Na manhã seguinte acordei mais disposta, o cansaço não me deixou ficar acordada até muito tarde.
Olhando o relógio que ficava em cima da mesinha de cabeceira do meu quarto vi que ainda era cedo, mesmo assim não fiquei na cama, levantei tomei um banho vesti um short, um top e uma blusa cavada e grande por cima, passei na cozinha peguei uma garrafa com água e uma maçã e saí pra dar uma corrida na praia.
Eu comecei com um passo calmo e fui aumentando gradativamente, os fones de ouvido não me impediam de ouvir as ondas do mar quebrando suaves, naquele momento eu estava em paz comigo e com o mundo a adrenalina que corria em minhas veias me davam uma sensação deliciosa de conforto.
Corri pra uma parte mais distante da praia onde não havia casas nem quiosques na beira da praia, eu gostava daquele lugar era calmo e eu sempre podia relaxar e pensar na vida, mas eu infernalmente só conseguia pensar na "demônia" da Débora.
Foi quando notei a bicicleta do Guto um pouco mais a frente encostada em um coqueiro.
Sorri pra mim mesma tirando os fones de ouvido caminhei na direção da bike e só quando cheguei mais perto pude ouvir uns gritos vindo do mar e não era voz de homem.
-Socorro!
Ouvi mais uma vez a voz chamar e senti meu coração parar quando reconheci a voz da dona dos meus pensamentos. Entre uma onda e outra pude ver Débora se debatendo.
Sem pensar duas vezes joguei meu telefone na areia e corri na direção da garota que se afogava eu não pensava em nada somente em como eu ia conseguir trazê-la de volta para a areia.
Eu estava nadando em sua direção quando ela afundou depois de uma onda, desta vez fui eu que fique desesperada, dentro da água eu não achei o mar tão violento quanto parecia do lado de fora com o desespero de Débora.
-Débora!
Gritei uma, duas, três, várias vezes sem obter nenhuma resposta já estava desistindo, pensando em voltar pra areia e chamar os bombeiros ou alguém que pudesse me ajudar quando ouvi uma voz atrás de mim.
-É bom saber que se importa com minha vida!
Gritou ela á poucas braçadas de onde eu estava numa parte mais raza.
Eu senti meu sangue ferver nas veias e meu rosto ficar muito quente eu estava certa de não baixar minha guarda, de odiar aquela garota e mais uma vez eu havia caído naquela brincadeira de mal gosto.
Furiosa nadei até a beira e sai da água fumaçando de ódio dela, eu deveria ter trucidado ela no tatame, ao invés de Kisames e mawashi Geri eu deveria ter pulado no pescoço dela é espremido até não ter mais forças, nem ela mais vida!
-Tá furiosinha pirralha?
Perguntou ela vindo atrás de mim.
-Me erra!
Eu gritei me afastando dela, o meu tênis estava ensopado e pesado me fazendo andar com dificuldade na areia.
-Tá me odiando agora?
Perguntou ela correndo e ficando bem na minha frente me impedindo de continuar andando.
-Eu sempre estou odiando você!
Berrei furiosa com ela, eu estava incontrolável.
-Que bom, porque você fica linda brava!
A provocação inesperada me deixou estática.
Débora olhou dentro dos meus olhos de uma forma intensa que eu jamais havia visto, os olhos azul turquesa me diziam algo novo e intenso, mas eu não queria ver, não queria sentir o milhão de borboletas que eu sentia no meu estômago naquele momento.
-Porque Débora? Porque isso? Porque não me deixa em paz!?
Questionei com os olhos perdidos nos dela.
-Eu não posso, preciso que sinta alguma coisa por mim, nem que seja ódio...
Não havia sarcasmo nas palavras, ela estava sendo sincera e seu olhar falava de algo intenso... Segundos depois ela deu um passo na minha direção deixando nossos corpos quase colados. No segundo seguinte ela colou seus lábios nos meus me pegando completamente de surpresa com o gesto, era a última coisa que eu esperava naquele momento, na verdade em toda minha vida era aquele beijo.
O encontro breve de nossos lábios mexeu com todas as minhas estruturas e quando se afastou deixou uma sensação de frio nos meus lábios, eu jamais podia imaginar aquela cena, ser beijada por uma garota já era estranho, porém ser beijada por ela não foi tão repudioso quanto achei que acharia..
No fim o que mais me assustou não foi o beijo, foi o que eu senti durante o beijo e ainda mais a sensação de vazio que ficou depois que ela se afastou e foi embora sem olhar para trás.
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Por Trás Da Cortina (Romance Lésbico)
RomanceThay tinha uma vida perfeita, um irmão chato, pais legais, um namorado lindo, duas melhores amigas... Estudava, era a melhor atleta da equipe feminina de Karatê. Então a Diaba, resolve voltar e destruir com todas as suas estruturas. Débora é sua cun...