha boca estava amordaçada, tomei coragem e abri meus olhos de uma vez. A minha visão estava turva e fora de foco, aos poucos ela começou a voltar ao normal.
A minha frente estava um menino que aparentava ser apenas um pouco mais velho do que eu. Sua blusa de linho branca estava justa e deixava exibir os seus músculos, seus cabelos loiros estavam uma verdadeira bagunça e seus olhos azuis me encaravam, percebi que na barra da sua calça preta estava presa uma faca. Arregalei meus olhos, será que ele ia me matar?
- Não vou machucar você. - Ele se aproximou e eu fechei meus olhos com força. O desconhecido apenas tirou o pano da minha boca, para que eu pudesse falar.
- Tenho minha sérias dúvidas. - Tentei me levantar, mas estava amarrada a cadeira. Comecei a fazer movimentos e a dar pequenos pulos para sair do lugar. Se ao menos eu conseguisse deslocar a corda.
- Não machucamos visitas. - O olhei incrédula.
- VISITAS NÃO FICAM AMARRADAS. - Foi a última coisa que eu consegui dizer antes de virar a cadeira pra trás.
- Iremos te soltar na hora certa. Precisa de ajuda aí? - Odiei ouvir a sua risada. Não era nada agradável estar amarrada em uma cadeira com as pernas para cima.
- Não preciso. - Comecei a tentar me reerguer. Eu podia imaginar o seu sorriso sarcástico naquele rosto bonito. Comecei a ouvir passos e o barulho da porta sendo aberta, bufei frustrada. - Ei espera, socorro.
- Como disse? - Mal conhecia aquele menino e já odiava ele. Revirei meus olhos e cedi.
- Preciso de ajuda. - Ele se aproximou de mim e com um movimento rápido me reergueu. - Não vou dizer obrigada.
Ele deu um sorriso cafajeste e se aproximou.
- Não precisa.
- Quem é você? - Ele se aproximou, mas quando ia começar a falar foi impedido. Uma pessoa adentro no local, especificamente outro homem.
- Olá, minha querida.
- Eu não sou a sua querida. - O homem riu.
Ele usava roupas pesadas e negras. Sua estatura era média, ele não era musculoso, mas também não era fraco. Seu rosto demonstrava cansaço, já era possível ver poucas rugas em sua face. Seus olhos negros me observavam atentamente, seu cabelo preto (igual as vestes) estava perfeitamente penteado e sobre sua cabeça estava uma reluzente coroa de ouro.
- Meu nome é Edward. - Aquele nome era familiar. - Irei te soltar, mas depois de ouvir o que quero.
Suspirei, mas é claro que ele queria alguma coisa de mim. Todos queriam na verdade.
- Sou irmão da sua mãe, Miranda. - Arregalei meus olhos de pavor.
- Você não estava morto? Porque a minha família tem a capacidade de passar a perna na morte? - Perguntei assustada.
- Como assim? Quem mais está vivo, Víollet? - O encarei confusa.
- Minha família é maluca, definitivamente louca. - O menino loiro prendeu o riso e o mais velho o repreendeu.
- Quem mais está vivo, Víollet? - Suspirei frustrada.
A única opção era falar a verdade e o que ele quisesse, caso contrário, não fazia ideia o que aconteceria comigo.
- Cassandra, ela está viva. - Edward parecia ter perdido o ar, ele se encostou na mesa e deu um olhar para o garoto loiro. Ele se aproximou de mim e começou a desamarrar as cordas, esfreguei meus pulsos.
- Não tente fugir, pelo menos não se quiser respostas. - O menino cochichou em meus ouvidos. - Meu nome é Eric.
- Temos que te mostrar uma coisa, me siga. - Aquilo era uma ordem, identifiquei bem.
Fiquei insegura se o seguia ou não, mas acabei indo. Não tinha como fugir, Eric estava nas minha costas bloqueando a passagem.
- Como você está vivo? - Perguntei enquanto andávamos.
- Suponho, que já sabe de uma boa parte da história da sua mãe e consequentemente da sua. - Ele virou para trás e eu assenti. Estávamos caminhando por um longo corredor iluminado, ele tinha várias portas. - Realmente eu morri, mas voltei a vida. Foi escolha minha não contar para Miranda e Hayley que estava vivo. Agora Cassandra estar viva, isso para mim foi uma verdadeira surpresa.
- Como pode simplesmente ter ressuscitado? - Aquilo era uma loucura. Ninguém morria e simplesmente voltava a vida depois.
- Sente-se.
Estávamos em uma cozinha muito moderna, sentei em uma das cadeiras próximas ao balcão.
- O meu pai e o de Miranda não é o mesmo de Cassandra e Hayley, como já deve saber. Helena nossa mãe, possui uma família amaldiçoada por bruxas. Toda a família de nossa mãe são lobos, somos descendentes da linhagem dos crescentes.
- Então porque vocês são bruxos?
- Toda magia tem um preço. Helena foi o preço da maldição, ela desenvolveu poderes tão grandiosos que poderia derrotar o clã de bruxas inteiro, mas o gene de lobo não ficou perdido. Quando cada criança RavenWolf nasce ao completar quinze anos o seu dominus vem à tona.
- O que é dominus? Como assim RavenWolf?
- Poder dominante. - Dessa vez foi Eric quem respondeu.
- A parte lupina da sua mãe foi ativada no dia que nós derrotamos o conselho. Ela teve uma batalha interna e a parte bruxa se sobressaiu da parte lobo. A primeira transformação é ativada quando matamos pela primeira vez, em mim a parte lobo foi mais forte. Não posso praticar magia, mas não fico triste por isso. Foi a minha parte lupina quem me salvou. Quando morri, a transformação tinha acabado de se concretizar, o meu corpo se curou e eu fugi. Por isso nunca acharam o meu corpo. O nosso verdadeiro sobrenome é RavenWolf, mas quando eu e Cassandra "morremos", sua mãe o mudou para Armstrong, para essa parte do passado da nossa família fosse apagada.
- O que quer comigo? -- Perguntei de uma vez.
- Você tem dezessete Víollet, próxima semana faz dezoito. O dominus se manifesta com quinze anos, mas de alguma forma o seu nunca se manifestou.
- Mas é claro que já, consigo fazer magia. - Falei.
- A escuridão que você sente, é a sua parte lobo querendo sair, mas de alguma forma, ela fica presa. Você não tem um dominus específico, não é nem totalmente bruxa nem totalmente loba.
Ele está errado
A voz sussurrou dentro da minha cabeça.
- Talvez porque eu também tenho uma parte semideusa?! - Isso era tão óbvio.
- Essa é a questão minha querida. Você é a mistura de três grandiosas espécies, não existe no mundo uma criatura assim.
- Cassandra, falou que eu sou uma criatura nunca vista. - Expliquei.
- O que estamos deixando passar? - Eric perguntou. Edward nos olhou apavorado e derrubou a taça de vinho que estava segurando.
- Você é uma Ehderclar.
Notas da autora: Oii, gente. FELIZ NAATAAAL.
Como hoje é Natal, vim postar alguns capítulos para vocês, espero que gostem.
Beijinhos ^3^.
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A HERDEIRA: Filha De Zeus
FantasyNÃO É UMA FANFIC DE PERCY JACKSON! Capa feita pela @AllyMccallHale do projeto Black Star, da conta @annhyunu2. As pessoas sempre tem um destino traçado para você, expectativas. E elas realmente esperam que você as cumpra ou que até mesmo as supere...