Nós sentamos no chão próximo ao tatame para assistirmos a próxima luta, Paulina e Jéssica, a luta eterna.
-Você melhorou muito!
Me elogiou Débora sentando ao meu lado, atraindo o olhar desconfiado do Guto.
-Tive tempo de me dedicar ao karatê já que não tinha você pra atrapalhar minha vida.
Respondi grossa sem olhar para ela.
-Você não vai mesmo baixar a guarda não é?
Me perguntou ela.
-Não.
Respondi olhando para ela.
Seu rosto estava sem expressão parecia apenas longe.
Mais dois minutos se passaram e uma nova luta começou, desta vez Tom e Guto iam lutar e por isso eu Débora fomos arbitrar a luta, já que eramos as mais experientes, a luta foi fácil o Tom ganhou do Guto com dois ippons em menos de um minuto.
No fim das lutas, houve mais um pouco exercícios e logo em seguida o fim do treino, eu estava exausta por não ter dormido bem.
Fui pra o vestiário correndo queria sair de lá antes das outras chegarem, mas para meu desespero assim que abri a porta lá estava Débora usando somente o short cotton e o top do mesmo tecido, todas nós usamos esse tipo de combinação, alguns kimonos são mais transparente e mesmo assim é mais confortável, mas eu não pensava em conforto quando me deparei com o corpo musculoso da Débora no vestiário e o pior ela estava sozinha.
-Pode entrar eu não mordo.
Disse em tom zombeteiro.
-Eu não disse que mordia!
Eu disse baixinho tentando evitar olhar para o corpo dela, que parecia não se importar com a breve exposição do corpo atlético.
-Mas tá com cara de que quer me morder...
Devolveu com a maior cara de safada que me arrepiou toda.
Eu não respondi apenas entrei no reservado e me troquei, assim que estava pronta sai como um foguete do vestiário já lotado.
Do lado de fora respirei fundo e já fui indo embora sem esperar ninguém.
Já em casa tomei um longo e revigorante banho, depois fiz minhas tarefas da escola depois me deitei na minha cama pra tentar dormir, mas o som insistente de um violão me impediu de realizar me plano perfeito de dormir, me levantei pra fechar a janela e parei, na outra janela sentada na beirada estava Débora, tocando violão e cantando em japonês, a cena foi graciosa, eu já tinha esquecido que nossas janelas eram lado a lado, nossas famílias eram amigas há umas três gerações.
Ainda lá olhando a Débora cantando nem percebi que o Thi tinha entrado no meu quarto, ele tinha essa mania terrível.
-Bisbilhotando maninha?
Perguntou ele deitando em minha cama.
Eu me assustei dando um pulinho dando as costas para a janela encarei o Thi.
-Não! Eu tava só passando... E... Enfim o que você quer aqui?
Perguntei cruzando os braços sobre os seios.
-Hum... Que seja.
Disse ele com desdém.
Eu continuei esperando ele falar mas ele não falou só ficou lá jogadão na minha cama.
-Vamos Thi você já está tirando minha paciência!
Esbravejei.
-Tá toda nervosinha hein!?
Disse ele olhando pra mim irônico.
Olhei para o Thi tentando entender o que ele estava fazendo ali, ele não costumava ficar perto de mim, nem conversar, nem frequentar meu quarto, apesar de gêmeos éramos distantes.
-O pai e a mãe estão discutindo...
Disse ele depois de um tempo.
Eu me sentei do lado dele e prestando bem atenção pude ouvir a voz grave do meu pai.
-Eles vivem brigando agora!
Comentei olhando para o Thi que estava com um olhar distante.
-Não sei porque as pessoas se casam, têem filhos pra depois fazerem essa palhaçada, parecem que não pensam no filhos!
Desabafou ele olhando pro nada.
-As pessoas se casam por amor, tem filhos para construir uma família, deixar sua descendência na terra, se em algum momento esse relacionamento não dá certo tem mais que seguir a vida em frente...
Eu disse.
-E os filhos?
-Ah, nós não somos mais crianças, Já já completamos dezoito anos, já está mais que na hora de cortar o cordão umbilical.
Thiago ficou olhando pra mim por um bom tempo antes de sorrir.
-Até que as vezes não é tão horrível ter você como irmã.
Disse ele com deboche.
Eu ri junto não levando em consideração o que ele havia dito, eu sabia que no fundo ele me amava, só não sabia como botar os sentimentos pra fora, tinha gente que tinha um jeito estranho de amar.
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Por Trás Da Cortina (Romance Lésbico)
RomanceThay tinha uma vida perfeita, um irmão chato, pais legais, um namorado lindo, duas melhores amigas... Estudava, era a melhor atleta da equipe feminina de Karatê. Então a Diaba, resolve voltar e destruir com todas as suas estruturas. Débora é sua cun...