Capítulo 14 - A mulher dos meus sonhos

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— O que pode haver aqui e causar caos? — Perguntei a Ithan.

— Tem um catálogo bem extenso de monstros, Víollet. Fica atrás de mim. — Em uma ação protetora ele se colocou na minha frente. Estávamos subindo as escadas, optamos que era melhor Will voltar com Harry e Daisy.

— Posso me defender sozinha, já falei isso inúmeras vezes. — Paramos, ele me encarou com uma expressão risonha, revirei os olhos. — Quando vocês vão começar a acreditar em mim?

— Quando você ficar cara a cara com algum monstro e conseguir sair viva, só assim acreditarei nisso. O que nunca irá acontecer, óbvio. — Coloquei as mãos na cintura e fiz minha melhor cara de indignação.

— E porque isso não aconteceria?

— Jamais eu vou te deixar ficar cara a cara com um monstro, Víollet. — Essas palavras me desestabilizaram um pouco, mas continue andando, não ia dar esse gostinho pra ele.

Segui pelo lado direito, Ithan vinha logo atrás. Encontramos outro corredor mal iluminado.

— Qual a chance deles estarem aqui? — Questionei. Ithan me puxou para trás e tomou a frente, agora ele segurava uma brilhante espada de prata. Escutamos um grito lá de cima.

— Muitas, eu diria.

Passamos a correr. Cada momento perdido era precioso, a cada minuto nossos amigos ficavam mais ainda em perigo. No final do corredor encontramos uma sala. A sala era grande, várias mesas estavam espalhadas, todas com pelo menos um computador em cima. Um elevador velho se destacava no final da sala.

— Na ligação eles disseram alguma coisa sobre um elevador velho, deve ser aquele. — Ithan assentiu, ele foi primeiro para saber se era seguro. Depois dele já estar lá dentro eu entrei.

Minha pernas de repente ficaram fracas, meus braços ardiam loucamente, como se estivessem sido colocados em fogo. Minha respiração começou a ficar descompassada e minha garganta ficou seca.

— Víollet? O que você está sentindo? — Eu tirei rapidamente a minha jaqueta, meus braços pingavam sangue. Olhei aflita para Ithan, ele estava tão desesperado quanto eu. — O que eu faço?

Ele vasculhou todo o elevador, uma pedra brilhante me chamou a atenção.

— A pedra. — Sussurrei, era o máximo que eu conseguia falar. Por um milagre ele ouviu.

— Uma pedra de Honora, mas ela foi feita pra machucar dragões. —Ele examinava a pedra verde.

Meus braços ardiam loucamente, agora eu sentia cortes se abrindo nas minha pernas. Eu estava ensopada de suor e sangue, enquanto Ithan examinava uma pedra. Ele colocou a pedra na minha frente, eu urrei de dor.

— Seu filha da mãe. — Comecei a xingá-lo de todos os palavrões que eu conhecia. Ele pegou a pedra e a colocou em uma caixa de vidro. A dor parou instantaneamente.

Encostei na porta do elevador e escorreguei para o chão, minhas pernas estavam fracas, mas não ardiam. Estendi meus braços a frente, cortes cobriam todos os espaços. Ithan se abaixou com um pote roxo na mão.

— Néctar seria ótimo, mas acho que isso deve resolver. — Assenti levemente, a exaustão tomava cada parte do meu corpo. — A pedra te afetou, mas eu continuo intacto. Isso é estranho.

Ele me olhou com tanta intensidade que desviei o olhar. Era a primeira vez que estávamos sozinhos em um ambiente e tão fisicamente próximos. Ele ignorou a tensão que estava se formando e começou a aplicar a pasta roxa. Meus braços e pernas começaram a arder, reprimi um grito mordendo o meu mindinho.

A HERDEIRA: Filha De ZeusOnde histórias criam vida. Descubra agora